(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fernando Pimentel eleva o tom e critica antecessores por 'desperdício de recursos públicos'

Nos primeiros anos de governo, Pimentel evitou bater de frente com os tucanos. Logo que assumiu, chegou a ameaçar auditorias e %u201Cdevassa%u201D, que não se consumou


postado em 22/04/2018 07:00 / atualizado em 22/04/2018 07:30

Relativizando a situação de Minas, ele comparou o estado a outras unidades da federação(foto: Beto Novaes/EM/D.A press)
Relativizando a situação de Minas, ele comparou o estado a outras unidades da federação (foto: Beto Novaes/EM/D.A press)
Com forte tom político, o governador Fernando Pimentel (PT) encerrou a última cerimônia de agraciamento da Medalha da Inconfidência de seu mandato, ontem, em Ouro Preto. Demarcou de forma contundente o campo político com o qual debaterá na campanha ao governo de Minas: o PSDB que o antecedeu. Deixando de lado as falas amenas que marcaram os primeiros anos de seu governo, Pimentel decidiu apontar o dedo e responsabilizar os antecessores pela dramática situação fiscal de Minas Gerais.

 

Sem citar a Cidade Administrativa, mas referindo-se a ela, Pimentel acusou os governos dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia (2003 a 2014) pelo que chamou de desperdícios de recursos públicos em “obras faraônicas” e que “hoje sabemos, de preços superfaturados”.

 

Nos primeiros anos de governo, Pimentel evitou bater de frente com os tucanos. Logo que assumiu, chegou a ameaçar auditorias e “devassa”, que não se consumou. Ontem, justificou-se. “Assumi o governo e, em vez de apontar culpados, fui buscar soluções para inúmeras distorções que encontrei. Nada falei contra ninguém, nada acusei, não joguei pedras no que ficou para trás. Até porque, a obrigação de quem assume o governo não é bater boca com o passado, mas enfrentar o presente e conduzir o estado para o futuro”.

 

Com outra postura ontem, Pimentel acusou os tucanos não só do legado de déficit, mas por conduzirem o estado de forma “autoritária”, “sem diálogo”, o que, segundo ele, contribuiu para que elegessem prioridades que ele considerou equivocadas. “Organizamos novo modelo de administração lastreado por amplas consultas populares, nos fóruns regionais de governo, sem a empáfia e a arrogância dos choques de marketing que nenhum legado positivo deixaram”, afirmou, acrescentando que, em seu governo, as prioridades mudaram do “cartão-postal do desperdício” para o “interesse do povo”.

 

 As dificuldades de caixa de Minas, que provocam atrasos e parcelamento de salários, foram também justificadas por Fernando Pimentel pelo “difícil e turbulento” período da história republicana. Relativizando a situação de Minas, ele comparou o estado a outras unidades da federação. “O nosso estado atravessa o período mais difícil e turbulento da história republicana, mas está se saindo melhor do que a maioria dos estados e territórios da Federação. Basta olhar no entorno e comparar”, disse.

 

 Numa cerimônia mais simples, restrita a 170 agraciados, lista composta por intelectuais, militares, juristas e empresários, além de poucos políticos, mas sobretudo dando destaque aos líderes de causas sociais, a começar pela vereadora do Psol Marielle Franco, executada em março ao lado de seu motorista, Anderson Gomes, também homenageado. Em diversos momentos do agraciamento com as medalhas, a plateia irrompeu em gritos e coro de “Lula Livre”, slogan que se repetiu quando o governador encerrou o seu discurso. Paralelamente à solenidade, realizada no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) participou do ato “Lula Livre” na Praça Tiradentes, que encheu de integrantes de movimentos sociais as ruas da cidade histórica ontem, sede simbólica da capital de Minas Gerais.

 

 DEMOCRACIA Embora a disputa estadual eleitoral tenha recebido maior destaque no discurso do governador, ele também aproveitou a simbologia do 21 de Abril – que celebra os ideais da Inconfidência Mineira – para fazer crítica à judicialização política. “O Brasil viveu a escuridão do arbítrio após o golpe de 64 e caminhou nas trevas durante mais de 20 anos até reconquistar o amanhã da democracia. Hoje, esta conquista histórica, que tanto custou à nação brasileira, está ameaçada”, afirmou.

 

“A democracia está ameaçada pela violência, pelas perseguições, casuísmos, excessos e abusos de poder. Mas, tal como ontem, nós mineiros não deixaremos de estar na trincheira de lutas pela liberdade e igualdade”, disse.

 

Citando os inconfidentes, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Lula, a quem chamou de “construtores do amanhã”, Pimentel afirmou que, cada qual a seu tempo, todos foram perseguidos e vilipendiados. ‘JK com o seu projeto de desenvolvimento, Getúlio Vargas na formatação das leis trabalhistas e da Previdência, assim como fez Lula com os seus bem-sucedidos programas de inclusão social, todos heroicos construtores do amanhã, viveram, não por coincidência, a dor da perseguição e da ofensa”, disse.

 

“Mas todos são vitoriosos no final, porque são amados por nosso povo. Já os seus algozes, estes têm lugar garantido no limbo do desprezo e do esquecimento histórico. Carrascos são sempre figuras menores, imagens no efêmero palco que escolheram, onde a luz desaparece assim quando se apagam os refletores da mídia”, concluiu.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)