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Estado de Minas

MPF denuncia agressor de Bolsonaro por 'atentado de inconformismo político'

A denúncia foi oferecida pelo procurador República, Marcelo Borges Mattos Medina, que assegura que o atentado 'representou violento golpe contra o regime representativo e democrático'


postado em 02/10/2018 20:53 / atualizado em 02/10/2018 21:03

A acusação pode resultar em até 20 anos de detenção para Adélio Bispo de Oliveira(foto: Reprodução)
A acusação pode resultar em até 20 anos de detenção para Adélio Bispo de Oliveira (foto: Reprodução)
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira, Adelio Bispo de Oliveira pelo atentado a faca contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ocorrido no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (Zona da Mata). O MPF seguiu o entendimento da investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e enquadrou o agressor no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional pela prática de "atentado pessoal por inconformismo político". A denúncia foi oferecida pelo procurador República, Marcelo Borges Mattos Medina, que assegura que o atentado “representou violento golpe contra o regime representativo e democrático”.
 
Após o ataque, Bolsonaro – que lidera as pesquisas de intenções de votos para a Presidência,  foi operado na Santa Casa de Juiz de Fora e transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde foi submetido a uma segunda intervenção cirúrgica. Ele recebeu alta no último final de semana e está em recuperação na sua residência, no Rio de Janeiro. 
 
A acusação pode resultar em até 20 anos de detenção para Adélio Bispo de Oliveira, que  está preso preventivamente na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Anteontem, a defesa do agressor entregou  à Justiça Federal em Juiz de Foram u laudo asssinado  de avaliação psiquiátrica dele feita por  um profissional, que aponta problemas mentais em Adelio. Com base no laudo, os advogados pediram a realização de exame de insanidade mental no esfaqueador de Bolsonaro, que ainda será apreciado pelo juiz. 
 
Segundo o Marcelo  Borges Mattos Medina, que atua na Procuradoria da Republica em Juiz de Fora,  “o denunciado perpetrou a conduta por motivação política e com o objetivo de excluir a vítima da disputa eleitoral. Como consequência, lesionou o regime representativo e democrático”, afirma o representante do MPF.  “Adélio Bispo de Oliveira agiu,portanto, por inconformismo político,  Irresignado com a atuação parlamentar do deputado Federal, convertida em plataforma de campanha, o denunciado insubordinou-se ao ordenamento jurídico, mediante ato que reconhece ser extremo”, escreveu Mattos Medina. 
 
O procurador afirma que a ação foi planejada por Adélio Bispo, sendo que “ele próprio admitiu ao declarar que “a ideia de atentar contra a vida do candidato surgiu no momento em que soube pelos jornais que este iria à cidade de Juiz de Fora”, tendo saído “de casa no dia do crime com a faca envolta em um jornal, levando-a consigo escondida dentro de sua jaqueta”.   
 
O representante do MPF também cita em sua denúncia as informações encontradas pela PF no celular de Bispo e que mostram a premeditação para a execução do atentado. No arquivo do aparelho, foram encontradas fotos do outdoor com a data da visita de Bolsonaro a Juiz de Fora e dos locais por onde ele passaria. Segundo ele,  o agressor estudou a agenda do candidato  em Juiz de Fora,  “ao ponto de percorrer antecipadamente locais em que haveria atos de campanha”. Além disso, produziu fotos e vídeos nos locais,  “com o claro objetivo de planejar a execução do atentado”.
 
A denuncia do Ministério Publico Federal ressalta “os prejuízos potenciais e efetivos ocasionados” pela ação de Adelio, lembrando que pesquisas divulgadas na véspera do ato apontavam Jair Bolsonaro  na liderança das pesquisas de intenção de  voto para presidente da Republica. Desta forma, relata, o atentado,   “representou violento golpe contra o regime representativo e democrático”.
 
“Por um lado, a tentativa de eliminação física do favorito na disputa pelo primeiro turno, em esforço para suprimir a sua participação no pleito e determinar o resultado das eleições mediante ato de violência – e não, como dito, mediante o voto –,  a grave e iminente perigo de lesão o regime democrático; produziu risco sério e palpável de distorção no regime representativo, consistente na perspectiva de privação, à força, da possibilidade de milhões de eleitores sufragarem as ideias e propostas com as quais se identificam.
 
De outra parte, no plano concreto, a conduta provocou lesão real e efetiva ao processo eleitoral, ao afastar o candidato Jair Bolsonaro da campanha nas ruas, talvez definitivamente, e ao exigir a reformulação das estratégias dos concorrentes”, afirma o representante do MPF.


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