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Estado de Minas

A trajetória de Moro no governo Bolsonaro após 22 anos de magistratura

O ministro tem estado na corda bamba desde o primeiro mês de governo, diante das ofensivas de Bolsonaro em retirar de seu comando a Polícia Federal


postado em 24/04/2020 10:56 / atualizado em 24/04/2020 11:42

Ministro Sérgio Moro (foto: Flickr)
Ministro Sérgio Moro (foto: Flickr)

Sérgio Moro deixou a magistratura, conforme determina a lei, antes de assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública, em 1º de janeiro de 2019. O ato de exoneração do cargo foi pedido por Moro ao presidente do Tribunal Regional Federal (TRF-4), Carlos Eduardo Tompson Flores Lenz, no dia 16 de novembro de 2018, 16 dias após aceitar o convite do recém-eleito Jair Bolsonaro para assumir o super ministério da Justiça e Segurança Pública, unificado especialmente para a gestão de Moro.

Moro pediu a exoneração, após comunicar, no dia 5 de novembro, quatro dias após aceitar o convite, que sairia de férias, o que repercutiu mal entre setores da magistratura e do Congresso Nacional, pela discrepância de estar ao mesmo tempo no Judiciário e em vias de assumir outro cargo no  Executivo, ferindo a indepedência entre os poderes da República.

Na época, Moro declarou que se sentia ao mesmo tempo 'honrado' e 'pesaroso' ao aceitar o convite. A honra tinha a ver, óbvio,  com o poder e a distinção do cargo. No entanto, ele destacou, na ocasião, que o pesar estava relacionado por deixar 22 anos no cargo de magistrado.

Notoriedade


Mas Moro só ganhou notoriedade a partir da operação Lava-Jato, deflagrada em março de 2014, na Justiça Federal do Paraná. Moro ficou responsável, até se desligar da magistratura, pelos processos,  em primeira instância,  que investigam até hoje o maior esquema de lavagem de dinheiro e propinas que vieram a público no país.

O maior feito da Lava-Jato, comandado por Moro, foi a prisão após condenação em 2ª instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também por ação de Moro foi impedido de assumir o Ministério da Casa Civil da então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em processo conduzido pelo Supremo Tribunal Federal e votado no Congresso Nacional.

Denúncias


No ano passado, uma série de denúncias, iniciadas pelo site Intercept Brasil, depois em pareceria com outros veículos de comunicação, apontaram irregularidades na conduta de Moro e integrantes da  força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) da Operação Lava-Jato, entre eles Dalton Dallagnol.

 

De acordo com as denúncias, eles são suspeitos de costurarem os processos das investigações  da Lava-Jato de forma conjunta, o que é considerado infração grave do processo legal. Vieram a público. com esse viés, mensagens trocadas entre Moro e integrantes do MPF no aplicativo telegram.

O assunto caiu no esquecimento e as denúncias foram atribuídas a hackers, investigados pela Polícia Federal, que chegaram a ser presos e respondem a processo por isso. Moro chegou a ir ao Congresso Nacional, em depimentos na Câmara e no Senado, para responder as denúncias. Negou que tivesse feito conluio com promotores e procuradores para manipular as investigações.

Desavenças com Bolsonaro


A saia justa entre Bolsonaro e Moro começou logo no primeiro mês de governo. O presidente quer, desde aquela época, retirar do comando do Ministério da Justiça a Polícia Federal.

De lá pra cá, Moro tem estado na corda bamba por diversas vezes. O que o segurou até agora é sua alta popularidade, segundo institutos de pesquisas, maior  que a do presidente.

 

Moro só chegou a 'ser ameaçado' em popularidade por Mandetta. O ex-ministron da Saúde ganhou projeção nacional   durante as coletivas que fazia para relatar o boletim da pandemia e quais as providências que estavam sendo tomadas para enfrentar o coronavírus e, por consequência, a COVID-19.


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