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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Eleitor sem religião dá 38 pontos de vantagem para Lula, aponta Datafolha

Brasileiros que declaram não ter uma religião podem ser decisivos nas urnas em 2022


30/09/2022 09:09 - atualizado 30/09/2022 10:14

Luís Inácio Lula da Silva
Luís Inácio Lula da Silva (foto: Carl DE SOUZA / AFP)
Enquanto os dois principais adversários desta eleição fazem acenos à maioria cristã do país, são os brasileiros que declaram não ter uma religião que dão a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a maior vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) quando levamos em conta a filiação religiosa do eleitorado.

O petista tem 62% das intenções de voto nesse grupo, Bolsonaro fica com 24%, Ciro Gomes (PDT) registra 9% e Simone Tebet (MDB), 3%.

Os dados vêm de pesquisa Datafolha feita com 6.800 pessoas em 332 cidades, de terça (27) a quinta (29). A margem de erro, para esse grupo em particular, é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Não é um bloco desdenhável para efeitos estatísticos: 11% dos eleitores afirmam não seguir uma fé específica, o que engloba também quem é ateu (uma minoria). No Censo de 2010, 8% da população informou a mesma coisa.

É a terceira maior força eleitoral no recorte religioso, atrás apenas de católicos (52%) e evangélicos (26%). A terceira crença com mais adeptos, o espiritismo kardecista, tem 2% de representação.

Fica assim entre os cristãos que vão às urnas: Lula tem a preferência da maior parte dos católicos, 57%, quase o dobro dos 29% de Bolsonaro, enquanto Ciro e Tebet empatam com 6% cada; já entre evangélicos, o presidente lidera com 53%, o ex-presidente tem 32%, o pedetista pontua 6%, e a senadora chega aos 5%.

Aqui consideramos apenas os votos válidos, que exclui votos brancos, nulos e indecisos. É esse o critério usado pelo Tribunal Superior Eleitoral para contabilizar o resultado do pleito.

Para José Eustáquio Alves, doutor em demografia e pesquisador aposentado do IBGE, os eleitores sem religião podem ser "o fiel da balança" num pleito em que a vitória de Lula já neste domingo (2), sem necessidade de um segundo turno, é uma possibilidade, segundo o Datafolha.

"Embora Bolsonaro tenha maioria do voto evangélico, e Lula, a maioria entre católicos, as eleições podem ser decididas no primeiro turno em função de um segmento que tem um peso de 11%", diz. "É o maior diferencial de voto entre as camadas sociodemográficas do país e pode ser a gota d'água que faça transbordar a onda final de voto para o lado da esquerda."

Evangélicos, o nicho religioso mais cobiçado por conta de uma maior influência da fé na formação do voto do fiel, acertam menos o número do seu candidato nas urnas: 75% sabem dizer o que devem apertar na urna eletrônica, quatro pontos percentuais abaixo da média geral. Entre católicos, o índice é de 81%.

Embora o nível de convicção seja alto para todos os grupos, crentes também estão um pouco menos decididos quanto ao candidato que optaram: 81% se declaram totalmente resolutos em votar no nome escolhido, número que salta para 86% entre os adeptos do catolicismo.

Para essas duas parcelas cristãs, a margem de erro na pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.

 


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