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Estado de Minas AFASTADO

Senador flagrado com dinheiro na cueca deixa a vice-liderança do governo Bolsonaro

De acordo com despacho publicado no Diário Oficial da União, decisão é efeito do pedido de Chico Rodrigues (DEM-RR), alvo de operação da Polícia Federal


15/10/2020 12:39 - atualizado 15/10/2020 13:10

Chico Rodrigues foi alvo de operação da Polícia Federal nessa quarta (14) em Boa Vista(foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Chico Rodrigues foi alvo de operação da Polícia Federal nessa quarta (14) em Boa Vista (foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Após ser flagrado pela Polícia Federal com R$ 30 mil escondidos na cueca em sua casa, em Boa Vista, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) foi afastado da vice-presidência do governo no Senado Federal. A decisão foi publicada no fim da manhã desta quinta-feira (15), no Diário Oficial da União.

De acordo com o despacho, o pedido de afastamento partiu do próprio senador e foi acatado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Nos termos do art. 66-A do Regimento Interno dessa Casa do Congresso Nacional, em atenção ao pedido do Senhor Senador Francisco de Assis Rodrigues, solicito providências para a sua dispensa da função de Vice-Líder do Governo no Senado Federal”, diz a decisão.

Chico Rodrigues tem uma relação próxima com a família de Jair Bolsonaro. O senador emprega Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, como assessor parlamentar, em seu gabinete no Senado. Léo Índio é muito próximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e é conhecido por ter livre trânsito no Palácio do Planalto.

A operação que flagrou o senador foi realizada no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que dará uma "voadora no pescoço" de quem se envolver em corrupção. A nova expressão foi usada uma semana depois de o presidente ter afirmado que a Lava Jato acabou porque, segundo ele, não há casos de irregularidades em sua gestão. A promessa também foi feita no momento em que Bolsonaro vem sendo criticado por militantes e por lavajatistas que apontam o enfraquecimento da pauta anticorrupção no governo.

Operação


A operação da Polícia Federal nessa quarta (14), em Boa Vista, apurava desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia da COVID-19, oriundos de emendas parlamentares. A investigação acontece sob sigilo e a e ordem de busca e apreensão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.

Ao todo, os valores descobertos na casa do senador chegariam a R$ 100 mil, incluindo o montante encontrado na cueca do parlamentar. A investigação apura indícios de irregularidades em contratações feitas com dinheiro público, que teriam gerado sobrepreço de quase R$ 1 milhão.

A Controladoria-Geral da União (CGU), que também faz parte da investigação, disse que a operação Desvid-19, realizada em Roraima, apura o "desvio de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações". Ainda segundo a CGU, as contratações suspeitas de irregularidades, realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde, envolveriam aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate ao novo coronavírus.

Em nota à imprensa, Rodrigues disse que tem "um passado limpo e uma vida decente" e afirmou nunca ter se envolvido em escândalos. "Acredito na justiça dos homens e na justiça divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima. A Polícia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate à COVID-19 para a saúde do Estado", afirmou o senador.

(Com informações do Estadão Conteúdo)


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