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Estado de Minas

''Quando casei com Malu, perdi os meus direitos'', diz Daniela Mercury

Cantora e esposa participaram de sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos 50 anos do levante de Stonewall


postado em 24/06/2019 12:51 / atualizado em 24/06/2019 13:01

Jornalista Malu Verçosa e canatora Daniela Mercury(foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)
Jornalista Malu Verçosa e canatora Daniela Mercury (foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)

A cantora Daniela Mercury esteve na Câmara dos Deputados na manhã desta segunda-feira (24) para acompanhar a sessão solene em homenagem aos 50 anos do Levante de Stonewall. O evento começou às 11h no plenário Ulysses Guimarães.
 
Daniela foi uma das atrações da Parada do Orgulho Gay, em São Paulo, neste domingo (23). A artista se assumiu homossexual em 2013, e hoje, é militante da causa e luta contra o preconceito e a violência contra a comunidade gay e trans no Brasil. Daniela é casada com a jornalista Malu Verçosa Mercury, que também estava presente na sessão. O casal tem três filhos.

"Eu era casada com um homem, e quando casei com Malu, perdi todos os meus direitos", disse Daniela ao lembrar do início do relacionamento com Malu. A artista citou a importância da parada do orgulho LGBTI em São Paulo, e a necessidade da população continuar cobrando os poderes públicos.

"Nos marginalizaram, nos discriminaram e continuam a fazer isso. Claramente e na luz do dia, em um país democrático, em 2019", continuou. "Precisamos de muitas rebeliões, de muitos stonewalls, de um movimento contínuo da sociedade para que a democracia se efetive e se equalize no direito de todos", completou.

A jornalista Malu Verçosa também chamou atenção para os direitos que foram conquistados nos últimos anos. "Poucos meses depois que a gente estava junto, anunciamos para o mundo que estávamos casadas, mas não podíamos casar", lembrou Malu.

"E aí o CNJ nos deu a possibilidade de nos casarmos no civil e assim o fizemos. Não porque precisássemos daquilo para nos sentirmos casadas, mas porque nosso casamento foi um ato político", afirmou.

O levante  

 
O chamado "levante de Stonewall" foi uma série de manifestações de membros da comunidade LGBTI+ contra as invasões da polícia de Nova York que começou em 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, e durou três dias. Na batida policial, homens que estivessem vestidos de mulher eram presos. Mas, nesse dia, os clientes se recusaram a sair com os policiais ou irem ao banheiro ter o sexo verificado ou a mostrar a identificação.

A polícia novaiorquina reagiu de forma violenta, com agressões e espancamentos, e decidiu levar todos para a delegacia. Uma multidão começou a crescer do lado de fora do bar, e as pessoas presentes começaram a se defender e a lutar contra os oficiais.

 "O que significa Stonewall? Mudo de pedra. Significa que tivemos que atravessar este muro todos esses anos para sermos reconhecidos", disse Toni Reis, diretor da organização brasileira LGBTI, durante o evento. "O que queremos é o privilégio de ser feliz, sem preconceito, discriminação ou violência. É isso que queremos", completou.  

Pedido de desculpas

 
Neste ano, a polícia de Nova York pediu desculpas pela repressão contra a comunidade homossexual durante os protestos de Stonewall.  A parada LGBTI WorldPride ocorrerá na cidade em 30 de junho e homenageará os 50 anos da rebelião. 


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