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Estado de Minas DATAFOLHA

Lula mantém vantagem ampla entre beneficiários do Auxílio Brasil

Pesquisa aponta que, mesmo após a liberação da segunda parcela do programa, Lula tem 56% das intenções de voto entre beneficiários, enquanto Bolsonaro tem 28%


03/09/2022 08:05 - atualizado 03/09/2022 08:29

Lula em campanha eleitoral
(foto: MICHAEL DANTAS / AFP)


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve vantagem ampla sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) entre eleitores que recebem o Auxílio Brasil mesmo após a liberação da segunda parcela do benefício adicional que o programa começou a pagar em agosto.

Pesquisa feita pelo Datafolha nesta semana mostra que Lula tem 56% das intenções de voto entre beneficiários do programa, e Bolsonaro, 28%. Os dois mantiveram os mesmos números do levantamento anterior, realizado há duas semanas, após o pagamento da primeira parcela.

Entre os não beneficiários, o petista oscilou de 44% para 42% das preferências, dentro da margem de erro da pesquisa, e o presidente se manteve estável, com 34%. Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiveram oscilações positivas nos dois grupos, também na margem.

A vantagem de Lula sobre Bolsonaro, de 28 pontos porcentuais entre os que recebem o Auxílio Brasil, cai para 22 pontos entre os eleitores que estão fora do programa social. Segundo o Datafolha, 24% dos entrevistados recebem a renda assistencial ou moram com um beneficiário do programa.

O instituto entrevistou 5.734 pessoas em 285 municípios entre terça (30) e quinta-feira (1º). A margem de erro do estudo é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Criado pelo governo Bolsonaro há um ano, o Auxílio Brasil atende 20 milhões de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Ele substituiu o Bolsa Família, programa que Lula lançou em seu primeiro mandato e virou marca registrada das administrações petistas.

O auxílio é uma das principais apostas do presidente para recuperar sua popularidade e responder às preocupações dos eleitores com o futuro da economia em sua campanha pela reeleição, mas as pesquisas sugerem que o impacto eleitoral do programa foi reduzido.

Desde o início dos pagamentos, Bolsonaro ganhou pontos entre eleitores de baixa renda, onde se concentram os beneficiários do programa. Mas a vantagem de Lula sobre o presidente continua muito grande nesse segmento, que reúne mais da metade do eleitorado.

Entre os eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.424), Lula tinha 56% das intenções de voto em maio e agora tem 54%. Bolsonaro tinha 20% das preferências nesse segmento e alcançou 25% nesta semana, de acordo a pesquisa do Datafolha.

A avaliação que os beneficiários do Auxílio Brasil fazem do desempenho do presidente à frente do governo melhorou nos últimos meses, aproximando-se da que o conjunto da população faz. Nos dois casos, porém, a avaliação do governo é predominantemente negativa.

Segundo o Datafolha, 42% dos eleitores consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, 31% o julgam ótimo ou bom e 27% o acham regular. Entre os que recebem os pagamentos do Auxílio Brasil, 41% reprovam o governo, 28% o aprovam e 30% o consideram regular.

Até julho, o Auxílio Brasil pagava R$ 400 por beneficiário. O valor total foi elevado para R$ 600 com a criação do benefício adicional, mas seu destino ainda é incerto. Por lei, o pagamento extra só está garantido até dezembro. Lula e Bolsonaro prometem mantê-lo se forem eleitos.

Pesquisas anteriores do Datafolha mostraram que a maioria dos eleitores que recebem o auxílio acha os valores pagos pelo governo insuficientes, mesmo após a introdução do benefício adicional, e acredita que ele só foi criado porque o presidente quer se reeleger.

Famílias que fazem parte do programa social também poderão contratar empréstimos consignados atrelados ao benefício, comprometendo até 40% de sua renda com os pagamentos.

O governo prevê que o consignado começará em meados de setembro. Segundo o Ministério da Cidadania, é preciso aguardar a regulamentação do órgão para, só depois, assinar contrato com as entidades que poderão oferecer o empréstimo.

A pesquisa do Datafolha mostra que a maioria não pretende tomar o crédito. Segundo o instituto, 67% dos que recebem o auxílio disseram que não pretendem contratar empréstimos na modalidade criada pelo governo. Somente 27% se disseram interessados em tomar o dinheiro nessas condições. Outros 6% disseram que não sabem o que farão.

De acordo com a lei que criou o Auxílio Brasil, podem se cadastrar para receber os pagamentos famílias em situação classificada como extrema pobreza, com renda familiar mensal per capita de até R$ 105, ou pobreza, com ganhos de até R$ 210 por integrante da família.

Conforme o Datafolha, o interesse pelo empréstimo consignado é maior entre os beneficiários com idade entre 35 e 44 anos, chegando a 32%, e entre os que possuem renda familiar mensal de dois a cinco salários mínimos (R$ 6.060), segmento em que alcança 29%.

A possibilidade dos empréstimos foi criticada por especialistas e entidades de defesa do consumidor que viram na medida um estímulo ao endividamento de famílias muito vulneráveis, que já encontram dificuldades para garantir seu sustento e por isso entraram no programa.

Mas há também situações em que o crédito pode ser vantajoso, para beneficiários que queiram abrir negócio próprio ou evitar a perda de bens dados em garantia de outros financiamentos. Juros e outras condições serão definidos pelas instituições financeiras, não pelo governo.

A pesquisa mostra que o interesse é maior entre beneficiários do Auxílio Brasil que integram segmentos menos vulneráveis do mercado de trabalho: assalariados com registro em carteira de trabalho (29%), autônomos e profissionais liberais (30%) e pequenos empresários (38%).


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