Jornal Estado de Minas

PREFEITO REELEITO

Perdeu Kalil no Roda Viva? Confira como foi a entrevista

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), foi o convidado na noite desta segunda-feira (30/11) pelo programa Roda Viva, da TV Cultura. A entrevista foi comemorada pela apresentadora, Vera Magalhães, que chegou a comparar a presença dele com um “dia na Disney”. 





Além de Vera, estavam na bancada Cecília Oliveira, jornalista do The Intercept Brasil; Ricardo Corrêa, editor de política do jornal O Tempo: Pedro Venceslau, repórter de política do jornal O Estado de S. Paulo; Carolina Linhares, repórter do jornal Folha de S.Paulo, e Márcia Maria Cruz, doutora em Ciência Política e mestre em Comunicação Social pela UFMG e repórter do Estado de Minas

Durante quase duas horas, o prefeito falou sua gestão, não poupou outros políticos, alfinetou o Cruzeiro e avaliou suas possibilidades no futuro, embalado por sua reeleição expressiva. 

Kalil confirmou que a presidência está no seu radar. “Se eles quiserem me carregar (para a Presidência), é claro que eu vou”, disse, admitindo que poderia ser o líder de uma chapa do PSD para disputar o cargo. 



Ele também afirmou que não descarta disputar o governo do estado em 2022.  “Não é fora de cogitação, respondi isso durante a campanha. Mas é óbvio que tenho que respeitar a votação que tive, ainda nem assumi o segundo mandato. Temos que ver também qual será a situação de Minas daqui a dois anos, ninguém sabe", disse. 

Kalil aproveitou para rebater o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que afirmou que o prefeito “fala muito e não faz nada”. “Acho que o governo de Minas está envenenado. Ontem me mandaram uma gravação de uma entrevista que ele deu. Quando me citaram, ele falou assim: 'Fala muito e não fez nada'. O que eu tenho para falar do governador de Minas é que ele não fala nada e não faz nada. Belo Horizonte está fora do cardápio do governo de Minas. Como eu sou devedor de alguém, eu agrado quem eu devo. Agride Belo Horizonte como se não estivesse devendo a Belo Horizonte, ao longo dos 36 meses que ele prometeu pagar, quase R$ 700 milhões”, criticou. 


Vacinação 


Kalil não poupou a condução de Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus, e afirmou que o presidente errou. “O presidente Bolsonaro errou muito na pandemia. Por quê que ele errou muito? Vamos ser muito sinceros. Ele derramou dinheiro na pandemia. Negar a pandemia era verbalizar. Foi de graça. Não custou nada. Então o mais difícil de fazer, ele fez. Não economizou na pandemia. Se ele não tivesse negado, ele teria gastado a metade do que ele gastou. Se ele tivesse liderado a nação, ele teria gastado a metade do que ele gastou”, disse Kalil. 




 
 

Ele também lamentou que a vacinação contra a COVID-19 esteja sendo politizada por Bolsonaro e pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Quando um não quer, dois não briga. (A briga) Foi politizada pelos dois, sim. A eleição de 2022 está longe. Se essa vacina chinesa chegar rápido e dar certo? Você acha que o governo federal vai ter peito de não comprar? Isso é crime. É impeachment”, disparou. 



Gestão


Questionado sobre uma das suas principais promessas da campanha de 2016, a abertura da caixa-preta da BHTrans, Kalil afirmou que pretende criar uma espécie de supersecretaria, que vai agregar a gestão do trânsito na cidade e as grandes obras da cidade, e será gerida pelo vice-prefeito Fuad Noman. 

Kalil também revelou o motivo que o fez abrir os shoppings populares durante um dos momentos mais agudos da pandemia da COVID-19 em Belo Horizonte. “Lá estão acolhidos presidiários, ex-presidiários, que trabalham no box. Esse foi o meu erro. Não ter explicado isso com muita clareza. A intenção foi de não causar uma convulsão numa cidade que já estava no auge”, detalhou o prefeito. 





O prefeito também justificou os seus problemas com a cobrança do IPTU na cidade, fato que foi explorado por seus rivais durante a campanha. Ele explicou que é dono de 12,5% de uma propriedade, que possui vários sócios. Como a PBH não aceita o pagamento de apenas 12,5% da dívida, Kalil disse que ficou inviável acertar a pendência, uma vez que teria que arcar com todo o débito sozinho. 

audima