(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EM CONFIRMA

Carlos Viana não pode usar dinheiro de Brumadinho em moradia popular

Candidato ao governo de Minas afirmou no Twitter que usaria verba de reparação da tragédia em obras, mas indenização não pode ser usada em promessa de campanha


09/09/2022 17:13 - atualizado 09/09/2022 18:47

Confirma
Indenização de Brumadinho tem destino certo e deve respeitar estritamente o que foi definido na esfera judicial (foto: Editoria de arte/EM)
O candidato ao governo de Minas, Carlos Viana (PL), publicou o seguinte tuíte no último dia 23/8: "Nós temos 37 bilhões de reparação do acidente de Brumadinho, que o governo do Estado não teve competência para usar. Eu pretendo investir parte desse dinheiro em habitação popular, dando dignidade às pessoas". 



O EM Confirma verificou e concluiu que a citação é ENGANOSA

A indenização da Vale pela tragédia de Brumadinho, onde 266 pessoas morreram e quatro ainda estão desaparecidas desde 2019, na Região Central de Minas, tem destino certo e deve respeitar estritamente o que foi definido na esfera judicial. Os R$ 37,7 bilhões para reparação do rompimento da Barragem B1, na mina do Córrego do Feijão, é fruto de acordo histórico homologado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O documento define as obrigações de fazer e de pagar pela companhia. Logo, não pode ser usado de outra forma nem constituir promessa de campanha.  

O valor foi definido em fevereiro do ano passado em acordo entre a Vale, o estado e instituições públicas. O documento estabelece projetos sociais e ambientais para reparar e compensar os danos coletivos. Entre as ações, estão transferência de renda e obras para melhorar a qualidade de vida dos atingidos. Há ainda investimentos no Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte (entroncamento entre a BR-381, BR-040 e BR-262) para pôr fim aos gargalos do atual Anel Rodoviário; recursos para o pagamento do Programa de Transferência de Renda à população atingida e investimentos na recuperação de municípios da Bacia do Rio Paraopeba. Recursos também serão destinados para áreas de saúde, saneamento e infraestrutura.  

Dos R$ 37,7 bilhões, a Vale repassará um total de R$ 11,06 bilhões ao estado. Os recursos serão usados em ações e obras a serem feitas pelo Executivo estadual, como melhoria da pavimentação de rodovias mineiras, construção de pontes e intervenções em hospitais. A aplicação dos valores é garantida pela Lei 23.830/2021, sancionada em agosto do ano passado e que autoriza o governo do estado a implementar as medidas que ficaram sob sua responsabilidade. 

Os outros R$ 26 bilhões previstos no acordo serão usados pela Vale em ações definidas com o governo de Minas. A Vale informou por meio de nota, que já estão em execução os projetos socioeconômicos para Brumadinho e 25 municípios da bacia do Rio Paraopeba. Dezesseis projetos prioritários receberam ordem de início e estão em andamento, entre eles, a estruturação de salas de emergências em 26 municípios e a entrega de 75 equipamentos para manutenção de estradas rurais. 

A Vale acrescentou que até o momento já desembolsou cerca de R$ 18,5 bilhões. A mineradora recebeu ainda 150 iniciativas para detalhamento, fruto de consulta popular que teve participação de 10 mil moradores dos 26 municípios atingidos. Entre as propostas estão a construção de 1,5 mil moradias populares, creches e unidades básicas de saúde.  

Logo, Carlos Viana não pode investir parte dos R$ 37 bilhões em moradias populares. Primeiro, porque as ações foram definidas em acordo homologado na Justiça. Segundo, porque o Estado não detém essa soma em sua totalidade. E, por fim, porque uma lei estadual garante a correta aplicação dos valores.  


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)