(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CORRIDA AO PLANALTO

Aliados de Lula e Bolsonaro terão peso na reta final?

Para cientista políticoa, as movimentações e apoios de Lula e Bolsonaro tendem a não surtir efeito na votação final


09/10/2022 04:00 - atualizado 09/10/2022 08:17

Lula e Bolsonaro lado a lado
De acordo com o doutor em ciência política Alberto Carlos Almeida, os votos em jogo são os que não foram originalmente destinados a Lula ou a Bolsonaro (foto: NELSON ALMEIDA, DOUGLAS MAGNO/ AFP)
A percepção sobre a eleição presidencial deste ano como uma das mais polarizadas da história democrática do Brasil é lugar-comum nas análises de cientistas políticos, mas como as estratégias e apoios se desdobrarão até o dia 30, seguem causando divergências. Para Alberto Carlos Almeida, doutor em ciência política e autor do livro “A mão e a luva: O que elege um presidente”, as movimentações de Lula e Bolsonaro tendem a não surtir efeito na votação final.

“São dois candidatos muito conhecidos, que já sofrem muito desgaste, com personalidades fortes e conhecidas. Por que alguém que votou em Lula votaria em Bolsonaro, e vice-versa? Você tem mais ou menos 40% de votantes na esquerda, 40% na direita e 20% no centro. Lula lá atrás tinha vencido duas eleições com 60% a 40% no segundo turno e quando (Fernando) Haddad perdeu para Bolsonaro, teve 45%, o que simboliza essa questão. Pode acontecer de esses 20% terem reduzido para 9%, para 10% ou 5%, uma mudança na margem de manobra, simbolizada até pela baixa votação em Ciro e Tebet. Pode ser que seja uma eleição mais apertada”, avalia ele.

Os apoios de Tebet e Ciro, terceira e quarto colocados no primeiro turno, respectivamente, formalizam uma transferência de votos que, segundo Almeida, aconteceria de forma natural. O especialista traça um paralelo entre a conjuntura deste ano e o apoio de Leonel Brizola (PDT) a Lula no segundo turno do pleito de 1989. “Tebet fez uma campanha que não atacou Lula. Foi uma campanha propositiva – não atacou ninguém. Ela não atraiu esses votos anti-Lula e a tendência é que o eleitor dela fosse mesmo para o petista. Foi o que aconteceu no caso do Brizola: os eleitores dele não votariam no (Fernando) Collor. Seria natural uma migração para Lula, mas os políticos inteligentes se antecipam e declaram apoio para sugerir a transferência e seguir como atores”.

Tebet teve pouco mais de 500 mil votos em Minas, 4,17% do total, e Ciro teve cerca de 310 mil, 2,58%. Somados, eles têm aproximadamente 810 mil votos, número bem superior aos 563.307 votos que Lula tem de vantagem sobre Bolsonaro no estado.

Sobre o apoio de Zema a Bolsonaro, o cientista político acredita que o gesto não é suficiente para impulsionar uma virada. Para ele, os votos em jogo são os que não foram originalmente destinados a Lula ou a Bolsonaro. Como justificativa, Almeida cita desempenho ruim do governador na busca por eleger nomes ao Legislativo. “Todo voto que foi dado para Lula e Bolsonaro é difícil virar. O objetivo deve ser ganhar os votos de Simone e de Ciro. Zema não elegeu ninguém do Novo em Minas e o PT elegeu 12 deputados estaduais, por exemplo. Ele não se mostrou um bom cabo eleitoral para seu próprio partido”, diz. Zema também não teve êxito na disputa pelo Senado: Marcelo Aro (PP), apoiado por ele, terminou em terceiro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)