
Uma das bandeiras prioritárias do mandato de Nely é o combate à violência de gênero. Ela conta que diversos cidadãos costumam participar de debates do tipo. Para conciliar as funções de comando da Câmara e as atribuições comuns aos 41 vereadores, tem o apoio de seus assessores. Além disso, recorre à internet para se aproximar da população. “A comunicação através das redes facilita a atenção ao cidadão em qualquer momento ou lugar”, explica a parlamentar, escolhida por 6.788 belo-horizontinos.
Nely crê ter conseguido ajudar a mudar a imagem da Câmara ante a opinião pública. Durante o primeiro processo de cassação da Casa – Cláudio Duarte perdeu o mandato por desvio de verbas públicas – ela era presidente. Na visão da vereadora, a pandemia do novo coronavírus acelerou transformações que podem modificar a estrutura do Legislativo, como as reuniões remotas e a informatização de atividades.
Como conciliar, nestes dois anos, a presidência da Câmara e as atribuições comuns a todos os parlamentares?
São muitas as atribuições e funções que foram acrescentadas à função parlamentar após estar à frente da presidência da Casa. O que demandou um trabalho mais próximo e minucioso às questões administrativas, mas não me afastou das funções de vereadora, pois tenho uma equipe muito experiente e que me auxilia perfeitamente sem que traga ônus ao exercício parlamentar. Algumas questões que demandam participação presencial, como reuniões e visitas técnicas, continuaram normalmente com minha presença e da minha assessoria. Outro ponto é a comunicação através das redes, que facilita a atenção ao cidadão em qualquer momento ou lugar.
Qual a bandeira prioritária para o segundo mandato?
Minha bandeira principal sempre foi o belo-horizontino. Atendemos a diversas pautas e procuramos encontrar a melhor solução sempre através do diálogo. Neste mandato, as principais pautas foram no combate à violência contra a mulher, que posso destacar ser a principal pela afinidade aos cidadãos em propor projetos e trazer essas discussões ao gabinete. Mas todas as pautas apresentadas são amplamente discutidas, independentemente de bandeira ou orientação política.
Como avalia a atual legislatura? O que pode melhorar para 2021?
Foi um mandato de mudança na funcionalidade da Casa, na estrutura e imagem que a Câmara tinha na sociedade. Houve muitas melhorias, que foram necessárias, e acredito que a população teve maior participação nas decisões – é uma participação ainda pequena, mas que cresceu muito em relação aos anos anteriores, fato que podemos atribuir também à facilidade de acesso ao parlamentar através das redes. A pandemia da COVID-19 trouxe novas atitudes e preocupações para todos, agilizou mudanças que provavelmente terão sequência nos próximos anos, como reuniões remotas e semipresenciais e digitalização de protocolos. Em 2021, teremos renovação de mais de 58% na grade dos vereadores, o que trará muitas ideias novas e discussões de novos pontos de vista da cidade. O resultado disso será mudança e renovação, pontos necessários para Belo Horizonte continuar evoluindo.
O que levou a senhora a tentar a recondução à presidência?
A confiança dos meus pares no trabalho executado. A reeleição foi decidida após diversas conversas com colegas parlamentares, que manifestaram o desejo de dar continuidade comigo à frente da Mesa Diretora. Desejo deles, o que me mantém serena e firme nessa decisão e me motiva a seguir executando um trabalho merecedor desse reconhecimento.
Nesta legislatura, há quatro vereadoras. A partir do ano que vem, serão 11. Como avalia esse salto?
Não podemos negar o avanço, apesar de não garantir igualdade. Tenho orgulho em fazer parte dessa luta histórica para garantir a elevação da representação das mulheres e da política para mulheres. A democracia só existirá de fato quando as mulheres estiverem mais representadas em nosso cenário político, tornando a sociedade mais igualitária, justa e inclusiva.
