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Estado de Minas

Presidenciáveis rejeitam violência em campanhas nas ruas e na TV

Alckmin, por exemplo, abriu seu programa afirmando que 'nada justifica a violência' e que o debate das ideias é uma exigência da democracia


postado em 09/09/2018 07:00 / atualizado em 09/09/2018 07:28

(foto: NELSON ALMEIDA, EVARISTO SA, MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)
(foto: NELSON ALMEIDA, EVARISTO SA, MIGUEL SCHINCARIOL/AFP)

São Paulo – A retomada das agendas de rua ontem pelos principais candidatos à Presidência da República seguiu o script desenhado pelas campanhas após o atentado contra Jair Bolsonaro (PSL): em vez de ataques, propostas para o país e apelos por um esforço conciliatório. Na TV, só Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) citaram o atentado, além do próprio deputado, que, nos seus nove segundos, veiculou uma mensagem de um apoiador afirmando que o “povo brasileiro caminha unido e em oração por sua vida”.

O presidenciável tucano Geraldo Alckmin também usou seu tempo na TV para abordar o ataque contra o parlamentar. Ele abriu seu programa para afirmar que “nada justifica a violência” e que o debate das ideias, por mais divergente, que elas sejam, é uma exigência da democracia. “Para resolver divergências partidárias existe a política, que é a única arma aceitável para uma disputa eleitoral”, disse.

Durante compromisso oficial em Santa Catarina, pela manhã, o tucano ainda afirmou que o Brasil sempre “avança” quando existe um esforço conciliatório. “Foi assim na redemocratização, na Constituinte e no Plano Real”, disse. Alckmin, no entanto, priorizou o discurso propositivo e disse que o foco de sua campanha passa a ser a retomada da economia e a geração de empregos e renda.

Alvaro Dias (Podemos) teve a mesma iniciativa. Usou seu programa eleitoral para fazer um apelo contra a violência na política afirmando que “com ódio ninguém constrói nada”. Henrique Meirelles retomou a agenda de campanha com uma carreata em Aparecida de Goiânia, em Goiás. Falou em investimentos em saúde e saneamento, sem citar o atentado contra Bolsonaro. Em São Paulo, a ex-ministra Marina Silva, presidenciável da Rede, chegou à Rua 25 de Março, no Centro da cidade, para fazer uma “caminhada pela paz”. O ato reuniu cerca de 30 militantes do partido, que se misturaram a eleitores que faziam compras na rua mais popular da capital bem na hora do almoço.

Durante a caminhada, Marina esteve cercada por quatro seguranças, que chegaram a formar um cordão de isolamento, mas sem impedir qualquer contato com as pessoas que a acompanhavam. “Essas eleições nos dão a possibilidade de pôr um ponto final na polarização, no ódio e na violência”, afirmou. E ressaltou sua posição, ao dizer que a violência não pode ser combatida com uma arma na mão. “É o amor e o respeito uns pelos outros dentro do coração, independentemente de cor, raça e ideologia.” Nos programas eleitorais, no entanto, a estratégia da Rede foi outra. Em vez de comentar o ocorrido em Juiz de Fora, a candidata priorizou ideias e promessas para melhorar a educação

‘Tudo igual

Em campanha no Ceará, Ciro Gomes (PDT) afirmou que não pretende mudar qualquer estratégia de sua campanha em função do ataque a Bolsonaro. Durante agenda em Juazeiro do Norte, classificou o fato como “deplorável e repudiável” e garantiu não estar com medo de ir às ruas. “Precisamos ir para a rua, abraçar o povo e fazer força para que a disputa política seja uma disputa de ideias e nunca de violência e de prepotência. Cada um de nós tem que dar exemplo disso,” afirmou. Em seguida, disse que entre ele e Bolsonaro há “diferenças intransponíveis”, mas que não acredita na violência, na arma e na cultura de ódio.

Ainda sobre Bolsonaro, Ciro disse que o ocorrido não pode parar o Brasil. “Agora nós estamos de volta à luta, porque o Brasil não pode parar. Tenho falado muito pesadamente contra essa radicalização que divide a família brasileira e nós não podemos deixar que isso se transforme em violência.” Candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava-Jato, Fernando Haddad seguiu a mesma linha adotada por Ciro. Afirmou que “não vai mudar seu discurso por uma circunstância” e que a estratégia do PT, até aqui, não foi a de fazer críticas ao adversário.

 

 


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