A Guerra entre Ucrânia e Rússia iniciada no dia 24 de fevereiro de 2022 foi um dos temas da última coletiva que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu em solo japonês antes de retornar ao Brasil, neste domingo (21/5) - manhã de segunda-feira (22/5) no país local - após encontro do G7.
"Ontem (domingo, no horário local) vocês viram o discurso do (Joe) Biden que tem que ir pra cima do (Vladmir) Putin até ele se render e pagar tudo que ele estragou. Esse discurso não ajuda", condenou o petista.
Presidente dos Estados Unidos, Biden e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se encontraram neste domingo. O americano afirmou que fará todo possível para fortalecer o país contra o governo russo e que deve impor novas sanções contra a Rússia.
"Meu medo é que a gente esteja caminhando para uma guerra mais feroz, mais poderosa", declarou o petista sobre uma potencial escalada do conflito.
Recentemente, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reuniu com Zelensky, em Kiev, e com Putin, em Moscou, para tentar pôr fim ao conflito entre os países.

Lula reforçou que vem se encontrando com líderes do chamado "Sul Global", termo utilizado para designar países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, para tentar "encontrar a paz que o Norte não está conseguindo fazer". O Norte, neste caso, representa os países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, União Europeia e outros.
Após pedido do presidente ucraniano, a equipe do presidente brasileiro reservou um horário neste domingo (21/5), às 15h15, hora local, para o encontro entre os líderes, mas Zelensky estava ocupado e não conseguiu comparecer, segundo Lula.
"Fiquei chateado porque eu gostaria de encontrar com ele e discutir o assunto. Não deu, mas não faltará oportunidade para a gente se encontrar e conversar. Quando eu estiver percebendo que as pessoas efetivamente negociam, estou pronto para ir à Rússia, Ucrânia, Egito, ao fim do mundo para discutir o fim desta guerra", declarou o brasileiro.
Lula não vê, no momento, intenção das partes em buscar uma negociação. "A proposta da Ucrânia é a rendição da Rússia. A proposta da Rússia é a rendição da Ucrânia."
O petista voltou a bater na tecla de uma mudança no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Se o conselho funcionasse como deveria funcionar, possivelmente não aconteceria a guerra da Ucrânia com a Rússia", comentou, antes de afirmar que o secretário-geral da ONU, o português António Guterres reconheceu que o órgão "infelizmente não tem força (para manter a paz)".
