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Estado de Minas DERMATOLOGIA

Inofensivo para a saúde, melasma causa incômodo pelo aspecto inestético

Manchas têm formato irregular, são mais comuns em mulheres e podem surgir em outras partes do corpo. Especialistas mostram como driblar o problema


11/12/2022 08:20 - atualizado 11/12/2022 08:27

Melasma
Problema costuma estar relacionado a alterações hormonais, seja com o uso de anticoncepcionais femininos ou associadas à gravidez (foto: Taisa Anjos/Pixabay)

Só quem sofre de melasma sabe como é trabalhosa a rotina de cuidados com a pele para tornar as manchas menos aparentes. Apesar de inofensiva para a saúde, a anomalia pigmentar costuma causar incômodo pelo aspecto inestético e, muitas vezes, no caso das mulheres, elas acabam investindo alto em cremes e tratamentos diversos sem ter o resultado desejado, já que o problema não tem cura definitiva. A boa notícia é que já existem tecnologias avançadas, altamente capazes de controlar a doença.
 
O melasma é uma patologia específica (nem todas as manchas indicam a doença) caracterizada pelo surgimento de manchas escuras, de tom acastanhado, geralmente na face, principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior, o chamado buço. É o que explica Lucas Miranda, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
 
Segundo o especialista, as manchas do melasma têm formato irregular e bem definido, sendo geralmente simétricas (iguais nos dois lados). Trata-se de uma condição mais frequente em mulheres, apesar de também acometer homens. Menos comum, continua o médico, mas também pode aparecer em outras partes do corpo, o chamado melasma extrafacial. Nesse caso, geralmente as manchas surgem nos braços, pescoço e colo.
 

"A exposição à luz ultravioleta desencadeia o aparecimento das manchas e até mesmo a exposição à luz visível, de lâmpadas, celulares, TVs e notebooks"

Lucas Miranda, dermatologista

 
 
"As manchas do melasma não causam nenhum tipo de incômodo sensorial, como coceira ou dor, mas costumam trazer muitos prejuízos à autoestima pelo incômodo estético. De forma geral, quanto antes iniciarmos o tratamento, maiores as chances de obter bons resultados, e com o melasma não é diferente. Ao se deparar com quaisquer sinais ou alterações na pele, é importante procurar um dermatologista para avaliação", recomenda a dermatologista Fernanda Queiroz, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
 
 
Não há um consenso de peso científico que aponte uma causa isolada. O que se sabe até agora, reforça Lucas Miranda, é que o melasma costuma estar relacionado a fatores desencadeantes, como alterações hormonais, seja com o uso de anticoncepcionais femininos ou relacionadas à gravidez. Há ainda uma relação importante com a exposição solar e o calor. "A exposição à luz ultravioleta desencadeia o aparecimento das manchas e até mesmo a exposição à luz visível de lâmpadas, celulares, TVs, notebooks, por exemplo. Sabe-se também que há fatores genéticos envolvidos", esclarece.
 
Na hora do diagnóstico, continua Fernanda, além de observar o aspecto das manchas, o dermatologista leva em conta o perfil hormonal, sexo, características da pele, entre outras questões. "Por exemplo, são mais suscetíveis mulheres grávidas ou que passaram pela gestação, assim como mulheres que fazem ou fizeram uso de anticoncepcionais hormonais, que têm a tez com maior concentração natural de melanina, entre outros fatores. Além da anamnese e avaliação do médico, pode-se realizar um exame com lâmpada de Wood, que serve para diferenciar a hiperpigmentação nas camadas superiores de outros distúrbios da pele", pontua.
 
O calor está entre os fatores já identificados como estimulantes do melasma, acrescenta Fernanda. Sobre esse aspecto em específico, "isso acontece porque as altas temperaturas têm o poder de incitar a superprodução do pigmento melanina em pessoas que têm essa tendência. Outros fatores de risco incluem distúrbios autoimunes da tireoide e uso de medicamentos que tornam a pele das pessoas mais sensíveis aos efeitos da luz solar", aponta.
 
Para a prevenção, segue Lucas Miranda, as medidas de proteção solar devem fazer parte da rotina, mesmo que o dia esteja nublado ou chuvoso. Como o melasma pigmenta também com a luz visível, explica, os filtros solares comuns, sem cor, não protegem totalmente as pessoas com melasma.
"Devem-se associar à fotoproteção filtros físicos, que protegem da luz visível. O filtro solar com cor é o mais indicado para o rosto e/ou regiões afetadas, porque protege também nesse sentido. Importante também ter atenção ao fator de proteção, de no mínimo 30, verificar no rótulo se o filtro escolhido tem proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB)."
 
O filtro solar deve ser reaplicado para manter a proteção adequada durante todo o dia, aponta o dermatologista, a cada três horas, ou antes, se houver suor intenso ou a região entrar em contato com água. "Além do filtro com cor no rosto, devem-se proteger também todas as partes do corpo que ficam expostas (descobertas de roupa) com o filtro solar de uso diário. Outra medida importante é, sempre que for sair de casa, usar outras formas de proteção, como chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas, entre outros, principalmente para quem tem melasma, ou já identificou que está no grupo de risco", recomenda.

CUIDADO REDOBRADO

Quem pratica esportes ao ar livre, continua Fernanda, especialmente se estiver nos grupos de risco para a doença, deve ter cuidado redobrado, porque a radiação solar está entre os principais fatores que estimulam o aparecimento e agravamento do melasma. "Nesse caso, o ideal é dar preferência aos horários com menor incidência solar, ir se exercitar bem cedinho, com o sol surgindo ainda, sem se esquecer das medidas de proteção solar, ou, então, à noite", indica.
 
Para quem sofre com o problema, Lucas aponta que o incômodo costuma ser grande. "Além de ser um problema crônico e que demanda muito cuidado para tratar, ele aparece no rosto, na maior parte das vezes. Torna-se uma insatisfação constante com a aparência, com o que se vê no espelho ou nas câmeras, seja das videochamadas ou mesmo as selfies, o que acaba resultando num impacto negativo na autoestima", diz.
 
Como é uma condição complexa e multifatorial, o melasma pode aparecer mesmo ao abrigo da exposição direta ao sol. "Uma pessoa que passa muito tempo em um ambiente muito quente, como uma cozinha fechada em frente ao fogão, por exemplo, precisa de cuidado redobrado caso tenha tendência a desenvolver o melasma. Também quem passa o dia inteiro em frente ao computador, em um espaço com muita iluminação visível (lâmpadas), já que a exposição à luz visível tem sido apontada como desencadeante. Para não ter erro, o ideal é seguir as recomendações de proteção solar com atenção", reforça Lucas.


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