Dentre as principais características que diferenciam a otite de nadador das demais existentes, a especialista destaca a ausência de febre

Dentre as principais características que diferenciam a otite de nadador das demais existentes, a especialista destaca a ausência de febre

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Dor de ouvido é um problema que faz parte do cotidiano dos esportistas aquáticos. Isso porque o contato frequente e prolongado com a água os torna mais propensos a inflamações ou infecções no aparelho auditivo. E a razão se dá justamente pelo acúmulo de umidade no ouvido, o que facilita a proliferação de bactérias ou fungos.

Não é por acaso que a otite externa aguda é também chamada de otite de nadador. Esse tipo de infecção, conforme a médica otorrinolaringologia Cristiane Passos Dias Levy, do Hospital Paulista, acomete especificamente o conduto auditivo. Isso é, o canal que começa na parte externa da orelha e vai até a membrana do tímpano.

"Essa infecção provoca uma dor muito intensa nesse canal, que é constituído de osso e cartilagem, e tem a função de direcionar e amplificar as ondas sonoras que chegam até o ouvido. Os pacientes, em geral, têm a sensação de que estão com água no ouvido e a percepção de sons abafados", resume Cristiane.

Dentre as principais características que diferenciam a otite de nadador das demais existentes, a especialista destaca a ausência de febre. "Diferentemente da otite média, que também é muito comum e costuma estar associada a quadros de gripe, resfriado, a otite externa não tem essa relação. A causa quase sempre está vinculada ao contato prolongado com a água. Por isso, é mais comum no verão, quando as pessoas geralmente vão à praia e piscina."

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Esportistas aquáticos, contudo, devem ter atenção ao problema o ano inteiro, alerta a especialista. A começar pela secagem adequada dos ouvidos, após a conclusão das atividades na água, e pela manutenção de uma boa higiene auricular. O uso de cotonetes também deve ser evitado, segundo Cristiane.

Os principais cuidados indicados pela médica para evitar a otite externa:

- Após nadar ou praticar esportes aquáticos, seque cuidadosamente os ouvidos com uma toalha ou use um secador de cabelo no modo frio e com uma distância segura

- Evite o uso de cotonetes ou objetos pontiagudos dentro do ouvido, pois eles podem causar lesões ou empurrar a cera para o fundo do canal auditivo

- Mantenha uma boa higiene auricular, limpando suavemente a parte externa da orelha com um pano macio

- Se você sentir dor, coceira, desconforto ou perda de audição, consulte um médico para avaliação e tratamento

Imunidade e diabetes

A especialista também faz um alerta em relação à baixa imunidade e ao diabetes, que também podem estar associados a quadros de otite. "Embora estejam mais distantes do cotidiano de atletas e esportistas, existe, sim, essa relação e é importante destacar. Quem tem um sistema imunológico comprometido, de certo vai ter maior chance de desenvolver uma infecção. E, no caso específico da otite externa, o diabetes pode também ser uma das grandes causas predisponentes", observa, lembrando que visitar o otorrinolaringologista regularmente é sempre recomendável.