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Senador Rodrigo Pacheco deve presidir União Brasil em Minas Gerais

Com 99 prefeitos, sete deputados federais, sete estaduais e 972 vereadores, "superlegenda" surge com força no estado


10/10/2021 04:00 - atualizado 10/10/2021 12:07

Rodrigo Pacheco
A agremiação inicia sua trajetória tendo o presidente do Senado como principal liderança no estado (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 17/9/21)
A fusão entre Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL), acertada na semana passada, vai dar origem a uma espécie de “superlegenda”. Desconsideradas as prováveis saídas de bolsonaristas e outras eventuais desfiliações, a União Brasil nasce com 82 deputados federais, quatro governadores, oito senadores e 554 prefeitos. Em Minas Gerais são 99 prefeitos, sete deputados federais, sete estaduais e 972 vereadores. A agremiação inicia sua trajetória no estado tendo Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, como expoente. O Estado de Minas ouviu diversos interlocutores do novo partido e, mesmo ante a tentativa do PSD de levar o congressista para concorrer ao Palácio do Planalto, há quem diga abertamente que o controle da comissão local da União ficará com Pacheco. Paralelamente, lideranças buscam se aglutinar em prol da montagem de chapas competitivas para arrematar mais assentos no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. Ter papel importante na disputa pelo governo também está nos planos.

Em solo mineiro, além da cadeira de Pacheco no Senado, o DEM tem uma comissão – liderada justamente por ele –, dois deputados estaduais e um parlamentar federal. O único democrata eleito para representar o estado na Câmara foi Bilac Pinto. Ele crê na permanência do presidente do Congresso Nacional e assegura que a representação regional da União tem comandante definido. “O nosso presidente em Minas será Rodrigo Pacheco. Já foi acordado. A cúpula do PSL não viu problema, muito pelo status do Pacheco, político hoje do alto escalão do DEM e até da política nacional. Está acordado que ele será o presidente em Minas", diz. A declaração vai ao encontro do que, sob reservas, afirma outro mineiro pertencente à União. A avaliação é que se Pacheco desejar a direção, não vão haver vozes opositoras à ideia. O fato de ele comandar o Senado tem bastante peso na equação.
 
No Congresso, Bilac, suplente na Comissão Executiva da nova legenda, vai se somar aos seis deputados eleitos pelo PSL. Um deles, o delegado Marcelo Freitas, dirige a Executiva estadual. Há outros cinco representantes no Parlamento estadual. “O objetivo nosso, agora, principalmente o meu, de Marcelo e de Bilac, que já manifestamos (a intenção) de continuar no partido, é poder montar uma chapa forte, eleger grande número de deputados federais e estaduais e participar, como protagonista, das eleições do estado. Estamos vendo nomes para vir ao governo ou participar de forma efetiva, com a indicação de um vice”, adianta Charlles Evangelista, um dos pesselistas de Minas com mandato em Brasília.

A presidência nacional da União Brasil ficará com o deputado federal Luciano Bivar (PE), que dirigia o PSL. Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, ex-prefeito de Salvador (BA), responsável pelo DEM, será o secretário-geral. Nas vice-presidências, estarão figuras como Ronaldo Caiado, governador de Goiás pela legenda democrata, o ex-senador José Agripino Maia (DEM-RN) e Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação. Pacheco, por seu turno, está na lista de integrantes titulares da Comissão Executiva. O senador foi procurado para comentar a junção, mas não se manifestou. Na semana passada, esteve em missão oficial do Congresso na Itália.

Depois do “casamento”

 Para surgir oficialmente, a União Brasil precisa ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dirigentes esperam que o aval seja concedido em até três meses. “O PSL foi o partido que mostrou mais interesse (em uma junção) e mais identidade. É um partido novo. Quase todo mundo é de primeiro mandato. O DEM tem uma experiência longa. Menos deputados, mas com muito mais mandatos. A gente espera (que a fusão) seja o início de uma renovação político-partidária no país”, diz o ex-deputado federal Carlos Melles. A identidade entre as propostas defendidas pelas siglas é apontada, também, por Charlles Evangelista. “DEM e PSL têm bandeiras parecidas, principalmente, na área econômica — o liberalismo”.

Depois do “papel passado”, a União Brasil mira ser alternativa à polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É a união de dois partidos grandes e, como diz o nome, é a tentativa de tirar o Brasil dessa radicalização que estão propondo. Tenho certeza que foi o melhor a se fazer. Já temos até dois pré-candidatos à Presidência da República: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Rodrigo Pacheco”, observa Bilac Pinto. Nas palavras dele, a nova legenda se guia por “ideias liberais, mas não radicais”.

