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Estado de Minas

Facebook exclui páginas ligadas ao MBL que propagavam fake news

O objetivo da ação é combater a propagação de notícias falsas durante as eleições deste ano


postado em 25/07/2018 14:08 / atualizado em 25/07/2018 18:12

Em comunicado, o Facebook informou que foram removidas 196 páginas e 87 contas (foto: Joel Saget/AFP)
Em comunicado, o Facebook informou que foram removidas 196 páginas e 87 contas (foto: Joel Saget/AFP)

O Facebook excluiu, nesta quarta-feira (25/7), centenas de páginas e dezenas de contas na rede social que eram usadas para compartilhar notícias falsas no Brasil. As páginas eram ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL), grupo de direita que espalha conteúdos não checados na rede.

O foco da ação é impedir ou reduzir a propagação desse tipo de notícia durante o processo eleitoral deste ano. Também foram alvos outras páginas como a do Movimento Brasil 200, ligado ao ex-pré-candidato à Presidência Flávio Rocha (PRB).

Em comunicado, o Facebook informou que foram removidas 196 páginas e 87 contas. De acordo com a empresa, "foi desmobilizada uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação".

Uma das páginas que saíram do ar tinha o nome de "Jornalivre", e tinha 128 mil seguidores. De acordo com postagens identificadas pela reportagem, os integrantes do MBL não escondiam que essa página era ligada ao grupo.

Nas publicações, a página "Jornalivre" atacava políticos e personalidades e usava manchetes e textos sensacionalistas e com uma grande quantidade de adjetivos para convencer os internautas das afirmações que fazia.

Os alvos preferidos das notícias falsas eram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), e a vereadora carioca Marielle Franco (Psol), assassinada a tiros no Rio de Janeiro.

"Esquerdistas calhordas"

Uma das postagens afirmava que pessoas que se passavam por indígenas criticaram o uso de fantasias de índio no carnaval deste ano. "Índia de verdade faz vídeo defendendo uso de fantasias de carnaval e dá nos dedos de esquerdistas calhordas", dizia o título de uma publicação.

Para dar aparente compromisso com a verdade, os moderadores incluíam artigos e reportagens de veículos de imprensa que traziam opiniões ou informações que interessavam o grupo.

Quebra de contrato


Em nota publicada no Facebook, o MBL disse que "o Facebook está excluindo páginas de direita" e informou que criou um grupo em outra rede social para abrigar os seguidores. A ação do Facebook fez com que o grupo perdesse pelo menos 500 mil seguidores.

O líder do MBL e pré-candidato a deputado federal pelo DEM, Kim Kataguiri, admitiu que apenas uma das páginas retiradas do ar pelo Facebook nesta quarta-feira, Brasil 200, é ligada ao MBL. Ele negou as acusações de fake news e disse que vai entrar na Justiça.

A página Movimento Brasil 200 é do empresário Flávio Rocha, que desistiu de concorrer à Presidência na semana passada. Ele era apoiado pelo MBL na disputa pelo Planalto.

"Tinha uma que era, sim, ligada à gente, que é a Brasil 200. Mas a do Diário Nacional e do Jornal Livre não, são parceiros nossos", disse Kim, após participar na plateia do Fórum Reconstrução Brasil, promovido pelo grupo Estado.

"São infundadas as acusações", completou. O jovem, que participou das manifestações pró impeachment, disse ainda que o grupo vai entrar na Justiça contra a ação.

Segundo Kim, perfis de membros do MBL que não administravam a página Brasil 200 também foram tiradas do ar. Ele alega ainda que o Facebook não avisou que tiraria as páginas do ar por alegação de fake news.

"Quebra contratual a partir do momento que promete tratar os usuários de maneira isonômica. Tem uma violação de direito privado patente", completou. (Com Agência Estado).


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