Eu retornei para onde queria estar, de onde nunca quis sair. É como sinto. E agora quero continuar a minha história no clube. Ajudar a conquistar títulos”
Réver, zagueiro alvinegro
“Juntar a fome com a vontade de comer.” O velho ditado serve para explicar o momento vivido por Réver, que acaba de completar 34 anos e retornar para o Atlético. Segundo ele, essa era a hora exata para voltar ao clube e ao convívio da torcida. “Ela (a Massa) sempre me deu força. Não sabia ou imaginava que fosse como é, mas tive uma série de provas que me deixaram lisonjeado.”
Para Réver, o sentimento que tinha quando das conquistas da Libertadores e da Copa do Brasil só aumentaram depois que saiu do Galo. “Eu era super bem tratado, mas foi quando estive no Flamengo que senti verdadeiramente o que era ser adorado pela torcida. Nós entramos em campo e a torcida (atleticana) gritava meu nome, sem parar. Não sabia o que fazer. Aquilo mexeu também com o resto do time também. Foi a maior surpresa da minha vida. Pensei: a torcida do Atlético está gritando o nome de um jogador do Flamengo!!! Isso não era normal.”
O tempo passou e veio a oportunidade de retornar ao Galo. Réver não pensou duas vezes. E confessou que não gostou da maneira como saiu, em 2015, e que se cobrava por isso. “Eu tinha um problema no tornozelo. Fui embora. Quase não joguei naquele ano, pelo Inter, para onde fui. Foram só 11 jogos. E não conseguia não pensar que todos achavam que eu estava acabado. Mas me recuperei. Fui para o Flamengo e voltei a jogar bem. Mas o que fez mesmo com que parasse de pensar no passado foi aquele jogo do Flamengo contra o Atlético, no Mineirão.”
E Réver está de volta para um novo tempo. “Eu retornei para onde queria estar, de onde nunca quis sair. É como sinto. E agora quero, como se diz, continuar a minha história no clube. Ajudar a conquistar títulos. Um jogador vive disso, de títulos. Não fosse assim, não teria a menor graça, o menor sentido.”
O momento, agora, é bem diferente de quando esteve no Galo pela primeira vez, em 2010. “Quando vim, estava passando por um momento ruim, no Wolfsburg, da Alemanha. Queria voltar ao Brasil para me recuperar e o Alexandre Kalil me deu essa chance. Precisava me readaptar e foi aqui no Atlético que consegui isso. Hoje, estou adaptado e pronto para ajudar. Como disse, quero títulos.”
Ele lembra que, naquela época, diziam “que aquela era uma geração que ninguém queria. Mas mostramos que era o contrário. Colhemos bons frutos. Formamos uma irmandade e é isso que faz um time crescer, vencer, ser campeão.”
Hoje, segundo ele, é bem diferente. “Muito daquilo que existiu na época das conquistas da Libertadores, Copa do Brasil e Recopa permaneceram. É um outro momento, que me parece mais fácil de me adaptar. Quero ajudar.”
VELHO COMPANHEIRO No retorno ao Atlético, Réver reencontrou com um jogador, que segundo ele, é um dos maiores amigos que fez em sua primeira passagem: Leonardo Silva. Só que os dois têm uma história e uma pendência a resolver: são os dois maiores zagueiros artilheiros da história do Atlético. Leonardo Silva é o primeiro colocado dessa lista, com 34 gols, enquanto Réver tem apenas dois a menos.
E brincou: “Eu ainda vou jogar mais alguns anos. Ele está parando. Mas torço por ele. Vamos ver no que vai dar. Mas estou aqui para ajudá-lo no que for preciso. Aliás, pra mim é uma felicidade reencontrar com ele. Quando estive fora, a gente sempre se falava pelo telefone. E quando nos enfrentamos, sempre falei pra ele: aqui você não vai marcar, não. Nossa amizade vai além do campo.”
Atleticanas...
Logística
A disputa do Campeonato Mineiro e da Libertadores fez o Atlético se apressar em montar uma estrutura de logística para as viagens, em especial para Montevidéu, onde enfrentará o Danubio. Guilherme Ribeiro, que já trabalhou na Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) e depois na CBF, passou o dia cuidando disso. O jogo contra o Guarani, marcado para o dia 3, em BH, foi antecipado para o dia 2 pela Federação Mineira de Futebol. Assim, a equipe embarcará para Montevidéu na noite do dia 3, já que o time enfrenta o Danubio no dia 5. “No retorno, passamos em BH e vamos direto para Poços de Caldas, por enfrentamos a Caldense no dia 9 (data também antecipada). O jogo de volta contra o Danubio será no dia 12”, diz Guilherme.
Dupla renovação
O Atético anunciou ontem a renovação dos contratos do zagueiro Maidana (E) e do volante Zé Welison. O primeiro assinou até dezembro de 2022, enquanto o segundo acertou sua permanência no Galo até dezembro de 2023.
Falta assinar
Dos quatro reforços anunciados, apenas o volante Jair não participa dos treinos, por ainda não ter assinado contrato. Os outros três reforços, Réver, Igor Rabelo e Guga, já treinam com o grupo. O atacante Papagaio fez exames e está perto de acertar.
Falta sarar
O zagueiro Leonardo Silva ainda se recupera de um estiramento na coxa esquerda, sofrido no último jogo do Brasileiro. O jogador passou a manhã e toda a tarde no departamento médico. Ainda não há previsão para o retorno aos treinos.
Recuperação de Gramados
15 dias
é a estimativa para os campos da Cidade do Galo estarem em condições de uso. Dos sete existentes, apenas o de número 5 está sendo utilizado. Os demais ainda passam pelo processo de recuperação.
Que calor!!
O sol forte ontem na Cidade do Galo fez com que o treino, antes previsto para começar às 16h30, começasse apenas às 17h20. Os jogadores foram para campo, fizeram exercícios físicos na grama e depois o grupo foi dividido em três, participando de uma roda de bobo (foto). Na última parte, Levir Culpi comandou um treino de passes.