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Estado de Minas ISOLAMENTO CRUCIAL

"A guerra está longe de terminar", diz Zema sobre a COVID-19

Em entrevista à TV Alterosa Leste e ao Estado de Minas, o governador Romeu Zema prevê mais 20 a 25 dias essenciais para que a população mantenha distanciamento, evite sair de casa e tome os cuidados para evitar a propagação do coronavírus.


postado em 23/06/2020 07:00 / atualizado em 23/06/2020 10:12

"As pessoas devem usar a máscara, manter o distanciamento e a higienização. Os grupos de risco têm que ficar isolados. As empresas não podem exigir que alguém do grupo de risco vá trabalhar" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 21/5/20)


Minas Gerais enfrenta a escalada da curva de casos de contaminação pelo novo coronavírus e esse crescimento ainda deve se manter. Para o governador Romeu Zema (Novo), os dias até o pico das mortes e dos registros de infecção, previsto para o próximo dia 15, serão essenciais. “Vencemos muitas batalhas, mas a guerra está longe de terminar — e ainda vai levar alguns meses. O fato de termos ido bem até aqui parece que criou uma sensação de ‘já ganhamos o jogo’, mas não ganhamos. As pessoas precisam, mais do que nunca, abraçar a causa, pois é agora que o número de casos tem crescido”, destacou, nessa segunda-feira, em entrevista exclusiva à TV Alterosa Leste e ao Estado de Minas.

A estratégia do governo estadual mira os dias que antecedem o ponto alto da curva. “Teremos 20 ou 25 dias cruciais. Agora é a hora da verdade. Se a curva crescer mais que o esperado, poderemos enfrentar dificuldades. Estamos fazendo de tudo para chegar no dia 15 dentro de uma situação suportável”, explicou o governador.

Os moradores da área de cobertura da TV Alterosa Leste podem acompanhar a entrevista a partir das 11h30, na versão local do Alterosa Alerta.Veja os principais trechos da entrevista.

Vivemos o momento de maior preocupação em virtude da pandemia no estado?
Estávamos, até então, com a curva pouco acentuada. Agora, a curva começa a ficar (mais) acentuada. Os estudiosos já previam isso e, de certa maneira, não é uma grande surpresa. A previsão é que o pico seja atingido no próximo dia 15. Teremos 20 ou 25 dias cruciais. Agora é a hora da verdade. Se a curva crescer mais que o esperado, poderemos enfrentar dificuldades. Estamos fazendo de tudo para chegar no dia 15 dentro de uma situação suportável.

Como o estado tem feito para evitar a subnotificação? Fazer mais testes está nos planos?

O ideal seria testar, semanalmente, os 21 milhões de mineiros. Infelizmente, tivemos uma série de obstáculos. O governo federal priorizou os estados em situação mais crítica. Vimos, pela televisão, cenas muito dramáticas. Graças a Deus, Minas não estava nessa situação e, por isso, recebeu muito menos testes. A situação financeira do estado não é confortável. Priorizamos a compra de respiradores e o funcionamento de UTIs (unidades de terapia intensiva), o que, efetivamente, salva vidas. Os testes são importantes, mas apenas dão um mapeamento. Além disso, muitos dos exames disponíveis no mercado, além de estarem com sobrepreço, não têm 100% de eficácia. Alguns têm apenas 60%. Se forem feitos 1 mil testes, acabamos não sabendo se quem testou positivo está, com a doença, pois 40% apontam falso positivo. Orientamos os secretários municipais sobre manter parte dos testes para a acentuação da curva, de agora até 15 de julho. Temos um bom estoque e, com certeza, a partir da próxima semana, o número de exames vai ser bastante ampliado.

Governador Valadares é a cidade do Leste mineiro com mais óbitos. Há a possibilidade de criar um hospital de campanha na região?
A prioridade é instalar mais UTIs (unidades de terapia intensiva) nos hospitais já existentes, pois o paciente fica mais bem atendido e tem acesso a muito mais serviços clínicos. Caso a rede hospitalar existente não seja suficiente, o que é pouco provável, vamos passar aos hospitais de campanha. O estado e os municípios estão correndo atrás para melhorar o sistema de transporte, caso seja necessário deslocar pacientes entre cidades. O que o estado tem feito — e já fez — está no limite de nossa capacidade orçamentária e de esforços gerenciais. Precisamos que a população faça a parte dela. As pessoas devem usar a máscara, manter o distanciamento e as medidas de higienização. Os grupos de risco têm que ficar isolados. As empresas não podem exigir que alguém do grupo de risco vá trabalhar. E, aqueles (do grupo de risco) que queiram trabalhar, devem lembrar que ficar doente vai custar muito mais caro. Até agora, vencemos muitas batalhas, mas a guerra está longe de terminar — e ainda vai levar alguns meses. O fato de termos ido bem até agora parece que criou uma sensação de 'já ganhamos o jogo', mas não ganhamos. As pessoas precisam, mais do que nunca, abraçar a causa, pois é agora que o número de casos tem crescido.

Como o estado avalia o avanço do coronavírus no Vale do Aço?
O número de casos em Minas cresceu de modo acentuado nos últimos sete dias, principalmente na semana passada. O Vale do Aço, já há mais tempo, vinha mostrando comportamento que expressava esse crescimento muito superior à média (de todo o estado). Um dos fatos que têm feito a pandemia ficar sob controle é a adesão ao programa Minas Consciente, que é a reativação gradual e segura das atividades econômicas. Em determinadas regiões do estado, como a Sudeste, houve adesão de boa parte dos municípios. E, de 10 de maio até hoje, o número de casos por lá aumentou aproximadamente 290%. Já na região Leste, onde está o Vale do Aço, houve, no mesmo período, aumento superior a 1.300%. Isso significa que, em uma região, o número de casos multiplicou por três e, na outra, por 13. Isso é muito devido a (parte dos) municípios não terem aderido (ao Minas Consciente). A adesão é voluntária, mas faz com que prefeitos precisem tomar posicionamentos que, muitas vezes, não são os mais populares, como o fechamento de atividades comerciais. Há três cidades fechadas: Uberlândia, Patos de Minas e Araxá, além dos municípios vizinhos. Os prefeitos viram que, se a curva continuar acentuada, não terão condição de atender quem precisar da rede hospitalar. Mas há prefeitos que, até o momento, não se atentaram para a situação. Como governador, posso orientar, como tenho feito. O secretário de Saúde (Carlos Eduardo Amaral) tem se reunido com secretários municipais e prefeitos das principais cidades, sobretudo das regiões onde há crescimento acentuado (da curva).

Teófilo Otoni registra rápido crescimento dos números. São mais de 600 casos, fora os municípios do entorno. Como o estado pode ajudar as cidades-polo?
Desde antes da pandemia, tomamos medidas para fortalecer o sistema de saúde. Minas tem sido o segundo estado com menos óbitos por 100 mil habitantes, atrás apenas do Mato Grosso do Sul. Conseguimos mais de 800 novos leitos de UTIs, inclusive em Teófilo Otoni, e adquirimos mais de 1.040 respiradores — mais da metade já chegou e está sendo distribuída. Fizemos um hospital de campanha em Belo Horizonte, com 760 leitos, que ainda não precisaram ser utilizados e, além disso, estamos recuperando mais de 400 ventiladores. Todas as regiões tiveram aumento de casos, mas estamos balanceando a distribuição de recursos, equipamentos e mão de obra conforme a necessidade das localidades. Não queremos deixar nenhuma região desassistida. Teófilo Otoni, hoje, está muito mais bem atendida com relação aos leitos de UTI em comparação a 60 ou 90 dias atrás.





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