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Estado de Minas Crise sanitária

Após reação de Arthur Lira, deputados querem impor freios em Bolsonaro

Apesar da criação de um comitê de crise contra a COVID-19, parlamentares seguem defendendo uma investigação contra o Planalto


28/03/2021 04:00 - atualizado 28/03/2021 07:30

Críticos colocam o presidente Jair Bolsonaro na berlinda(foto: MARCOS CORREA/AFP )
Críticos colocam o presidente Jair Bolsonaro na berlinda (foto: MARCOS CORREA/AFP )

Brasília – A mudança no comportamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o governo surge porque, de acordo com parlamentares, o Congresso não pode assistir incólume ao pior momento do Brasil na crise sanitária.

“Não é possível que a Câmara dos Deputados siga alheia à tragédia que o nosso povo está vivendo todos os dias. A Câmara não tem o direito de ficar assistindo ao país ir para o buraco apenas para atender aos delírios de um presidente negacionista. Temos que puxar para este Parlamento a responsabilidade quando não temos governo”, diz o deputado Nilto Tatto (PT-SP).
 
Por mais que o presidente tenha tentado amenizar o clima com a criação de um comitê de crise para acompanhamento das ações do governo contra a COVID-19, parlamentares seguem defendendo uma investigação contra o Planalto por meio de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Além disso, voltou à tona o pleito para que seja aberto um processo de impeachment contra Bolsonaro.
 
“Precisamos parar este governo. O que falta ao Parlamento para fazer isso? Falta a compreensão de que nós, de fato, representamos o povo. E o Parlamento precisa ter a compreensão do seu papel. Portanto, nós não podemos votar nada que não seja referente à pandemia. Precisamos tomar medidas, investigar os crimes de Bolsonaro e fazer o impeachment deste presidente”, frisa a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), vice-líder da oposição.

DEFESA


Por outro lado, alguns parlamentares querem evitar virar as costas a Bolsonaro e pedem aos demais colegas que tenham paciência. O pronunciamento do presidente na semana passada, em que ele defendeu a importância da vacinação e garantiu que todos os brasileiros estarão vacinados até o fim de 2021, e o gabinete de crise instituído para fiscalizar o Executivo na condução da pandemia são pontos destacados pelos políticos, que falam em dar um voto de confiança ao mandatário.
 
“Eu senti que há uma esperança no discurso do presidente Bolsonaro. Antes tarde do que mais tarde, porque nós precisamos salvar vidas pela frente. Vamos olhar para a frente, vamos virar a página, vamos ter compreensão. Demorou? Demorou. Mas vamos seguir. Precisamos ter a compreensão de que a saída para tudo isso só tem um nome: vacina”, analisa o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).
 
“O governo Bolsonaro, já firmou acordos para a compra de 562 milhões de doses de vacinas: 222 milhões da Oxford, 130 milhões do Butantan, 42 milhões da Covax Facility, 20 milhões da Covaxin, 10 milhões da Sputnik, 100 milhões da Pfizer e 38 milhões da Janssen. A Fiocruz vai produzir 6 milhões de doses por semana. Tenho certeza absoluta de que iremos vencer este período difícil para todos nós. Vamos vencer ainda em pouco tempo, e o Brasil vai poder se orgulhar do presidente que elegeu em 2018”, completa o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
 
Para o cientista político Márcio Coimbra, o presidente Jair Bolsonaro não gosta de ser contrariado e dificilmente mudará isso. Prova disso é aceitar a troca de um ministro, como foi o caso da Saúde, mas impedir que aliados políticos indiquem o substituto.

"Bolsonaro não sabe dirigir a Presidência profissionalmente, cria muitos conflitos. Trabalha mais na destruição do que na construção. O Centrão aluga estabilidade política, mas cobra um preço. Se Bolsonaro não entender a dinâmica desse jogo, sofrerá as consequências", afirma.
 
A adoção de uma nova postura, segundo Coimbra, só ocorrerá caso Bolsonaro sentir que seu cargo está ameaçado pelo isolamento político — o que não parece ocorrer ainda, pois o Centrão deseja extrair o máximo que puder do governo, indicando cargos e ganhando influência para garantir a reeleição dos parlamentares no ano que vem.

Já o professor da Fundação Getulio Vargas Eduardo Grin diz que se trata de os partidos de centro estarem contra ou a favor do presidente, mas há, entre essas duas opções, um meio-termo que faz mais sentido. "Eles estão se aproveitando da instabilidade. Isso ainda é vantajoso, mas tem prazo de validade. Se eles virem que não conseguem se reeleger em 2022, vão sair fora.”



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