Mosquito-prego

Mosquito-prego (Anopheles darlingii) é o vetor da mala%u0301ria e apenas as fêmeas são hematófagas e têm importância no ciclo da doença

Reprodução Internet
O Ministério da Saúde tomou a decisão de incluir no Sistema Único de Saúde (SUS) um medicamento revolucionário para o tratamento da malária, a tafenoquina. A droga promete curar o paciente com apenas uma dose, aumentando a eficácia do tratamento e podendo diminuir consideravelmente a propagação da doença. A portaria de incorporação foi assinada e deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima terça-feira.

Com a inclusão da tafenoquina no SUS, espera-se que o medicamento esteja disponível no segundo semestre deste ano. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2019, a tafenoquina é uma droga inovadora no combate à malária e à infecção por Plasmodium vivax, o tipo mais prevalente da doença no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 80% dos casos no país são de Plasmodium vivax.

O Brasil foi o primeiro país do mundo com malária endêmica a autorizar o uso do medicamento em 2019. A recomendação é que a tafenoquina seja administrada em pacientes com 16 anos ou mais e que apresentem atividade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) comprovada por um teste rápido. Pacientes com atividade insuficiente da enzima deverão utilizar o tratamento convencional.
 
Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2022, o Brasil registrou cerca de 108 mil casos de malária causados por Plasmodium vivax, provavelmente infectados no país. No total, foram notificados 128.864 casos da doença cuja infecção ocorreu em território nacional.

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, afirmou: "O Brasil passa a ser o primeiro país a incorporar esse medicamento e vamos estar na vanguarda. Vamos liderar esse movimento". Ela ainda destacou que a principal vantagem do medicamento é a possibilidade de uma única dose, facilitando o tratamento em áreas remotas e comunidades indígenas, onde estão concentrados os principais casos da doença.
Atualmente, o SUS utiliza a cloroquina e a primaquina para tratar a malária. O tratamento combinado desses medicamentos, em geral, é administrado em sete doses, o que dificulta sua efetividade, uma vez que os pacientes interrompem a medicação. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou recentemente a indicação para uso da tafenoquina, que dependia apenas da decisão do Ministério da Saúde e da publicação da portaria: "Acreditamos fortemente que, com essa possibilidade de dose única, estaremos mais próximos da eliminação da malária no Brasil", destacou Ethel Maciel.