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Estado de Minas

Coluna do Baptista Almeida


postado em 08/10/2017 12:00 / atualizado em 08/10/2017 15:21



Debate? É Lennon quem vai ressuscitar?


“El caos antes de las urnas”, era o versal, aquele pequeno registro antes da manchete que era “A un año de las elecciones en Brasil, nadie sabe quiénes serán candidatos”. Em seguida, vem o contexto, antes da notícia propriamente dita: “Decir que nadie sabe quién ganará las elecciones presidenciales de Brasil en 2018 es quedarse corto. A un año de los comicios, no se sabe quiénes serán los candidatos e, incluso, si el favorito estará o no en prisión”. Tudo isso na seção Mundo do jornal argentino El Clarín.

Pitaco argentino já irrita, mas vale o registro de que a maior parte das informações veio da agência de notícias AFP. E ela descreve assim: “Brasil tem cenário político indefinido a um ano das eleições presidenciais” e coloca a foto de Jair Bolsonaro, de arquivo. O crédito da foto, feita em agosto: Apu Gomes, com a legenda: “O deputado Jair Bolsonaro anuncia em Brasília sua candidatura à Presidência”. E “si el favorito estará o no em prisión”, deixa pra lá.

Mas o que irrita mesmo são os debates eleitorais nas emissoras de TV, que são obrigadas a incluir praticamente todos os candidatos. É puro fingimento a regra que impõe número mínimo de parlamentares, mas os nanicos se coligam e de nada vai adiantar. Haja paciência, para não usar a gíria dos jovens, aquela de quatro letras.

Melhor, então, as emissoras ignorarem a campanha e deixar o debate para o segundo turno. Se tiver multa, que a paguem. Quiçá fazer ao molde norte-americano, só que no segundo turno, um microfone para cada um dos dois, andando de um lado por outro, como foi o de Donald Trump e Hillary Clinton. Pelo menos fazem caras e bocas para atrapalhar o adversário.

Se tem estrangeiro no meio, prefiro ficar com o saudoso John Lennon e imaginar, mesmo que disserem que eu sou um sonhador, mas não sou o único, eu espero que um dia você se junte a nós para imaginar todas as pessoas vivendo a vida em paz.

Juan Pablo Cruz dos Santos, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Ruan Miguel Soares Silva, Ana Clara Ferreira Silva, Renan Nicolas dos Santos Silva, Cecília Davina Gonçalves Dias, Yasmin Medeiros Sabino e Talita Vitória Bispo.

Imaginar não custa, mas fica difícil, muito difícil mesmo, com a morte ontem da oitava criança do bárbaro crime em Janaúba. Nem sendo um sonhador. As vítimas tinham 4 anos, crianças pequenas, uma vida inteira pela frente. Chorei.

Foi um pesadelo.

Para ser justo
Já que faltou ontem, o devido registro: o presidente Michel Temer (PMDB) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lamentaram publicamente a tragédia de Janaúba, assim como a cantora Ivete Sangalo e outros artistas famosos. Todos no Twitter. Quanto aos deputados e senadores, nos devidos sites oficiais, nada. Na Assembleia Legislativa, depois de aparte a discurso que nada tinha a ver com o caso, João Leite (PSDB) registrou o luto pelas mortes das crianças. E foi seguido por uma coleção de colegas, como não poderia deixar de ser.

É terça-feira
Política carcerária do estado será debatida na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG). Chega a ser injusto, mas não dá para resistir. Debater política carcerária diante do tamanho da corrupção política que assola este país afora é piada pronta. Já que a reunião terá como foco as demandas dos agentes prisionais e socioeducativos, é capaz de eles estudarem como se comportar quando as sentenças do juiz Sérgio Moro, porventura, atingirem alguns mineiros. Ou ficarão em Curitiba mesmo?

Haja muro
“Nós não temos prefeito, temos um candidato a presidente da República.” A frase é do vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, e o alvo o prefeito paulistano João Dória (PSDB). Agora, Goldman é tucano? Uai, só porque disputou a presidência do PMDB e perdeu. Bem, foi por um voto, deve ser isso. Bem, antes era comunista, é, disputou pelo PCB uma vaga para deputado federal, foi bem votado, mas o PCB não teve votos suficientes. Aí, o que fez? Voltou para o PMDB. E agora está de volta ao muro tucano. E dá pitaco contra o colega de partido.

Farra prescrita
Pagou passagem aérea para seus parentes, mas o dinheiro veio da Câmara dos Deputados. E o que aconteceu? Foi denunciado por peculato. O que aconteceu? Nada. É que a última foi em 2008. Como tem mais de 70 anos, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Moreira Franco teve o processo arquivado. É que, com essa idade, o crime prescreve na metade do tempo. Para quem não se lembra, a denúncia é parte daquele escândalo que ficou conhecido como “Farra das Passagens”. Quem arquivou o caso foi o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Seguindo a lei. Fazer o quê?

Agora chega
Votos na madrugada. Vetos no mesmo dia. Vou parar por aqui. Verdade, a oposição não gostou, mas os governistas querem. No meio do caminho, dinheiro para fazer campanha ano que vem. Viajar: quem sabe no feriado?. Ihh! Ver se tem grana dá até medo. Chega de repetir “V”. Só mais um. Dois. Vou à missa, hoje é domingo. Ver para crer se encontro algum político rezando para abençoar seus votos no Congresso e assembleias. Só assim mesmo. Ajoelhado, de preferência.

PINGAFOGO

É piada de mau gosto e até parece de economia, mas é de política. O aumento da gasolina fez a queda da inflação pisar no freio. A política é a culpada, porque como tem imposto caro, ela ajuda a cumprir a meta fiscal. Nem todo mundo vai andar a pé.

Quanto ao envolvimento de 199 políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) com o caso conhecido como “Farra das Passagens”, vale deixar claro que o processo não parou.

O Ministério Público Federal (MPF) já apresentou à Justiça 28 denúncias contra 72 ex-deputados por envolvimento na farra. Percebeu os ex-deputados? Leia-se, perderam o foro privilegiado, que dispensa apresentação.

Já que falamos no Doria, registro do recado que ele mandou ao ex-governador paulista: “Hoje meu recadinho vai para você, Alberto Goldman, que viveu a vida inteira na sombra do Orestes Quércia e do José Serra. Você é um improdutivo, fracassado”.

Sendo assim, quem encontrar um político bastante produtivo e que não fracasse em seu trabalho faça o favor de informar. O devido registro será feito.

 


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