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Estado de Minas

Altas do preço do combustível acendem crise no Planalto

Aumentos sucessivos na gasolina e no óleo diesel levam caminhoneiros a protestar nas estradas do país. Temer convoca ministros e fala em rever situação, com "preço previsível"


postado em 22/05/2018 06:00 / atualizado em 22/05/2018 07:52


O aumento sucessivo nos combustíveis – foram 11 reajustes em 17 dias – e os protestos protagonizados pelos caminhoneiros em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal deixaram a esfera da economia e viraram assuntos de política. Horas depois de a Petrobras anunciar para hoje nova alta nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias e com os caminhoneiros protestando nas estradas do país, o presidente Michel Temer (MDB) convocou uma reunião para tratar do assunto com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia) e Esteves Colnago (Planejamento) no início da noite de ontem. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a formação de uma comissão geral para, no dia 30, debater os apelos da população contra os preços adotados nas bombas.

A partir de hoje, a Petrobras vai elevar os preços do diesel em 0,97% e da gasolina em 0,9% – o que significa R$ 2,3716 e R$ 2,0867 no litro do combustível nas refinarias, respectivamente. Somente neste ano, o litro da gasolina nos postos aumentou de R$ 4,393 para R$ 4,524, valor médio ofertado aos consumidores em Minas Gerais, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O diesel saltou de R$ 3,455 para R$ 3,673. A alegação para os reajustes contantes é a disparada nos preços internacionais do petróleo, além da tendência de alta do dólar sobre várias moedas, o que inclui o real. A nova política de ajuste nos preços foi adotada pela Petrobras em julho do ano passado, resultando em aumentos frequentes e que já chegam a quase 50%.

Ao fim da reunião no Palácio do Planalto, Padilha antecipou que o presidente Michel Temer quer rever a situação da alta nos combustíveis. “O presidente manifestou interesse em rever a situação para que o preço seja previsível para os caminhoneiros”, disse Padilha. “Vamos ver se encontramos um ponto em que possamos ter mais controle,” acrescentou.

Na Câmara, Rodrigo Maia disse que vai convidar a Petrobras, distribuidoras, postos, governo e estudiosos para estabelecer ações diante da crise global que vem encarecendo os combustíveis. “No curto prazo, o governo federal deve avaliar a possibilidade de zerar a Cide e diminuir o PIS-Cofins. Os estados podem avaliar o mesmo para o ICMS”, afirmou o presidente da Câmara.

Fora do governo e pré-candidato ao Palácio do Planalto, o ex-ministro da Fazenda disse ontem, em Belo Horizonte, que os preços dos combustíveis sobem por causa da alta dos preços do petróleo e do dólar no mercado internacional, o que o governo não pode controlar. “Nossa proposta é uma diminuição dos impostos sobre os combustíveis para compensar o aumento do preço do petróleo”, disse Meirelles ao citar a Cide.

Mas o titular da Fazenda hoje, Eduardo Guardia, disse ontem que há discussões iniciais no governo sobre a tributação dos combustíveis, mas sem uma decisão. “Não temos espaço para cortar tributos no momento”, afirmou Guardia em teleconferência. Na semana passada, Moreira Franco havia dito que o governo discutia a possibilidade de uma redução de impostos para baixar os preços ao consumidor.

“A Petrobras não tem o poder de formar esses preços. O que a companhia faz é refletir essa variação de preço do mercado internacional. Como o valor desses combustíveis acompanha a tendência internacional, pode haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias e terminais. As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor”, afirmou a Petrobras em nota divulgada no site na sexta-feira.

Repasse

Cabe aos postos de combustíveis definir o valor cobrado nas bombas. Na média nacional, segundo levantamento da ANP, o preço médio do litro da gasolina no país foi de R$ 4,284 na semana passada, enquanto no período anterior foi de R$ 4,257. Em Minas Gerais, que registra o quinto valor mais alto do Brasil, somente em maio o litro da gasolina sofreu um reajuste de R$ 4,502 para R$ 4,524. Mas conforme mostrou o Estado de Minas na edição de sábado, o preço do litro já ultrapassou os R$ 5 em Belo Horizonte e em pelo menos dois municípios do estado: Conselheiro Lafaiete e Unaí.

 


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