Campeão da Copa do Brasil no mês passado, garantido na Copa Libertadores do ano que vem e sem qualquer risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro fracassou na missão de voltar ao grupo dos seis primeiros na competição de pontos corridos. Numa partida em que as opções ofensivas do técnico celeste, Mano Menezes, não funcionaram, a Raposa jogou mal e perdeu para o Atlético-PR por 2 a 0, ontem à noite, na Arena da Baixada, desperdiçando a chance de ultrapassar o arquirrival, Atlético, na classificação.
O revés interrompeu uma invencibilidade de cinco jogos do Cruzeiro contra o Furacão em Curitiba – quatro vitórias e um empate. Em termos de tabela, o resultado negativo causa pouco prejuízo à equipe mineira. Embora jogadores prometam seriedade até o fim da temporada, as próximas rodadas vão servir apenas para Mano observar peças que pouco atuaram em 2018. O discurso dos atletas é de que a equipe lutará para atingir, pelo menos, a sexta posição, cumprindo objetivo traçado pela diretoria.
Na capital paranaense, o desempenho ruim do Cruzeiro na parte inicial do jogo foi determinante para sua 11ª derrota no Brasileiro. Antes da metade do primeiro tempo, o Furacão já vencia por 2 a 0, com gols de Marcelo Cirino e Raphael Veiga, que se beneficiaram de desatenção do sistema defensivo. Nos 45 minutos iniciais, o time mineiro finalizou apenas cinco vezes, todas sem direção. “O Atlético-PR fez o gol com numa bola em que havíamos trabalhado. Não tivemos reação e, em seguida, tomamos o segundo. Não conseguimos jogar mais. Até o gol estávamos bem na partida”, esbravejou o capitão Henrique no intervalo.
O nível técnico do jogo caiu drasticamente na etapa complementar, quando jogadores das duas equipes começaram a se desentender no gramado e a abusar de jogadas violentas – o árbitro Anderson Daronco aplicou 11 cartões amarelos em todo o jogo, sendo 10 depois do intervalo. Nas semifinais da Copa Sul-Americana (contra o Fluminense), o Atlético-PR aproveitou a vantagem no placar para preservar titulares mais desgastados, como Jonathan, Bruno Guimarães e Marcelo Cirino, substituídos no segundo tempo.
O lateral-esquerdo Egídio reconheceu que a Raposa esteve longe de uma atuação condizente com os três pontos: “O começo nosso foi ruim. Tomamos dois gols de contra-ataque. Voltamos no segundo tempo bem, o Atlético-PR não teve chance e tivemos mais posse. Mas eles saíram na frente e não tivemos reação”.
Egídio diz que é importante a equipe manter a concentração até o fim: “Seguimos de cabeça em pé porque temos que terminar bem no Brasileiro. O campeonato ainda não acabou. Em qualquer competição, vamos jogar para vencer. É uma camisa grandiosa, acostumada a vitórias”.
QUATRO DESFALQUES O próximo jogo será na quarta-feira, contra o Corinthians, no Mineirão. O Cruzeiro perdeu o lateral-direito Edílson e o atacante Rafael Sobis, que levaram o terceiro cartão amarelo. Outros desfalques serão o zagueiro Dedé e o armador De Arrascaeta, que participarão do amistoso entre Brasil e Uruguai em Londres, na sexta-feira.
Atlético-PR
Santos; Jonathan (Diego Ferreira, intervalo), Leo Pereira, Thiago Heleno e Renan Lodi; Welington, Bruno Guimarães (Camacho 32 do 2º), Raphael Veiga, Nikão e Marcelo Cirino (Rony 35 do 2º); Pablo
Técnico: Evandro Fornari
Cruzeiro
Fábio; Edílson (Lucas Romero 25 do 2º), Manoel, Leo e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Thiago Neves, De Arrascaeta e Robinho (Barcos 26 do 2º); Raniel (Rafael Sobis 14 do 2º)
Técnico: Mano Menezes
Estádio: Arena da Baixada
Gols: Marcelo Cirino 9 e Raphael Veiga 21 do 1º
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Michel Stanislau (RS)
Cartão amarelo: Jonathan, Henrique, Manoel, Ariel Cabral, Edílson, Wellignton, Lucas Romero, Leo Pereira, Bruno Guimarães, Rafael Sobis e De Arrascaeta
Público: 8.641
Renda: R$ 174.170
Próximos jogos: Corinthians (c), São Paulo (f) e Vitória (c)