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Estado de Minas OPINIÃO

Cruzeiro na Série B: a derrocada da prepotência

Agora, não há outra saída. É promover intensa reformulação, afastando dirigentes e medalhões, colocando as finanças em dia e apostando na juventude


postado em 09/12/2019 04:00 / atualizado em 08/12/2019 22:56

O presidente Wagner Pires de Sá é um dos maiores culpados pela queda celeste por causa da sua omissão e por dar plenos poderes a Itair Machado(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 11/10/19)
O presidente Wagner Pires de Sá é um dos maiores culpados pela queda celeste por causa da sua omissão e por dar plenos poderes a Itair Machado (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 11/10/19)


Um dos clubes tradicionais do país, o Cruzeiro amarga seu primeiro rebaixamento. O descenso em si não é o fim do mundo. Afinal, até gigantes como Bayern, Manchester United, Milan, Juventus e Liverpool já foram rebaixados em suas ligas. O problema é que a queda celeste era uma daquelas “tragédias anunciadas”. E ninguém teve competência para evitá-la.

Grande parte desta derrocada se deve ao omisso presidente Wagner Pires de Sá e a diretoria a quem ele deu plenos poderes – e salários exorbitantes –, em especial a Itair Machado. Com certa dose de prepotência, se deixaram levar pela conquista do Mineiro e bom início da Libertadores. O mandatário chegou a “antever” a conquista do tri da América. Triste ilusão...

A realidade nua e crua começou a dar as caras quando o time foi eliminado pelo River Plate nas oitavas de final da Libertadores. Com o então técnico Mano Menezes privilegiando os mata-matas, o time já patinava no Brasileiro. Primeiro grande erro de avaliação. Todos achavam que haveria tempo para recuperação. Não houve.

Se em campo a equipe seguia em declínio, passando a duras penas por Fluminense e Atlético na Copa do Brasil, com jogadores como Fred, Thiago Neves, Egídio, Edílson e Robinho e apostas como David e Pedro Rocha sem corresponderem, fora das quatro linhas a situação se revelou pior. Envolvida em acusações de corrupção, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, toda a cúpula celeste entrou na mira da investigação da Polícia Civil.

Esse caos administrativo teve efeito imediato. Com muitas dívidas e investidores em fuga, o grupo ficou enfraquecido depois que jogadores começaram a ser negociados. Os salários também começaram a atrasar, mesmo com a antecipação de cotas de TV e patrocínio. Em consequência, em campo o que se via era um time sem alma, sem entrega.

A substituição de Mano por Rogério Ceni só escancarou o abismo. Ao bater de frente com os medalhões, principalmente após a eliminação na Copa do Brasil, diante do Inter, o treinador não teve aval da diretoria e foi demitido. Mais tarde, Wagner Pires de Sá teria a cara de pau de dizer que “se Ceni tivesse ficado isso não teria acontecido”... Quem mandava no clube afinal?

Abel Braga chegou neste ambiente caótico e não conseguiu mudar o quadro da equipe, que quase não marcava gols e tinha uma defesa se sustentando apenas nos “milagres” de Fábio. A derrota para o CSA em casa não só determinou a saída de Abel, mas também sacramentou a queda. Adilson Batista veio para tentar o que era impossível. O resto, incluindo o afastamento de Thiago Neves, foi só pirotecnia, nuvem de fumaça.

Agora, não há outra saída. É promover intensa reformulação, afastando dirigentes e medalhões, colocando as finanças em dia e apostando na juventude. Apesar do momento de luto, tenho certeza que a torcida celeste vai empurrar essa equipe de volta ao rumo para construírem, juntos, novas páginas heroicas e imortais.

(*) Jornalista do Estado de Minas


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