Diário de Pernambuco

Mulher recebendo injeção de botox

Mulher recebendo injeção de botox

Divulgação

Levantamento divulgado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês) apontou que o Brasil foi o quarto país do mundo com maior número de aplicações de toxina botulínica (também conhecida como botox). Ao todo, foram 334.220 procedimentos do tipo, que é o mais realizado na plástica ocular no Brasil. A toxina botulínica é uma proteína produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

A toxina botulínica age na paralisação da movimentação involuntária do músculo local, através do bloqueio da passagem do estímulo elétrico. Além de auxiliar em problemas oculares, o produto pode ser usado para eliminação de rugas de expressão, auxiliando na aparência rejuvenescida, através da injeção em pontos específicos da região do rosto, analisadas pelo especialista.

A oftalmologista Janaína Freitas, do Hospital de Olhos Santa Luzia, integrante do grupo Vision One, explica que além da estética, a toxina botulínica pode ser utilizada com fins médicos. "A toxina botulínica tanto pode ser usada para tratamento estético de rugas quanto para tratar algumas doenças como blefaroespasmo e espasmos hemifaciais. Ela é ótima para tratamento da região periocular e região frontal. A aplicação deve ser realizada preferencialmente por um médico habilitado como um oculoplástico", afirma a médica.

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O tipo mais indicado para uso médico é o A. A toxina botulínica pode ser utilizada para tratar blefaroespasmos, que são contrações involuntárias dos músculos das pálpebras e doenças como estrabismo.

Os primeiros usos da toxina botulínica foram inclusive terapêuticos, com o oftalmologista americano Alan B. Scott, considerado o "pai" do botox. O médico procurava formas de tratamento do estrabismo e obteve amostras da toxina botulínica tipo A para testá-la em músculos extraoculares de macacos.

A experiência foi bem-sucedida e o oftalmologista publicou um estudo em 1973 falando sobre da substância como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico do estrabismo. Ainda na década de 70, ele recebeu autorização do governo do Estados Unidos para utilizar a toxina botulínica em seres humanos.

Foi só a partir do uso médico que surgiu a utilização da toxina botulínica para fins estéticos. O casal canadense Jean e Alastair Carruthers, que eram, respectivamente, oftalmologista e dermatologista, observaram melhora das rugas em pacientes tratados com a toxina botulínica e iniciaram os primeiros estudos nesse sentido.

A oftalmologista Janaína Freitas também recomenda que o paciente tome alguns cuidados antes de realizar qualquer plástica ocular. "Na maioria dos casos é necessário o exame clínico, exames laboratoriais e fotodocumentação antes dos procedimentos. Qualquer paciente pode realizar esses procedimentos, desde que haja indicação clínica", orienta a especialista.