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Estado de Minas Doces e sobremesas

Aluá

Receita fornecida por Vera Lúcia da Silva Pereira Carlos, de Caeté: (31)3652-2218


postado em 12/08/2016 08:00

Ingredientes:

- 1 abacaxi, médio,bem maduro

- 300 g de farinhade mandioca

- 3 rapaduras

- 5 litros de água

- Açúcar a gosto

Ondeficar:

Instituto São LuisHospedaria (31) 3641-2626

Modo de Preparo:

Cortar o abacaxi em pedaços, com a casca e a polpa. Num balde (com tampa, bem limpo) com 5 litros de água, pôr a farinha, o abacaxi e raspas de uma rapadura. Cobrir com um pano limpo e tampar bem. Deixar oito dias fermentando. A próxima etapa será coar o material, em três fases, com um saco de textura grossa - pode ser usado um daqueles de 60 kg, de açúcar. Em primeiro lugar, retirar, com uma concha, a nata (cascas, pedaços de polpa etc.) que se forma na superfície e colocá-la dentro do saco.

Na hora de coar, pôr a embalagem com a nata sob uma torneira, usando-se aproximadamente 2 litros de água. Enquanto a água escorre para dentro de outro balde, apertar com as mãos os pedaços de fruta para dissolvê-los bem. Na segunda fase, retirar com um caneco a parte líquida do primeiro balde e coar, usando a parte lateral do tecido, para não vazar nas costuras - segurar as bordas com as mãos. Deixar escorrer no segundo balde.

Finalmente, coar a farinha de mandioca, que decantou no primeiro balde, também sob a torneira (2 litros de água). Derreter duas rapaduras em uma panela com água suficiente para encobri-las, e despejar o melado ainda quente sobre a bebida coada. Adoçar a gosto. Coar novamente, desta vez com uma peneira bem fininha. Servir gelado. Rende aproximadamente 20 litros.



O doce lado da senzala

A Vila Nova da Rainha mudou de nome e se transformou em Caeté, mas as delícias da terra mantiveram a força dos primeiros tempos. No distrito de Morro Vermelho, palco da Guerra dos Emboabas (século 18), uma bebida sagrada dos escravos, que trabalhavam na mineração, ainda está presente na festa de Nossa Senhora do Rosário, celebrada em outubro. O aluá - corruptela de "ao luar", já que o preparo era sempre à noite, para fugir da vigilância dos feitores - tem registro desde 1650 e se perpetua nas mãos e sabedoria de Vera Lúcia da Silva Pereira Carlos, de 48 anos, mãe de três filhos e avó de três crianças.

Integrante da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, ela conta que o aluá não pode ser comercializado, apenas servido em rituais de fé, como faziam os negros, que dançavam, cantavam e bebiam o líquido, sem teor alcoólico, da cor de garapa e à base de abacaxi. Preparar a bebida não é fácil, nem rápido, mas o efeito é tão refrescante e gostoso que vale a pena esperar oito dias para saborear. Na cozinha, Vera Lúcia corta a fruta, aproveitada "com casca e tudo", põe para fermentar com farinha de mandioca e espera, com paciência.

"O segredo está na hora de coar", ensina a moradora de Morro Vermelho, que usa um saco de açúcar, daqueles grandes, para concluir o processo. Ela dá outras dicas preciosas. "Se a pessoa quiser, pode usar qualquer fruta ácida. Para guardar na geladeira, é fundamental pôr em vasilha aberta, jamais em litro, pois o vidro estoura". Ao provar o aluá, os viajantes se sentem fazendo uma volta ao passado, movidos pelo poder da cultura popular.

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