
Segundo o 'The Intercept', a sugestão de Sérgio Moro teria sido feita ao então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, pelo aplicativo de mensagens Telegram. Segundo a reportagem, o episódio ocorreu em 10 de maio de 2017, quando Moro já presidia um processo criminal contra o ex-presidente.
“O que achou?”, quis saber Moro. O juiz se referia ao maior momento midiático da Lava-Jato , ocorrido após o depoimento do ex-presidente Lula. Segundo a reportagem, Sérgio Moro zombava do réu e de seus advogados enquanto fornecia instruções privadas para a Lava-Jato sobre como se portar publicamente e controlar a narrativa na imprensa.

Lula encerrou com a frase: “Eu estou vivo, e estou me preparando para voltar a ser candidato a presidente desse país”. Era o lançamento informal de sua candidatura às eleições de 2018.
Minutos depois da conversa com o então juiz, naquele 10 de maio, Santos Lima abriu o grupo 'Análise de clipping', em que também estavam assessores de imprensa do MPF do Paraná. Ele estaria em Recife no dia seguinte em um congresso jurídico.
Santos Lima copiou a conversa que teve em seu chat privado com Moro, em que o juiz sugere a nota pública para apontar as contradições de Lula, e colou em outro chat privado, com o coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol. Eram 22h38.

De acordo com o site, foi a vez então de Dallagnol mandar uma mensagem ao grupo Análise de clipping, dos assessores de imprensa. O assessor de imprensa estranhou o pedido e alertou que poderia ser um “tiro no pé”.
Por fim, o pedido de Moro para apontar as contradições da defesa de Lula seria discutido no chat 'Filhos do Januário 1' até o fim da noite e também na manhã do dia seguinte, 11 de maio. E, finalmente, atendido.

