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Estado de Minas ELEIÇÕES 2020

TSE vê 'ação de milícias' e pede investigação da PF

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral disse que ataque de grupos extremistas não comprometeu votação e que hackers vazaram dados antigos para "desacreditar o sistema"


17/11/2020 04:00

Luís Roberto Barroso, presidente do TSE:
Luís Roberto Barroso, presidente do TSE: "Há suspeitas de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal)" (foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, negou, na tarde de ontem, a relação dos vazamentos de dados com falhas no sistema que pudessem comprometer a integridade das votações, mas afirmou que a Corte sofreu ataques em massa com propósito difamatório. Segundo Barroso, “milícias digitais” divulgaram informações antigas enquanto as ocorriam, no intuito de “desacreditar o sistema”.

“Há suspeitas de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal)”, detalhou o ministro. Ele também pediu ao diretor-geral da Polícia Federal a instauração de uma investigação “séria e ampla”, como descreveu. As tentativas de invasão foram feitas por meio de servidores localizados no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia. Esse sistema não tem relação com a apuração dos votos, que ocorre por meio de uma rede privada. No mesmo dia, foram divulgados na internet dados pessoais de ex-servidores e ex-ministros.

Ao comentar a defesa ao voto impresso e comentários de apoiadores bolsonaristas que especularam ocorrência de fraudes usando, como argumento, os atrasos nas totalizações dos votos, Barroso disse: “Não costumo reclamar publicamente da demora nos outros Poderes e portanto não vou opinar nessa questão específica. A verdade é que o sistema se revelou totalmente confiável e íntegro desde 1996. Nunca se provou nenhum fato que pudesse desacreditar o sistema. Portanto, não há nenhuma razão para se modificar isso. tenho recebido pedidos para se voltar a votação de cédulas. Aí sim havia muitas fraudes”.

Apesar da defesa ao voto eletrônico, o ministro garantiu: “Não somos apaixonados por urnas eletrônicas, mas por votação limpa”. Caso haja documentos, provas que evidenciem erros, Barroso destacou que a reação imediata será investigar.

Falta de testes

Durante a coletiva de imprensa, Barroso detalhou os atrasos de mais de duas horas na divulgação dos resultados. Segundo a Secretaria de Tecnologia da Informação, a máquina que fez as contagens era nova e, em razão da pandemia, atrasou para chegar no Brasil. Com isso, dos cinco testes previstos, o equipamento só foi submetido a dois. “Em razão das limitações nos testes prévios, no dia da eleição, a inteligência artificial do equipamento demorou a realizar o aprendizado para processar os dados no volume e velocidade com que chegavam. Daí sua lentidão e travamento que exigiu que a totalização fosse interrompida e reiniciada”, disse o ministro.

Mesmo assim, Barroso afirmou que não houve prejuízo à integridade dos dados, tampouco qualquer fraude nas eleições. Para que o sistema esteja melhor adaptado para o segundo turno, o tribunal pretende fazer pequenos ajustes que sejam necessários ao longo das próximas semanas. A forma de totalização (soma dos votos) centralizada no TSE vai continuar no segundo turno. Nas eleições passadas, a totalização era feita pelos tribunais regionais eleitorais e foi alterada por motivos de segurança e de custos.

E MAIS...

Huck fraco

O apresentador Luciano Huck decidiu investir de vez na sua carreira política. Cotado para as eleições presidenciais de 2022, Huck fez doações para seis candidatos nas eleições municipais deste ano. O apresentador investiu cerca de R$ 45 mil, mas nenhum dos nomes se elegeu. A maioria deles se candidatou pelo Cidadania, legenda que almeja lançar a candidatura presidencial de Huck. Na semana passada, o apresentador esteve sob os holofotes depois de almoçar com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sèrgio Moro. Os dois pretendem formar uma chapa para a disputa de 2022. Dos candidatos a vereador que receberam doações de Huck, quatro ficaram como suplentes. Para a prefeitura, Huck apoiou apenas um candidato. Thiago Valério (Cidadania) ficou sem segundo lugar em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Ele recebeu 15.247 votos. Nas eleições passadas, o apresentador doou R$ 285 mil para 14 candidatos.

Abstenção forte

O pleito que definiu a continuidade de Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte por mais quatro anos não contou com a presença de 550.633 eleitores, fazendo com que o percentual de 28,34% batesse o recorde de abstenções na capital mineira em eleições municipais. Uma das causas para o fato é a pandemia da COVID-19. A ausência é 25,4% maior do que o registrado em 2016, quando 438.968 eleitores deixaram de comparecer às urnas no segundo turno, o que representa 22,77% de pessoas aptas a participar do pleito.  Já o Brasil registrou 23,14% de abstenção. A taxa de ausência é a maior dos últimos 20 anos quando o assunto é eleição municipal. Nos pleitos anteriores, os não comparecimentos ficaram em 17,6%, em 2016, e 16,9% em 2012, ambos no primeiro turno.
 
 


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