Além de Mandetta e Pacheco, outro pré-candidato ao Planalto associado à agremiação é o apresentador de TV José Luiz Datena, levado ao PSL por Luciano Bivar. De grandes proporções, a União Brasil vai morder as maiores fatias do fundo eleitoral e dos recursos repassados anualmente às legendas. O tempo de televisão destinado às campanhas políticas também terá a predominância dos que concorrerem pelo 44. O cientista político Felipe Nunes, professor da Universidade  Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, crê que a União Brasil tem potencial para obter resultados positivos já no pleito que se avizinha. “Mais do que ser uma aliança de direita, esquerda ou centro, ele (o partido) visa um melhor resultado eleitoral”.

Debandada bolsonarista

Parte dos 54 deputados federais eleitos pelo PSL foi eleita na esteira da onda capitaneada pela campanha do presidente Jair Bolsonaro. Outro grupo, por seu turno, é ligado ao presidente Luciano Bivar. Internamente, as alas são chamadas de “PSL raiz” e “PSL bolsonarista”. A reboque do presidente, o PSL multiplicou por quase sete vezes o número de representantes na Câmara – partido terminou a legislatura passada com oito deputados. Um dos pesselistas mais próximos a Bolsonaro é Cabo Junio Amaral (MG). “Em nenhum momento a ala bolsonarista foi consultada. A gente soube tudo pela imprensa”, relata.

Amaral, no entanto, ressalta que a fusão não é preponderante em seus cálculos políticos. A definição sobre o partido que vai abrigá-lo em 2022 passa, sobretudo, pelos sinais emitidos pelo capitão reformado. “Mesmo sendo só o PSL ou o partido da fusão, meu principal critério de avaliação vai ser a figura (de) Bolsonaro. Para mim, é indiferente está o PSL sozinho ou a fusão para fins de decisão posterior sobre a escolha de por qual partido estarei na próxima eleição”, pontua, ressaltando que nenhum cenário é descartado.

O parlamentar diz ter sido surpreendido com o início das conversas sobre a junção. “Não entendi o que o PSL tem a ganhar com isso, mas também não é muito da minha conta, tendo em vista que a gente não tem proximidade com a direção nacional”. No DEM, que também tem figuras intimamente ligadas a Bolsonaro, Onyx Lorenzoni,  ministro do Trabalho e da Previdência, votou contra a associação ao PSL. Ele propôs que a nova legenda apoiasse o presidente em eventual tentativa de reeleição. Onyx, que ocupa a quarta pasta diferente desde o início do governo,adotou tom direto ao tratar da fusão. “Só faria sentido um novo partido se fosse para reforçar a direita brasileira. Eu sou do velho e bom PFL”. A debandada de parlamentares bolsonaristas é admitida, inclusive, por ACM Neto. O secretário-geral do futuro partido já afirmou que a agremiação não pretende despender esforços para tentar manter esse grupo.
 
 
RAIO-X DA UNIÃO BRASIL 
(sem considerar possíveis desfiliações)
No Brasil

*  82 deputados federais (54 do PSL e 28 do DEM)

*  8 senadores (6 do DEM e 2 do PSL)

*   4 governadores (PSL tem RO e TO; DEM tem GO e MT)

*  554 prefeitos (464 do DEM e 90 do PSL)

*  5.546 vereadores (4.341 do DEM e 1.205 do PSL)

*  130 deputados estaduais (76 do PSL e 54 do DEM)


Em Minas Gerais

*   99 prefeitos (84 do DEM e 15 do PSL);

*  92 vice-prefeitos (64 do DEM e 28 do PSL);

*   7 deputados federais (6 do PSL e 1 do DEM);

*   7 deputados estaduais (5 do PSL e 2 do DEM).

*   972 vereadores (756 do DEM e 216 do PSL);


Em Belo Horizonte

2 vereadores (1 do DEM e 1 do PSL)


QUEM SÃO OS MINEIROS NA “SUPERLEGENDA”

Senador – Rodrigo Pacheco (DEM).

Deputados federais – Bilac Pinto (DEM); Alê Silva, Charlles Evangelista, 
Delegado Marcelo Freitas, Junio Amaral, Léo Motta 
e Marcelo Álvaro Antônio (PSL).

Deputados estaduais – Silva e Ione Pinheiro (DEM); Coronel Sandro, 
Coronel Henrique, Delegada Sheila, 
Delegado Heli Grilo e Professor Irineu (PSL).

Vereadores de BH – Álvaro Damião (DEM) e Léo Burguês (PSL).


» Dados sobre deputados federais, governadores senadores referentes a 2021

» Dados sobre prefeitos e vereadores referentes à eleição de 2020;

» Dados sobre deputados estaduais referentes à eleição de 2018


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