(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mesmo eleito sem coligação, Zema deverá obter adesão de outras legendas e maioria na ALMG

Novo, partido do governador eleito, terá apenas três deputados na próxima legislatura, mas a articulação intensa deverá garantir apoio de outras legendas para obtenção de maioria


postado em 18/11/2018 06:00 / atualizado em 18/11/2018 08:18

Logo depois de sua vitória, Zema visitou o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, de olho na articulação de sua base para o ano que vem(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A. PRESS 5/11/18)
Logo depois de sua vitória, Zema visitou o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, de olho na articulação de sua base para o ano que vem (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A. PRESS 5/11/18)
Pela primeira vez na história de Minas, um governador é eleito sem coligação e por meio de um recém-criado partido político, com apenas três deputados estaduais. Após sua inédita eleição, o futuro governo do empresário outsider Romeu Zema (Novo) ainda é incógnita para a Assembleia Legislativa. Nada jamais registrado em velhas disputas, nas quais, já na largada, os governadores vitoriosos ganharam dezenas de parlamentares eleitos entre os próprios partidos da coligação, aos quais se somaram, ao longo do mandato, folgadas maiorias, que variaram entre 50 e 60 deputados estaduais. Em todos os governos, o registro de um ciclo de apoios e abandonos na Assembleia: as bases se iniciam grandes e se ampliam no começo das gestões e, no último ano dos mandatos, ganham ou perdem sustentação, segundo a perspectiva de poder percebida. A expectativa é de que o governo Zema, que começa com base pequena, logo tenha ampla maioria a partir da articulação para atrair o PSL e outros partidos para sua base.

Em 2010, Antonio Anastasia (PSDB) se reelegeu com coligação de 12 partidos reagrupados em sete composições de chapa para a eleição à Assembleia. Estas conquistaram 41 cadeiras, uma a mais do que as coligações proporcionais de apoio ao seu antecessor, Aécio Neves (PSDB) em 2006, quando se reelegeu com aliança de 10 partidos, organizados em quatro chapas proporcionais para o Legislativo, nas quais foram eleitos 40 deputados. Tão ampla base de sustentação, antes mesmo de iniciar a “distribuição” das áreas de influência do governo, se consolidou ao longo dos mandatos e se manteve, porque havia sinais de que o grupo se manteria no comando da máquina do estado.

Em sua primeira eleição ao governo de Minas, em 2002, com o apoio do então governador Itamar Franco, que deixara o antigo PMDB, a coligação vitoriosa de Aécio Neves teve nove partidos, aglutinados em torno do núcleo do PSDB, DEM, PP (antigo PPB), que elegeram 25 deputados estaduais. Nas sucessões estaduais de 2006 e de 2010, integraram o grupo político de forma mais orgânica o PPS e o PTB, inclusive em 2014, quando derrotado para Fernando Pimentel (PT) e nestas eleições de 2018. Em torno das cinco legendas, entre 2006 e 2018 flutuaram um conjunto menos estável de partidos políticos, entre eles, PSB (2006 e 2010), PDT (2010 e 2014),  SD (2014 e 2018) e PV (2014).

Não foi nas eleições de 1994, mas ao longo do governo Eduardo Azeredo (PSDB), que o núcleo de apoio tucano se consolidou. Em 1994, Azeredo venceu a sucessão estadual pela coligação PSDB/PTB/PL (atual PR), iniciou o governo com 22 deputados estaduais eleitos pelas três legendas. Evoluiu ao longo de seu governo com o apoio na Casa de cerca de 60 parlamentares e estruturou o núcleo duro da base PSDB, DEM (ex-PFL) e PP (ex-PPB) que acompanharia tucanos pelas cinco eleições seguintes. Não à toa, quando concorreu em 1998 à reeleição e foi derrotado por Itamar Franco, à época do PMDB, a coligação de Azeredo foi formada por PSDB/PFL/PPB/ PTB/PSD/PNS/PSC. Vitorioso em 1998, Itamar Franco teve apoio de 11 partidos (PMDB, PST, PSL, PTN, PTdoB, PMN, PRTB, PAN, PPS, PL e PSC), a maior parte deles ex-integrantes da sustentação de Azeredo.

Fernando Pimentel (PT), eleito em 2014 pela coligação PT/PMDB/PCdoB/Pros/PRB, também saiu das urnas com uma base de governo de 26 deputados estaduais eleitos, que se ampliou com a conformação do bloco Minas Melhor (formada por  (PT/MDB/PCdoB/Pros/PRB/PR/Avante) de 33 deputados, ao qual se juntou, o grupo de “independentes”, que a rigor negociava com o governo no varejo, pelo denominado bloco Compromisso com Minas (PV/ PSB/PTC/PSD/DC/Patri/Pode/PPS/PSC) com 23 parlamentares. Na oposição mais dura a Pimentel se mantiveram apenas DEM e PSDB, que somam 11 parlamentares, do bloco Verdade e Coerência, composto também por PDT, PP e PTB.

Mas à medida em que o desgaste do governo Pimentel sinalizou para as dificuldades de reeleição, a base na Assembleia minguou e o governador perdeu a capacidade de coordenação de sua própria sucessão. O núcleo inicial de apoio em torno da aliança PT/MDB se rompeu e foi grande o esforço político de Pimentel – inclusive com acordo para intervenção nacional no PSB de Minas – para a formatação da aliança PT, PCdoB, PSB, DC e PR. Já Anastasia, que deu a largada como o favorito do pleito, entrou em campo para reagrupar as ovelhas desgarradas da velha base. Gastou muita energia para juntar PSDB, DEM, PP, SD, PTB, PPS e PSD, além de outras legendas menores, como PMN, PSC, PTC, Patri e PMB. A coligação majoritária tucana se desdobrou em cinco chapas proporcionais para a Assembeia, elegendo 24 deputados. Já os partidos em torno de Pimentel saíram em três chapas nas eleições para deputado estadual e conquistaram 15 cadeiras. O grupo comandado pelo MDB de Adalclever Lopes, fechou a coligação com PDT, Pode, MDB, Pros, PRB e PV. Dela saíram duas chapas, que elegeram 20 deputados estaduais.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)