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Estado de Minas TRANSPORTE PÚBLICO

Minas tem um quarto dos municípios do país com gratuidade nos ônibus

Número ainda é considerado pequeno, mas adesão cresce rapidamente


21/10/2023 04:00 - atualizado 21/10/2023 09:01
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Ônibus da frota de Abaeté, a segunda cidade mineira a aderir à gratuidade; a primeira foi Monte Carmelo
Ônibus da frota de Abaeté, a segunda cidade mineira a aderir à gratuidade; a primeira foi Monte Carmelo (foto: Facebook/Prefeitura de Abaeté)
Com 24 cidades oferecendo transporte público gratuito, Minas Gerais reúne cerca de um quarto da lista de municípios com tarifa zero no Brasil até o fim de setembro deste ano. O estado acompanha uma tendência nacional de crescimento rápido na adesão ao modelo que exime o usuário da cobrança de passagens e altera os meios de financiamento dos ônibus municipais.

Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra onde o transporte público é gratuito, quando ele foi implantado e as informações partidárias de quem estava no poder quando passar a catraca sem levar a mão ao bolso tornou-se regra nesses locais.

Em todo o Brasil, são 83 cidades com tarifa zero. São Paulo e Minas lideram empatados. Embora os 24 municípios ainda representem percentual pequeno dos 853 do estado, a gratuidade segue acelerada, devido à crescente adesão de novas localidades ao modelo.

Em 1994, Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro, foi a primeira cidade mineiraa adotar a gratuidade no transporte. Três anos depois, foi a vez de Abaeté e só em 2011, Muzambinho entrou na lista. Nos últimos 20 anos, Jeceaba, Mário Campos, Itatiaiuçu, São José da Barra, Campo Belo, Arceburgo, Lagoa da Prata, Caeté, São Joaquim de Bicas, Cláudio, Santana do Deserto, Mariana, Pirapora, São Lourenço, Arcos, Ouro Preto, Ibirité, Ituiutaba e Belo Vale, Leopoldina e Sarzedo integraram o grupo.

O economista e integrante do Movimento Tarifa Zero, André Veloso, explica que a cronologia da adesão está relacionada à curva de decadência do modelo de financiamento do transporte baseado exclusivamente na cobrança da passagem. Ele explica que a queda na demanda de passageiros pagantes tornou os sistemas de ônibus inviáveis em vários centros urbanos.

“A lógica de financiamento do transporte pela tarifa já não funcionava desde a década de 1990. Se você olhar a demanda do sistema a nível nacional, o pico é 1995 e ela vai caindo. Essa demanda caiu um quatroaté 2005 e depois perdeu mais um quarto até 2013. Já era um colapso numa velocidade que aumentava e, com a pandemia, acelerou bastante. Caeté, por exemplo, diante do colapso do sistema, deixaria de ter ônibus na cidade. A resposta foi deixar o transporte gratuito, pagar de maneira indireta e manter o sistema, fomentando a demanda de passageiros”, comenta.
Veloso afirma que há o interesse da Coalizão Triplo Zero, grupo que reúne movimentos de estudos e militância na área de mobilidade urbana em 22 estados, em criar um censo para avaliar os resultados obtidos a partir da tarifa zero no país. Mesmo sem dados gerais, o economista explica que há aumento no número de passageiros, culminando em mais circulação de pessoas na cidade e maior arrecadação a partir do crescimento de público no comércio e atividades de lazer, por exemplo.

MAIORIA

A média das 24 cidades mineiras com tarifa zero, segundo o Censo Demográfico de 2022, é de 40.255 habitantes. Acompanha a nacional, de cerca de 45 mil habitantes por município com transporte gratuito. André Veloso explica que a baixa complexidade dos sistemas de transporte e os gastos gerados pelo vale-transporte do funcionalismo público favorecem a adoção de medida em municípios menos populosos.

“Nas cidades menores, o sistema de transporte é mais barato e é menos complexo. Se você analisa Mário Campos, por exemplo, tem apenas uma linha com seis horários. Ou seja, dois veículos já suprem a demanda. Outra questão é que as prefeituras acabam gastando com o vale-transporte dos próprios funcionários e elas mesmas acabam tendo uma economia com a tarifa zero”, aponta.

Ainda assim, se analisada apenas a atual legislatura, há tendência de ingresso de cidades maiores na lista. Se analisados os 15 municípios que aderiram à gratuidade de transporte a partir de 2021, a média cresce para 51 mil habitantes. Diminuindo ainda mais o recorte e avaliando apenas onde a tarifa zero foi adotada em 2023, esse índice sobe para quase 74 mil pessoas. Leia mais sobre transporte gratuito na página 4




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