(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Troca de farpas faz corregedor da Câmara de BH ameaçar 'tolerância zero' para conter ânimos

Parlamentares dedicaram mais um dia a troca de acusações e votação ficou para segundo plano


postado em 14/03/2018 18:43 / atualizado em 15/03/2018 16:59

(foto: Karoline Barreto_CMBH)
(foto: Karoline Barreto_CMBH)

A Câmara Municipal de Belo Horizonte encerrou, nesta quarta-feira, a última sessão do mês sem votar nenhum dos 15 projetos em pauta. Mais uma vez o foco dos vereadores ficou na troca de acusações sobre a realização, ou não, da CPI para investigar o contrato entre as empresas de ônibus da capital e a BHTrans.

O clima tenso dos últimos dias, estendido até esta quarta-feira, fez com que o corregedor da Casa, vereador Reinaldo Gomes (MDB), ameaçasse tomar medidas contra os destemperos no microfone do plenário.

“Gostaria de chamar a responsabilidade dos companheiros de medir as palavras quando vierem ao microfone, quem gosta de usar a palavra. Tome muito cuidado, eu fui cobrado até pela própria imprensa, sobre a quebra de decoro. Tivemos algumas situações que, por mais calorosa, não tivemos quebra (de decoro). Mas estamos passando por uma situação e os vereadores estão achando que isso aqui é um ringue”, afirmou o corregedor.

Apesar de não terem votado, as falas dos vereadores se estenderam por mais de duas horas. Os parlamentares da oposição afirmaram que a maioria dos colegas da Casa que integram a base de apoio do prefeito Alexandre Kalil (PHS) estariam o usando a repercussão da fala do vereador Gabriel Azevedo (PHS) como “cortina de fumaça” para esvaziar o movimento de criação da CPI.

Gabriel acusou vereadores da base de receber benefícios da Belotur para votar de acordo com interesse do Executivo e o vereador Jair di Gregório (PP) de trocar favores pela indicação do filho dele para integrar as categorias de base do Atlético.

“Na prática estamos vendo aqui que foi armada uma discussão na tentativa de esconder a discussão central, que era a CPI do transporte publico da capital”, afirmou Gilson Reis (PCdoB). O mesmo argumento foi usado por Pedro Patrus (PT), que pontuou que a CPI quer investigar os contratos que foram assinados antes do governo de Kalil.

Para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no legislativo municipal é preciso que o requerimento seja apoiado por pelo menos 14 vereadores. O pedido chegou a contar com 13 assinaturas e até ontem dependia de apenas mais uma para ser protocolado. Mas, nos últimos dias, o vereador Fernando Borja (Avante), pelo menos momentaneamente, desistiu de dar aval para a criação da comissão.

Já o vereador Preto (DEM) disse que a criação da CPI não pode ser viabilizada, uma vez que não existe fato concreto para desencadear uma investigação. “CPI precisa de fato para ser investigado, mas não vamos fazer politicagem”, declarou.

O vereador Jair di Gregório, por sua vez, voltou a dizer que o filho, acusado de ser beneficiado no Atlético por interferência dele, teria sido o maior prejudicado e precisará “de ótimo psicólogo”. E prometeu representar contra Gabriel. “Vou pedir a cassação desse rapaz e vossas excelências saberão o que votar e o que fazer”, afirmou. Até o inicio da noite desta quarta-feira, de acordo com a assessoria da Câmara, não havia pedido protocolado.

Gabriel afirmou que faltam duas assinaturas para atingir o mínimo necessário e lançou uma petição pública para pedir opinião da população e tentar conseguir o apoio que ainda falta. “Agora, são 12 assinaturas. Faltam duas. E, mesmo com toda cortina de fumaça criada, não iremos desistir”.

Disputa no PSB

A falta de entendimento na Casa afeta até mesmo parlamentares do mesmo partido. O clima, que já era tenso nos bastidores entre os vereadores do PSB ficou escancarado na sessão desta quarta-feira. O vereador Professor Wendel Mesquita foi ao microfone afirmar que está sendo pressionado pelo colega de partido, Álvaro Damião, para retirar a assinatura para criação da CPI.

E mais: ainda discursou dizendo que Damião feriu acordo da legenda de ocupar o posto de líder da bancada na Casa apenas no ano passado e que, até o momento, segue na função. “Vou até a última circunstância para impedir esse absurdo. Não é porque é lider (de bancada) que vai de me demover para retirar o nome da CPI. (...)eu não tiro a assinatura porque considero essa CPI importante”, declarou.

Por sua vez, Damião afirmou que não considera que tenha extrapolado suas funções. “Não considero falta de respeito procurar um vereador do meu partido para diálogo”, disse. Ele ainda fez críticas à criação da comissão, pois vê a situação mais como fato político do que motivo real de investigação.

“Essa CPI está sendo instrumento para atacar pessoas e não para resolver problemas da cidade”, afirmou e completou dizendo se tratar de “marketing para jogar a população contra os vereadores”.

A Câmara deve retomar as sessões no dia 02 de abril.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)