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Estado de Minas DEPOIMENTO

Deputado afirma que Roberto Jefferson comandava PTB mesmo após prisão

Rodrigo ValadareS (SE) disse que o político interferia nas decisões do partido mesmo após a prisão e relata ameaças à Graciela Nienov, ex-presidente da legenda


26/05/2022 17:12

Jefferson com armas
Roberto Jefferson teve a prisão preventiva por tempo indeterminado decretada em 13 de agosto (foto: Reprodução)
 
Em depoimento à Polícia Federal, o deputado estadual Rodrigo Valadares (UB-SE) relatou que o ex-deputado Roberto Jefferson continuava ditando as regras do partido, mesmo após sua prisão. O Correio teve acesso ao documento em que o parlamentar afirma que, apesar de ter ocupado o cargo de Secretário de Finanças Nacional da legenda, de 30 de novembro a 11 de março deste ano, nunca teve acesso às senhas para gerenciar o sistema financeiro, pois o controle ficava com integrantes da gestão afastada ligada a Jefferson.
 
Valadares afirmou que Roberto Jefferson presidia o partido informalmente. O secretário jurídico do partido, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, teria publicado, no grupo de WhatsApp do diretório nacional do PTB, uma carta do ex-deputado demitindo a então presidente do partido, Graciela Nienov. Com a saída dela, assumiu o deputado Marcus Vinícius de Vasconcellos Ferreira, conhecido como "Neskau”.

No entanto, a gestão de Neskau no PTB durou pouco. No dia 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o afastamento dele por 180 dias. O magistrado citou o contato do parlamentar com Jefferson, que estaria influenciando em decisões partidárias.

Rodrigo Valadares também foi questionado se Roberto Jefferson estaria utilizado as verbas públicas do fundo partidário do PTB para fins ilícitos, como publicação e disseminação em massa de ataques escancarados e reiterados às instituições democráticas e ao próprio Estado democrático de direito. Ele respondeu que “já ouviu falar sobre tal prática, mas como nunca geriu as finanças do partido, não teria como comprovar tal fato”.

Roberto Jefferson teve a prisão preventiva (por tempo indeterminado) decretada em 13 de agosto. A autorização partiu de Moraes, no âmbito do chamado "inquérito da milícia digital" — continuidade do inquérito dos atos antidemocráticos. Ele chegou a cumprir prisão domiciliar em setembro por conta de problemas de saúde, mas voltou para a prisão por determinação do Supremo. Em agosto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) também denunciou Jefferson por incitação ao crime, ameaça às instituições e homofobia.

Ameaça de agressão

Outro nome bastante citado no depoimento é o de Mauro Rogério Gomes Pessanha. Ele é considerado fiel escudeiro de Roberto Jefferson. Filiado ao PTB, atualmente ocupa o cargo de secretário de finanças do partido, e já concorreu ao posto de deputado federal no Distrito Federal nos anos de 2010, 2014 e 2018, mas não venceu em nenhum pleito.

No depoimento, o parlamentar diz que Mauro Rogério ameaçou Graciela Nienov em um grupo WhatsApp do PTB afirmando que “nunca bateu em mulher, mas se fosse necessário o faria”.

“Denúncias infundadas”
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, que negou qualquer interferência do político na sigla. “Jamais administrou, induziu direta ou indiretamente, financeiramente, politicamente, o Partido Trabalhista Brasileiro. É um sujeito que respeita às instituições e respeita as decisões judiciais”, disse Luiz Gustavo Pereira da Cunha, advogado do político e também secretário jurídico do PTB.

“Uma pena que problemas internos, partidários, tenham chegado ao Supremo Tribunal Federal através de denúncias completamente infundadas e vazias perpetradas por Rodrigo Valadares, Jefferson Alves e Graciela Nienov”, concluiu.


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