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Estado de Minas GOVERNO

Bolsonaro: "Não sou informado e não dá para trabalhar assim"

Enquanto pandemia avança, Advocacia-Geral da União faz petição ao STF pedindo divulgação parcial de falas de Bolsonaro em reunião ministerial


postado em 15/05/2020 04:00 / atualizado em 15/05/2020 09:34

Ex-ministro Sergio Moro pediu demissão e acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal(foto: MARCELO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL)
Ex-ministro Sergio Moro pediu demissão e acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal (foto: MARCELO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL)

Brasília – Durante a crise sanitária da pandemia de COVID-19 no país, a crise política ganha novos capítulos em Brasília. A  Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal a retirada de sigilo apenas das falas do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial realizada em 22 de abril, no Palácio do Planalto, no âmbito do inquérito que investiga as acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre interferências do Planalto na Polícia Federal.

Na petição ao Supremo, a AGU transcreveu falas do presidente que, no entender do órgão, são as que interessam à investigação. Em uma delas, Bolsonaro admitiria a intenção de trocar o superintendente da PF no Rio, o diretor-geral e até o ministro. E outra na qual demonstra insatisfação com informações e relatórios de inteligência da corporação.

As duas falas estão transcritas no pedido ao STF. Uma delas é a seguinte: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f... minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira (…)”.

Cerca de uma hora antes, conforme a transcrição da AGU, Bolsonaro reclamou da falta de informações da PF, Forças Armadas e Agência Brasileira de Inteligência. Ele disse: “Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque está faltando realmente… temos problemas… aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação. Quem é que nunca ficou atrás da porta ouvindo o que o seu filho ou a sua filha tá comentando? Tem que ver pra depois… depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes.”

Bolsonaro continua: “Depois que o moleque encheu os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. [referências a nações amigas] Então essa é a preocupação que temos que ter: “A questão estratégia”. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso – todos – é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade.”

A defesa do ex-ministro Sergio Moro criticou a divulgação parcial do vídeo. O ex-ministro já fez petição ao decano do STF, Celso de Mello, relator da investigação, defendendo a divulgação da íntegra da reunião ministerial, com o argumento de que não há “segredo de Estado”.


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