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Estado de Minas

Churrasco liberado: carne vermelha talvez não seja vilã da alimentação

Novos estudos científicos indicam ser muito baixo o casos de doenças cardiovasculares e diabetes por causa do consumo de carne vermelha


01/10/2019 11:49 - atualizado 01/10/2019 17:00

Novos estudos apontam baixo índice de casos de câncer e de males relacionados ao consumo de carne vermelha
Novos estudos apontam baixo índice de casos de câncer e de males relacionados ao consumo de carne vermelha (foto: José Inácio Pompé/Unsplash)
 

Reduzir o consumo de carne vermelha é um conselho médico padrão para prevenir câncer e doenças cardíacas, mas uma revisão de dezenas de estudos concluiu que o risco potencial é baixo, e as evidências, ainda incertas.


De acordo com as novas diretrizes publicadas na revista médica "Annals of Internal Medicine", um painel de pesquisadores de sete países sugeriu que os adultos "continuem com o consumo atual de carne vermelha".


O conselho, que imediatamente provocou uma forte reação de outros especialistas, acrescentou que os adultos também devem "continuar com o consumo atual de carne processada".


Publicada na revista editada pelo American College of Physicians, a pesquisa analisou vários estudos que, como um todo, mostraram que a redução do consumo de carne vermelha a três porções por semana poderia reduzir a mortalidade por câncer em sete mortes a cada mil pessoas.


Os pesquisadores disseram que a redução foi modesta e que eles encontraram apenas um grau "baixo" de certeza sobre as estatísticas.


Eles acrescentaram que a qualidade das evidências que relacionam a carne com doenças cardiovasculares e diabetes era "muito baixa".


"Existem reduções de risco muito pequenas de câncer, doenças cardíacas, diabetes, e as evidências são incertas", declarou à AFP Bradley Johnston, professor de Epidemiologia da Universidade Dalhousie, no Canadá, e diretor do grupo NutriRECS, que elaborou as diretrizes.


"As pessoas precisam tomar suas próprias decisões. Estamos dando a melhor a estimativa da verdade", enfatizou.


- Revisão do cardápio -


Os pesquisadores disseram que querem mudar a abordagem da "velha escola" de dar recomendações nutricionais gerais e se concentrar mais nas evidências dos benefícios individuais.


"As pessoas devem olhar para isso e, espero, tomar decisões pessoais informadas, em vez de ouvirem as organizações autorizadas dizerem o que fazer", destacou Johnston.


Comer menos carne vermelha e processada tem sido um pilar da orientação alimentar por décadas em muitos países e também nos principais grupos de saúde.


O Centro Internacional de Pesquisa de Câncer da Organização Mundial da Saúde garante que a carne processada é cancerígena, enquanto a carne vermelha é "provavelmente cancerígena".


Em resposta às diretrizes mais recentes, o Centro disse que não mudará seus conselhos.


"Mantemos nossa confiança nas rigorosas pesquisas realizadas ao longo de 30 anos", afirmou a diretora de Pesquisa, Giota Mitrou.


Marji McCullough, epidemiologista da American Cancer Society, disse que os pesquisadores levaram em consideração os valores e preferências individuais das pessoas.


"É como dizer: 'Sabemos que os capacetes salvam vidas, mas algumas pessoas preferem sentir o vento nos cabelos quando andam de bicicleta. E, convenhamos, a maioria das pessoas não vai bater com a cabeça", afirmou.


"Mas todos concordam que o capacete deve ser usado", acrescentou.


E Kevin McConway, professor emérito de Estatística Aplicada da Universidade Aberta do Reino Unido, disse que a falta de evidências científicas sólidas significa apenas que há poucas respostas claras.


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