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Estado de Minas

Clientes ficam desconfiados ao consumir carne em resturantes de BH

Nas churrascarias de BH, clientes questionam sobre a origem das peças e indignação. Movimento foi considerado normal na região Centro-Sul


postado em 20/03/2017 06:00 / atualizado em 20/03/2017 07:55

Gerente de churrascaria, Laudir Campos foi questionado pelos clientes e diz que controle interno garante qualidade do alimento servido(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Gerente de churrascaria, Laudir Campos foi questionado pelos clientes e diz que controle interno garante qualidade do alimento servido (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A indignação com o escândalo das fraudes nas fiscalizações dos frigoríficos na Operação Carne Fraca não afastou clientes das churrascarias e restaurantes na tarde desse domingo. A reportagem do Estado de Minas percorreu estabelecimentos da região Centro Sul de Belo Horizonte para conferir como estava o movimento dois dias depois da operação da Polícia Federal.

Muitos clientes pediram para ver a carne que seria servida e perguntaram quais as marcas usadas na cozinhas, mas a desconfiança não atrapalhou o almoço de domingo nas churrascarias da capital.

“Neste final de semana as pessoas perguntaram bastante sobre a procedência da carne. E perguntaram se não compramos da Friboi ou da Seara, cheios de desconfiança”, conta Laudir Campos, gerente de uma tradicional churrascaria na Avenida Olegário Maciel, em Lourdes.

Desde sábado, a churrascaria também recebe ligações de clientes que questionam de onde vem a carne vendida ali. “Explico que os churrasqueiros experientes sabem diferenciar muito bem uma carne de boa qualidade dos produtos de má procedência. Temos um controle interno de qualidade rigoroso para impedir que qualquer carne ruim chegue às nossas mesas”, diz Laudir.

Trabalhando no ramo de churrascarias há 40 anos, o gerente compartilha da indignação dos clientes e diz que jamais imaginou um “esquema tão vergonhoso como esse descoberto pela Polícia Federal”. “Foi uma surpresa grande porque são empresas bem-conceituadas no Brasil e no exterior. Mas, graças a Deus, o movimento continua muito bom e as pessoas conhecem a qualidade do nosso churrasco”, explica.

Nos açougues da capital os lojistas também não contabilizaram redução das vendas, mas contam que os clientes chegam com vários questionamentos sobre a origem da carne. As perguntas mais frequentes de consumidores são sobre a qualidade das marcas mais conhecidas, como Friboi, Perdigão, Sadia e Seara, citadas e envolvidas nas investigações da Polícia Federal.

Em um restaurante da Avenida do Contorno, no Bairro Serra, os clientes também chegaram para almoçar neste final de semana ressabiados com as notícias da Operação Carne Fraca, mas nada que atrapalhasse o bom movimento na hora do almoço. “Todo churrasqueiro que conhece bem uma carne não corre o risco de oferecer um produto ruim. Sabemos identificar a boa carne pela aparência e pelo cheiro. Também não compramos linguiça ou embutidos de produtores que não conhecemos bem”, conta José Maurício Teixeira, dono de restaurante há 22 anos.

Cuidados


O empresário alerta que a maioria dos consumidores não conhecem macetes para diferenciar as carnes boas das ruins na hora de escolher o alimento. “Sabemos que quando as carnes no vácuo têm um líquido mais escuro no fundo do pacote significa que elas já foram congeladas e descongeladas várias vezes. Ou seja, podem estar em condições ruins. Na hora do corte, identificamos se ela está rendada, com qualidade ou não. É importante que as pessoas tenham confiança nos açougues e nos churrasqueiros”, afirma Maurício.

A operação mostrou todo tipo de fraude nas fiscalizações de carne, incluindo a utilização de carne estragada na composição de salsichas e linguiças. As investigações envolvem mais de 20 marcas dos principais empresas de alimentos do país e apontaram até mesmo uso de carnes podres, maquiadas com ácido sórbico, por alguns frigoríficos, a reembalagem de produtos vencidos e até papelão na produção de embutidos.

Segundo os investigadores, os frigoríficos que participavam do esquema exerciam influência direta no Ministério da Agricultura para escolher os servidores que efetuariam as fiscalizações na empresa, por meio de pagamento de vantagens indevidas. Um dos executivos da BRT tinha inclusive login e senha do sistema de processos administrativos do ministério, de uso exclusivo interno.


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