
“Me parece que é o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo. Nunca tive notícia de um ministro do Meio Ambiente se manifestando contrariamente a uma operação que visa proteger a floresta amazônica. É um fato inédito e que me surpreendeu”, afirmou Saraiva.
As declarações foram feitas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Durante a reunião ministerial de 22 de abril de 2020, marcada em razão da saída do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro do governo, Salles afirmou que o governo precisava aproveitar as atenções voltadas para à COVID-19 para passar “a boiada” no Amazonas. Ao comentar o caso, Saraiva afirmou que “na Polícia Federal não vai passar boiada”.
Entenda: Entidades repudiam declarações de Salles sobre 'passar a boiada'
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Segundo o superintendente, as empresas investigadas na operação realizada em dezembro estavam trabalhando de forma ilegal na região.
Ele se referiu aos empresários como “organização criminosa”. “Não merecem nem a denominação de empresas. Têm a vida dedicada ao crime, ao furto de bens públicos, à fraude, à corrupção de servidores públicos”, pontuou.
Entenda
A operação Handroanthus GLO, da Polícia Federal, foi realizada na divisa do Pará com o Amazonas e culminou na maior apreensão de madeira nativa da história do Brasil extraída ilegalmente. Os agentes apreenderam 131,1 mil m3 de toras, volume suficiente para a construção de 2.620 casas populares.