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Estado de Minas CORRIDA AO PLANALTO

Especialistas divergem sobre peso de aliança de Bolsonaro e Zema

Para cientista político e CEO do instituto Atlas/Intel, Bolsonaro pode ter números melhores em MG, mas que Lula consegue melhorar no RJ e SP, além do RS


09/10/2022 04:00 - atualizado 09/10/2022 07:47

Lula e Bolsonaro dão aperto de mão
Bolsonaro com Zema, em BH, na quinta-feira (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
O cientista político e CEO do instituto Atlas/Intel, Andrei Roman, diz que a aliança com o governador reeleito Romeu Zema é um trunfo importante para o presidente Jair Bolsonaro buscar uma virada em Minas no segundo turno. Ele lembra o costume mineiro de “cruzar” os votos para cargos distintos. “Regionalmente, o estado onde Bolsonaro está mais favorável é Minas, justamente por conta da adesão do Zema à campanha dele. Minas é um swing state clássico, onde já há um comportamento de cruzar voto entre presidente e governador, mas nunca houve um apoio tão forte quanto o do Zema”, assinala.

Para Roman, o tamanho do movimento feito por Zema é inédito. “Ele (Zema) se coloca como um presidenciável no campo da direita em 2026, entra numa espécie de pré-campanha. Ele está se assumindo como um possível herdeiro do eleitorado de Bolsonaro em 2026. Ao contrário do Tarcísio (de Freitas, do Republicanos, candidato ao governo de São Paulo) e do Castro (Cláudio, governador reeleito no Rio de Janeiro pelo PL), ele tem peso político próprio”, aponta.

Andrei Roman acredita que Bolsonaro pode ter números melhores em Minas, mas que Lula consegue incrementar seu desempenho no segundo turno em outros dos três maiores colégios eleitorais do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, além do Rio Grande do Sul.

“Em São Paulo, Rio Grande do Sul e também no Rio de Janeiro existe uma massa crítica de eleitores de centro mais moderados e, por não ter um candidato minimamente viável, não votaram no primeiro turno. Esse público tende mais a votar no Lula, e não em Bolsonaro A tendência é de que Bolsonaro suba em Minas e Lula suba em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Nesse sentido, Lula está numa situação melhor do que o Bolsonaro”, salienta Roman, que também acredita que os votos de Tebet migrariam para Lula naturalmente.

Para Alberto Carlos Almeida,  doutor em ciência política e autor do livro “A mão e a luva: O que elege um presidente”, as movimentações de Lula e Bolsonaro tendem a não surtir efeito na votação final. Além dos estados do Sudeste, Lula tem margem segura de vantagem no Nordeste. Embora não seja uma região tão populosa, a diferença na votação do petista frente à de Bolsonaro consegue equiparar a disputa nos números totais. Equilibrar a disputa, mesmo sem viradas, é importante para Bolsonaro no cenário geral.

“Lula abriu 13 milhões de vantagem no Nordeste, é muita coisa. No Ceará, por exemplo, Lula abriu uma vantagem maior do que a de Bolsonaro em São Paulo. São Paulo tem 22% do eleitorado e o Ceará tem 4%. A dificuldade é essa mesmo. Ainda assim, o Ceará neutraliza São Paulo e ainda sobra.”

Na busca por diminuir a distância no voto nordestino, Bolsonaro começou o segundo turno com o pé esquerdo. Durante live na quarta-feira, o presidente associou a prevalência do PT na região ao analfabetismo. A questão foi tema de trocas de farpas entre os presidenciáveis ao longo da semana, com Lula chegando a dizer que “quem tem uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse monstro”, durante comício em São Bernardo do Campo (SP).
 


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