Ontem, em seu primeiro dia no América, Maurício Barbieri, de 37 anos, iniciou a montagem da equipe para enfrentar o Criciúma sábado, às 11h, no interior de Santa Catarina. Por enquanto, não deverão ocorrer mudanças em relação à equipe que vinha sendo escalada por Givanildo. No entanto, apesar do pouco tempo, o treinador já se preocupa com uma posição em particular: a de armador. E, de cara, não pôde contar com Matheusinho e Marcelo Toscano, ambos ainda recuperando de lesão. “O tempo que terei é muito pequeno. Pretendo adaptar o que entendo ser necessário com o tempo, embora seja urgente uma reação.”
O treinador diz que o América foi uma escolha sua: “É uma oportunidade, um desafio, que decidi aceitar. O América está fazendo uma aposta no meu trabalho”. E antes de vir para Belo Horizonte, ele contou que fez uma análise da equipe: “Assisti a vídeos do time nos dois últimos jogos, que terminaram com derrota. Esses resultados não podem fazer com que o grupo de jogadores desanime. Estudei o elenco. Pretendo dar início à jornada de preparação e estendê-la. Meu objetivo é fazer o América mais forte.”
Marcus Salum, presidente do clube, participou da apresentação oficial do novo treinador e disse que para escolhê-lo fez um estudo sobre as características de Barbieri. “O projeto de agora é semelhante ao de 2016, quando não era mais presidente e fui chamado para ajudar o futebol. Na época, trouxemos o Enderson Moreira. Era um trabalho a médio e longo prazo, como o de agora. O Barbieri é de alto nível e o América tem como objetivo principal subir para a Série A e permanecer lá. E acredito que também temos muito a aprender com ele.”
NO COMANDO Barbieri foi a campo junto de seus três auxiliares – o preparador físico Gustavo Araújo, o auxiliar técnico Felipe Lucena e o analista de jogos Guilherme Lucrécio. A equipe permanente do clube, que tem à frente o auxiliar técnico Felipe Conceição, está sendo mesclada com a que veio com o novo treinador.
Na chegada ao campo, Barbieri dividiu os jogadores e a defesa foi formada com Leandro Silva, Paulão, Pedrão e João Paulo. O treinador quer mais atenção de zagueiros e laterais para que um não precise atavessar o campo para cobrir o outro. E conta com a proteção fundamental dos volantes Zé Ricardo e Juninho.
Para o primeiro dia de treinos, foi essencial, segundo o treinador, “conversar com os jogadores e explicar, por alto, o que pretendo”. Segundo Barbieri, “não se muda do dia para a noite uma maneira de jogar. É difícil ao jogador assimilar mudanças, por isso, vou manter a base da equipe para esse jogo de sábado. As mudanças serão mais para tornar o time mais consistente. Não vou poder impor o que pretendo agora.”
O treinador pretende implantar uma nova filosofia de jogo no Coelho: “Precisamos ter o controle da bola. Para isso, é fundamental agredir o adversário.” Segundo ele, pelo que observou nos vídeos, “o América tem um grupo capaz de fazer isso”.
Barbieri falou também que já teve contato com o técnico português José Mourinho. “Foi quando decidi estudar na Europa para ser treinador.” Sua carreira como técnico começou modesta, no Audax Rio, em 2011. Depois, dirigiu o Guarani-SP, Red Bull, Grêmio Esportivo Brasil-RS, Flamengo e Goiás, seu último trabalho.