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Estado de Minas EDUCAçãO

MEC corrige notas e amplia prazo do Sisu

Houve erros de correção em 5.974 provas do Enem, a maioria deles em Minas. Inscrição para universidades vai até domingo. Ministério Público pede a suspensão do sistema


postado em 21/01/2020 04:00 / atualizado em 21/01/2020 07:39

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que todos os alunos terão o mesmo prazo para escolha da instituição de ensino(foto: Marcelo Camargo/ABR %u2013 2/5/19)
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que todos os alunos terão o mesmo prazo para escolha da instituição de ensino (foto: Marcelo Camargo/ABR %u2013 2/5/19)

Após confirmar erros na correção de 5.974 provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação anunciou ontem a prorrogação do prazo de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O período de inscrição – que começa a partir de hoje – terá mais dois dias, e vai até as 23h59 de domingo. O Ministério da Educação (MEC) informou que todos os 3,9 milhões de exames foram revisados em busca de erros e todas as falhas foram sanadas. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Alexandre Lopes, a maioria dos problemas foram detectadas em quatro cidades: Viçosa, Ituiutaba e Iturama, em Minas Gerais; e Alagoinhas, na Bahia. Ele afirmou que apenas 116 erros foram encontrados em provas de outras cidades. “Os 5,9 mil problemas representam 0,15% do total de participantes do Enem de 2019”, explicou Lopes.

Por meio de suas redes sociais, o ministro da Educação Abraham Weintraub, afirmou que o período de inscrição no Sisu seria ampliado até domingo para que nenhum estudante tivesse menos tempo para analisar em quais das 128 universidades públicas terá melhores chances de conseguir uma vaga. Antes, o período de inscrição se encerraria na sexta-feira. “Ninguém será prejudicado. O Sisu abrirá amanhã (hoje) e terá mais dois dias além do previsto, ou seja, vai até domingo. Novamente pedimos desculpas pelo susto”, escreveu Weintraub.

Na noite de ontem, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), enviou ofício ao ministro da Educação solicitando que a abertura do Sisu seja suspensa até que as falhas na correção do Enem 2019 estejam solucionadas. O pedido foi feito , pouco depois de o ministro afirmar que identificou o erro em 6 mil provas e que iniciará hoje, as inscrições para o Sisu. 

Segundo a procuradoria, o pedido busca evitar que as “inconsistências na correção do Enem, já admitidas pelo MEC, venham a prejudicar milhares de estudantes” que tentam uma vaga nas universidades e institutos federais do país pelo sistema. 

A procuradoria acatou o pedido de estudantes que prestaram o Enem em Viçosa, na Zona da Mata para que o MPF entre com ação para suspender o prazo de inscrição no Sisu. Milhares de alunos usaram as redes sociais desde sexta-feira para denunciar erros em suas notas.

Perguntado sobre o risco de judicialização do processo de seleção para as universidades federais, o presidente do Inep afirmou que as equipes jurídicas do órgão e da Advocacia-Geral da União (AGU) estão de plantão para responder qualquer demandas da Justiça e evitar atrasos ou adiamentos no processo de seleção. “Nossa procuradoria já tinha entrado em contato com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a AGU no final de semana. Estão atentos e monitorando qualquer ação judicial que possa ocorrer. As equipes estão de plantão e darão suporte”, explicou Alexandre Lopes.

Redação No caso da prova de redação, Lopes afirmou que não houve nenhum problema e que o procedimento de correção é diferente das outras provas. Ele afirmou que, para evitar erros nas próximas edições do Enem, serão feitas revisões nos processos de controle de qualidade. A gráfica, apontada por ele como motivo do problema, será acionada em procedimento interno para explicar os motivos dos erros nas correções das provas.

Os problemas no Enem de 2019 vieram à tona após estudantes que fizeram a prova em Minas Gerais denunciarem erros nos resultados divulgados na sexta-feira. A grande mobilização nas redes sociais fez com que o MEC reavaliasse as correções e no sábado a pasta admitiu que o erro poderia ter atingido milhares de participantes. No final de semana, segundo o órgão, equipes do Inep trabalharam em esquema de plantão para revisar todas as 3,9 milhões de provas. Cerca de 172 mil e-mails foram enviados por alunos reclamando das correções e o Inep afirmou que todos foram analisados.


TCU recomendou uso de tecnologia


Ao liberar a contratação da gráfica responsável pela impressão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) buscar nas próximas edições “incorporar evoluções tecnológicas de digitalização e automatização dos processos gráficos relacionados à impressão e preparação das provas” para garantir mais segurança.  A falha identificada nas notas do último exame ocorreu em uma etapa em que a aferição é feita por funcionários e não com o uso de tecnologia.

Da forma como é preparada a prova atualmente, os cartões de respostas dos candidatos não têm nenhum dispositivo tecnológico para identificação, como leitor óptico, por exemplo. A identificação dos cartões para a correção das provas é feita por funcionários. Segundo o governo, o problema na correção teria ocorrido por erro na identificação dos cartões de resposta dos candidatos e da respectiva cor das provas que fizeram. A falha teria ocorrido na gráfica, a empresa Valid: os arquivos com essas informações foram repassadas ao Inep com divergências. Ou seja, o aluno fez a prova de uma cor, mas a nota foi corrigida como se fosse de outra. Oficialmente, o instituto estimou que o problema atingiu 5.974 notas incorretas.

A recomendação do TCU foi feita em abril, quando o órgão liberou em caráter excepcional ao Inep contratar a Valid sem licitação. A empresa que imprimiu as provas dos anos anteriores, a RR Donnelley, decretou falência no dia 1.º de abril e o Inep alegou não haver tempo suficiente para abrir uma nova licitação e, por isso, contratou a segunda colocada do último pregão feito para o Enem, a Valid.

Ao liberar a contratação, o tribunal determinou que o Inep modifique para os próximos anos as regras das suas seleções, que foram consideradas na época lesivas à livre concorrência. Os principais problemas apontados pelos ministros foram o modelo de qualificação econômico-financeira dos participantes e a experiência, mas também apontou a necessidade de a autarquia exigir nos próximos contratos “inovações tecnológicas”.

Em resposta ao TCU, em outubro, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que, para estudar quais novas inovações tecnológicas podem ser adotadas determinou que fosse feito um contrato com a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG). À época, ele disse que a contratação aconteceria em um prazo de 120 dias. Procurados pela reportagem, o MEC e o Inep não responderam sobre as recomendações do TCU e se já estudam quais novos recursos tecnológicos vão exigir da empresa responsável pela produção do próximo Enem.

Apesar de apontar que o erro aconteceu na gráfica, o presidente do Inep afastou a possibilidade de punição à empresa. “Situações, problemas, sempre podem acontecer. O que temos que ter primeiro é transparência”, disse no sábado. 


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