relações interpessoais

A base para qualquer tratamento, mas, em especial, contra o câncer, consiste nas relações interpessoais

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A Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais (SBMMG) investe na campanha Outubro Rosa 2022 com atenção e preocupação com o alarmante crescimento de casos de câncer de mama, em decorrência da pandemia. O mote “Quanto antes melhor – Seguimos juntos contra o câncer de mama” foca na conscientização da população sobre a importância do autocuidado, do diagnóstico precoce e realização de exames preventivos, além das consultas regulares ao mastologista . Annamaria Massahud, presidente da SBMMG, alerta para os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A estimativa é de 66.280 novos casos de câncer de mama ao ano no Brasil, o que corresponde a cerca de 61,61 novos casos a cada 100 mil mulheres. 
 
 
A especialista explica que os maiores aliados na luta contra o tumor ainda continuam sendo a identificação precoce e o rastreamento. “A cura é mais possível em uma doença localizada que em uma avançada. É crucial que mulheres e profissionais de saúde estejam atentos para identificar os sinais e sintomas suspeitos. A recomendação é iniciar o tratamento imediatamente, cirurgia ou medicação, tão logo seja feito o diagnóstico”, observa. 

Redes de apoio 

Em 2018, a professora mineira Vânia Rezende foi diagnosticada com câncer de mama. “Eu me apeguei a Deus e à minha família, pois tinha muito medo de morrer. Fiz a cirurgia de remoção e, após 15 dias, começaram as sessões de quimioterapia” conta. 

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Ela fez químio e radioterapia e, hoje, segue com o monitoramento. “Encarar com leveza a quimioterapia foi a melhor alternativa que encontrei. Resolvi fazer do momento uma brincadeira. Usei e abusei dos lenços, das perucas, dos brincos, fiz tudo para me manter feliz e não peguei licença médica da sala de aula. Eu via nos meus amigos, na minha família e no meu trabalho a vontade de continuar viva.”
 

"A cura é mais possível em uma doença localizada que numa avançada.É crucial que mulheres e profissionais de saúde estejam atentos para identificar os sinais e sintomas suspeitos"

Annamaria Massahud, presidente da SBMMG

 
 
Annamaria Massahud, presidente da SBMMG

Annamaria Massahud, presidente da SBMMG

arquivo pessoal
 
 
 A neurocientista e psicanalista Ângela Mathylde Soares explica que a base para qualquer tratamento, mas, em especial, contra o câncer, consiste no suporte familiar. “Por isso, é fundamental, não apenas cuidar da saúde, mas das relações interpessoais. Já que, assim, a paciente encontra maior motivação para concluir o tratamento”, explica.  

Sobrevida e maior chance de cura

A SBMMG sempre preconiza começar o tratamento imediatamente, potencializando a sobrevida e as chances de cura. A proposta é focar na prevenção e não na doença, e, por isso, está fomentando diversas ações neste ano, sendo algumas presenciais. 
 
Annamaria Massahud observa que o ambiente digital é uma importante ferramenta de conscientização, disseminando conteúdo a uma velocidade ímpar. “O objetivo é utilizar esse espaço para disseminar o autocuidado, incentivando as pessoas a buscar suas melhores versões, por meio de uma dieta equilibrada, da prática de exercícios físicos e do combate ao tabagismo e ao alcoolismo, por exemplo, imprescindíveis para a prevenção do câncer de mama e de diversas doenças”, defende a médica.  

eventos A SBMMG também fará uma parceria com a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) para iluminar na cor rosa a fachada onde se localiza o prédio da instituição, vestindo a camisa, literalmente, durante todo o mês. 
 
As ações também contam com o podcast Agendar; a criação de uma página virtual abrigando um acervo de artigos relacionados à mastologia; o apoio institucional à Caminhada Rosa da Ação Solidária às Pessoas com Câncer (Aspec), na Praça JK, e o evento Pérolas de Minas, em 24 deste mês, às 19h, na entidade, direcionado ao público leigo. 
 
“A luta contra o câncer de mama é de todos e a informação é a principal arma nesse combate, sendo fundamental o engajamento social, participação dos movimentos, compartilhamento de informações e mudança para hábitos saudáveis, pois, quando uma paciente é curada, todo um coletivo se beneficia”, avalia a presidente da SBMMG.