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Estado de Minas

Fogo amigo cerca o governo Bolsonaro; entenda por quê

Principais aliados do presidente Jair Bolsonaro mantêm troca de duras críticas e põem em risco aprovação de propostas de interesse do governo no Congresso, mas não baixam o tom


postado em 21/05/2019 06:00 / atualizado em 21/05/2019 07:55

(foto: Mauro Pimentel/AFP)
(foto: Mauro Pimentel/AFP)

Pressionado a aprovar uma reforma impopular que exige apoio de pelo menos três quintos do Congresso e sem dinheiro para atender a demandas antigas da população, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) enfrenta outro problema grave desde o primeiro dia que pisou no Palácio do Planalto: as brigas internas.

O chamado fogo amigo – com recorrente troca de ataques de políticos, que supostamente deveriam ser aliados – se espalhou pela Câmara dos Deputados, Senado, Esplanada dos Ministérios e, principalmente, dentro do PSL, no qual parlamentares atacam o governo ou membros dele constantemente. As brigas ganham repercussão nas redes sociais e geram desgaste extra para o Planalto.

Ontem, a deputada estadual do PSL em São Paulo Janaina Paschoal deixou claro o desgaste no partido ao anunciar que pretende deixar a bancada da legenda na Assembleia Legislativa. Ao sair do grupo de Whatsapp do partido ela questionou a sanidade do presidente e desabafou dizendo que seus colegas de partido “estão cegos” ou “presos em uma bolha”.

“Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que ajudei na eleição, mas preciso pensar no país”, disse a deputada, que ficou conhecida como uma autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

No fim de semana, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL) e a deputada Carla Zambelli (PSL) subiram o tom na troca de acusações e partiram para ofensas pessoais pelas redes sociais. “Por que a líder Joice não fala nada em suas redes?”, questionou Zambelli sobre derrotas do governo na Câmara.



A resposta da líder veio com acidez e agressividade: “Estou preocupada com o país e não com curtidas em tuítes ou lives. Porque eu sou inteligente, já você ...”. Logo em seguida, Joice acusou a correligionária de praticar nepotismo em seu gabinete, “apesar do discurso contra a corrupção”.

A líder do governo no Congresso já protagonizou outros embates com aliados do presidente Bolsonaro no Parlamento, com críticas ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL) e ao líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguri (DEM).

O MBL foi um dos grupos que mais se mobilizou pela eleição de Bolsonaro na campanha do ano passado. “Kim, você está realmente o que sempre foi: um moleque. Só isso e mais nada. Biruta de aeroporto. Pega a chupeta e vai nanar, neném”, atacou Joice.

Ontem, a deputada admitiu que a troca de farpas públicas entre aliados de Bolsonaro não é benéfico para a aprovação de pautas de interesse do Planalto no Legislativo, mas não fez menção de baixar o tom nos ataques com algum tipo de pano quente.

“Não vamos conseguir aliados atacando aqueles que podem votar na gente, conosco. Então, tem uma ou outra figura no meio do caminho que tem que entender que esse clima beligerante atrapalha, não ajuda”, disse Joice Hasselmann.

OFENSAS E DEMISSÃO

O “clima beligerante” citado pela líder do governo está presente entre aliados do Planalto desde os primeiros dias da gestão Bolsonaro.

Em janeiro e fevereiro, as agressões entre o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, e o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno (PSL), resultaram na primeira demissão da Esplanada. Após Carlos chamou Bebianno de mentiroso, que acabou demitido do cargo.

Logo no primeiro mês do governo, o escritor Olavo de Carvalho, guru de Jair Bolsonaro, mirou sua metralhadora em parlamentares do PSL que fizeram a viagem à China. O nível das intrigas foi ao fundo do poço nas agressões de Olavo a integrantes das Forças Armadas que participam do governo.

Abusando dos palavrões em suas postagens nas redes sociais para tratar dos militares, Olavo atacou o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro general Santos Cruz e vários outros generais de alta patente.

O vice-presidente rebateu: “Olavo deve se limitar à função que desempenha bem, que é de astrólogo”. No início do mês, o escritor atacou também o cantor Lobão, que apoiou Bolsonaro na campanha eleitoral e se assumiu como uma das vozes críticas ao PT.

 


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