(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas #PRAENTENDER

Vídeo explica por que Minas Gerais é decisiva nas eleições presidenciais

Colégio eleitoral, espaço geográfico, cultura diversa e histórico político mostram o poder do voto do eleitor mineiro no pleito presidencial


31/08/2022 12:00 - atualizado 14/09/2022 15:42


Só no mês de agosto, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) veio a Minas Gerais quatro vezes. Bolsonaro, inclusive, escolheu o estado para inaugurar sua campanha política às eleições 2022, mesmo que sua carreira tenha sido centrada integralmente no Rio de Janeiro. Seu opositor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também inaugurou sua campanha em Minas Gerais. O petista escolheu a capital Belo Horizonte para iniciar sua corrida presidencial e, agora no mês de setembro, vai percorrer pelo interior do estado. 

Sabe por que os presidenciáveis estão concentrando esforços em Minas Gerais durante a campanha política deste ano? Porque a história mostra que quem ganha no estado mineiro, ganha no Brasil. Fizemos este vídeo #PraEntender as razões que cercam essa premissa e para mostrar ao eleitor mineiro a relevância do seu voto. 

A história explica grande parte dessa constatação. Minas Gerais sempre esteve perto do poder. E isso não é um fato recente. O estado mantém essa tradição desde o tempo imperial. Famílias que, atualmente, são parte do poderio mineiro, iniciaram a tradição política do estado desde a Constituinte do Primeiro Reinado, em 1823, com o santista José Bonifácio de Andrada e Silva, que atuou ativamente na Independência do Brasil.

Outra família que retrata bem a longevidade do poderio mineiro é a dos Almeida Neves, que elegeu o presidente Tancredo Neves em 1985, porém não empossado devido ao seu óbito. O neto de Tancredo, Aécio Neves (PSDB), foi governador de Minas Gerais por dois mandatos seguidos, entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de março de 2010. Depois, foi Senador pelo mesmo estado, de 2011 a 2019, e atualmente é deputado federal.

Getúlio Vargas, a exceção

Um fato histórico que mostra bem o poder que Minas Gerais tem na eleição presidencial nos faz voltar à década de 1930, quando Getúlio Vargas, gaúcho, foi eleito presidente do Brasil. Vargas acabou com a política do Café com Leite, um acordo firmado entre as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, que acontecia desde 1898. Essa política tinha o objetivo de alternar o poder federal entre esses dois estados: ora o presidente do Brasil era mineiro, ora era paulista.
Getúlio Vargas em foto preto e branca
Getúlio Vargas foi o único presidente do Brasil que foi eleito sem ter a maioria dos votos dos mineiros (foto: Reprodução)

Vargas conseguiu ainda outro marco importante. Foi o único presidente brasileiro, desde 1945, a ser eleito sem obter maioria em Minas Gerais. Isso ocorreu depois dos seus 15 anos de mandato, após 1930. Até 1945, Vargas ainda era presidente do Brasil e, quando saiu, tentou retomar o poder em 1950. Na época, ele não tinha a “benção” dos mineiros, que apoiavam o brigadeiro Eduardo Gomes, da União Democrática Nacional, a UDN.

Com 1.936.601 eleitores em 1950, Minas já era o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. E conquistar o apoio do estado poderia ser crucial no resultado das eleições. Mas não foi isso que aconteceu. Eduardo Gomes ganhou em Minas, com 34,8%, mas Vargas ganhou no Brasil, conquistando 48% dos votos válidos.

“Até por isso que a história das eleições traz somente Getúlio Vargas nos anos 50 que não venceu em Minas e conseguiu vencer as eleições. Era uma eleição conturbada, de um governo pós Dutra, que foi muito complexo, de um período de ditadura do Vargas. Minas Gerais com uma tradição política muito conservadora apoiando o candidato da UDN, Eduardo Gomes”, afirmou o professor de História da rede pública, Cledison Pereira.

Ver galeria . 11 Fotos Resultado da eleição presidencial de 1950. Na época, não havia 2º turno.Arte: Denys Lacerda
Resultado da eleição presidencial de 1950. Na época, não havia 2º turno. (foto: Arte: Denys Lacerda )

 

Segundo maior eleitorado do Brasil

Atualmente, alguns fatos reforçam Minas Gerais como um estado-chave para as eleições presidenciais. Somos o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. E ainda, neste ano, Minas Gerais ampliou o número de eleitores, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

São 16.290.870 pessoas aptas para irem às urnas em outubro, apresentando um crescimento de 3,75% em relação às eleições gerais de 2018. Quanto às eleições municipais de 2020, o aumento foi de 2,25%. 

Isso se explica, também, pela extensão territorial do estado. Minas tem, aproximadamente, o tamanho da França. E justamente por esse motivo, há uma diversidade em termos culturais, políticos, artísticos e econômicos. Há um estado do Brasil em cada parte de Minas Gerais. Foi o que afirmou Thiago Rodrigues Silame, doutor em Ciência Política pela UFMG.
arte com a capa do praentender
Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil (foto: Arte EM)

“Minas Gerais é um estado muito diverso do ponto de vista cultural, econômico, político e nós podemos dizer que existem várias Minas Gerais. Nós temos a Minas Gerais paulista, a Minas Gerais carioca, a Minas Gerais goiana, a Minas Gerais nordestina, a Minas Gerais central e vencer em Minas significa uma grande possibilidade de vencer em outras partes do país e angariar a vitória no pleito eleitoral como um todo”, disse o cientista.

Outro dado que mostra bem como Minas é o “espelho do país”, está na análise da porcentagem final dos votos do candidato vencedor no estado e comparar com a votação recebida no Brasil em geral.

Presidentes mineiros

Assim como na política do Café com Leite, lá em 1898, a maioria dos presidentes brasileiros vão se alternando entre Minas Gerais e São Paulo, mostrando que os fatos não mudaram tanto assim. 

Se contarmos Tancredo Neves, Minas Gerais elegeu desde a Nova República outros dois presidentes que nasceram no estado ou tiveram forte ligação política e afetiva com Minas: Itamar Franco (1992), que nasceu num navio, mas foi criado em Juiz de Fora, e Dilma Rousseff, em 2010 e 2014.

O "Beabá da Política"

série Beabá da Política reuniu as principais dúvidas sobre eleições em 22 vídeos e reportagens que respondem essas perguntas de forma direta e fácil de entender. Uma demanda cada vez maior, principalmente entre o eleitorado brasileiro mais jovem. As reportagens estão disponíveis no site do Estado de Minas e no Portal Uai e os vídeos em nossos perfis no TikTokInstagramKwai YouTube.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)