Minas são muitas e o percurso é longo
Depois de deixar a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), ele vai correr atrás é de ficar na frente dos adversários na disputa pelo comando do governo de Minas no ano que vem. E já começou a trabalhar para montar uma coalizão para garantir o maior número possível de partidos para subir com ele nos palanques estado afora.
É óbvio que o registro é sobre o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB). Ele estava de férias em janeiro, foi ao Nordeste para cumprir os últimos compromissos antes assumidos quando ainda estava na FNP.
Como falamos de palanque e, no meio do mesmo caminho tem a eleição presidencial, Lacerda deverá ter a companhia em sua campanha de Ciro Gomes (PDT). Só para deixar claro, o próprio presidente pedetista, Carlos Lupi, até que não o queria na disputa estadual.
Ele era o seu preferido para ser candidato a vice-presidente de Ciro. Independentemente de Lupi, no entanto, Lacerda avisou a ele que o seu caminho na política está mesmo é no Palácio da Liberdade. Afinal, se vencer, é lá que tomará posse. Na Cidade Administrativa é que não será, pode escrever. Ela tem carimbo tucano.
Em uma, tudo indica, inédita composição na Frente Nacional de Prefeitos é praticamente certo que o sucessor de Lacerda será o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB). Ele será eleito em chapa que inclui do PT ao PSDB, nem era necessário dizer mais, mas a composição é muito maior com outras legendas também incluídas. Basta dizer que o vice-governador de São Paulo, o socialista Márcio França, costurou com Lacerda o apoio do prefeito paulistano João Dória (PSDB), que deve ser vice-presidente de Relações Institucionais.
Bem, melhor deixar a “frente” de prefeitos pra lá, porque Lacerda vai mesmo é correr “atrás” do governo do estado. Para isso, vai se dedicar a gastar tempo na composição de sua própria frente de partidos para colocar nos palanques e para pedir votos estado adentro.
Embora possa ter em Belo Horizonte uma boa base, Lacerda não tem, pelo menos não ainda, uma boa penetração pelo estado. “Minas são muitas”, embora haja tanta controvérsia sobre a autoria da frase entre Carlos Drummond de Andrade ou Guimarães Rosa (“Minas são muitas Minas”).
Literatura à parte, as muitas Minas que Lacerda vai percorrer são necessidade política, porque há, de fato, regiões bastante diferentes, dos costumes à política, devido à influência de outros estados em suas divisas. O certo é que, na política e nos registros históricos, Minas é muito mais influente do que o resto do país.
Três perguntas para Marcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)
Por que o senhor quer comandar o estado? Qual é a motivação para se candidatar a governador?
Na Prefeitura de BH mostramos nossa capacidade de trabalho e de realizações. Alcançamos resultados que melhoraram concretamente a vida das pessoas. Tenho sido muito estimulado por todos os segmentos da população. Continuo com muita disposição para trabalhar.
Já há negociações com outros partidos para formar uma coligação que garanta palanques, em especial no interior?
Ainda não começamos este diálogo. Até porque, estou dedicado neste momento a concluir meu mandato na Frente Nacional de Prefeitos. Mas a partir de maio vou viajar por todo o estado para conhecer de perto as principais demandas da população. Nossa candidatura será consolidada a partir do anseio da população em construir uma nova alternativa para Minas.
Que apoios espera ter e já há um candidato a vice-governador em mira?
É muito cedo ainda para essas definições. Temos que, primeiro, formular uma proposta concreta para a superação dos desafios que Minas enfrenta. Um programa de governo para Minas. Quem quiser construir conosco essa proposta será muito bem-vindo.
A carne é fraca
Pré-candidato declarado à Presidência da República no ano que vem, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pelo menos, não foi mal-agradecido. É que ele se recusou, simplesmente assim, a assinar o requerimento para que seja instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Carne Fraca. Foi pessoalmente contactado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que colhia assinaturas. Bolsonaro nada explicou sobre o motivo da recusa. Então, melhor explicar por ele: entre seus doadores de campanha estão a Friboi e a JBS, que são irmãs, de uma só empresa, ambas envolvidas na operação da Polícia Federal (PF).
Não passa
A desculpa até que é boa, mas ele está fazendo só o seu comercial. O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) está correndo atrás de assinaturas para apresentar proposta de emenda à Constituição (PEC) para proibir, tanto no governo federal quanto nos estados, indicação de políticos para cargos técnicos. O texto prevê que eles não possam ser preenchidos por indicação deles. Óbvio que Ataídes tomou a iniciativa depois da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que descobriu que o superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves, comandava o esquema de corrupção. Só falta combinar com os colegas.
Pinga-fogo
“Se o ministro não deve nada, não tem o que temer.” Pode até ter sido sem querer, mas acabou sendo uma maldade danada. É trecho de fala do deputado Jorge Solla (PT-BA).
É que ele apresentou requerimento convocando o ministro da Justiça, Osmar Serragllio (foto), para explicar as escutas da Operação Carne Fraca. Nada a ver com Temer. O presidente, que fique bem claro.
Distribuição, transparência, segurança, praticidade, administração, transformação, arrecadação, harmonização, consolidação, diálogo e transparência sobre tributos do Estado.
Tudo para informar: lançamento do livro ICMS: diagnósticos e proposições – 1º relatório ao governador do estado de Minas Gerais. Ão, ão, ão! Haja rima, e continua tendo “governador do estado de Minas Gerais”. Ão, ão, ão, tem Minas Gerais que não seja estado?
“Ocupa Curitiba” é mote da convocação petista para o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato. É óbvio ser notícia do site que não esconde seu perfil partidário.
Mas na hora em que citou Fernando Collor de Mello, hoje senador, comparando com o “não me deixem só” na época do impeachment com o juiz Sérgio Moro, me poupe.