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Estado de Minas

Coluna do Baptista Almeida


postado em 09/02/2017 12:00 / atualizado em 09/02/2017 08:07



Contas secretas dão aneurisma?


Andorra, Argentina, Chile, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Itália, Liechtenstein, Noruega, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, República Dominicana, Suécia, Suíça e Uruguai.

Em ordem alfabética, por não saber qual deles terá mais agilidade, embora os Estados Unidos façam eles próprios suas investigações, nem precisa de acordo, que o digam o ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa, presos na Suíça em operação surpresa a pedido dos EUA. São aqueles da bola fora, melhor dizendo, bola por fora, no sentido de propina. Ah! E a lista de países ainda está crescendo. Nem dá para enumerar.

Bem, melhor voltar à política para deixar mais claro. Os Estados Unidos, por meio do Foreign Corruption Practices Act, que permite processar qualquer companhia estrangeira por atos de corrupção executados fora do território norte-americano, desde que tenham algum vínculo com o país, mesmo que pequeno, levou políticos do PT e advogados a protestar contra uma suposta interferência estrangeira na soberania nacional.

Foi no finalzinho do ano passado a tal “interferência”. A Odebrecht e a Braskem firmaram acordos de leniência entre o Brasil, os Estados Unidos e a Suíça. O detalhe político é que esse acordo mostrou o envolvimento no esquema de corrupção nas gestões de Lula e Dilma Rousseff na Presidência da República. Entre outros, ressalte-se.

São desses acordos que vieram à tona as tais já famosas contas secretas da Odebrecht e de Eduardo Cunha na Suíça, que resultaram na repatriação equivalente a R$ 550 milhões para o Brasil de recursos desviados da Petrobras depositados em dólares em bancos dos EUA.

E Eduardo Cunha alegou ter aneurisma e tenta, por meio de seu advogado, prisão domiciliar. Aproveitou o momento: “Gostaria de dizer que também sofro do mesmo mal que acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia: um aneurisma cerebral. Aproveito para prestar minha solidariedade à família pelo passamento. O presídio onde ficamos não tem a menor condição de atendimento se alguém passar mal. São várias as noites em que os presos gritam, sem sucesso, por atendimento médico e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam à noite”. A frase fala por si.

“Não é o projeto, é o assunto”
A frase é do líder do PSD na Câmara dos Deputados, Marcos Montes (MG). E continua: “Eu acho que a Previdência é um deles. A questão da segurança vai calar muito fundo dentro das nossas discussões. Precisamos encontrar um caminho onde as forças representativas da segurança possam realmente mostrar resultado. A segurança pública tem afetado bastante a sociedade brasileira. E tem medidas como a questão da Previdência e a reforma trabalhista, que é um instrumento para diminuir um pouco o desemprego, que já está batendo na casa de 12 milhões de pessoas”.

Em tempo: nada iria acrescentar, mas “diminuir um pouco o desemprego de 12 milhões” não dá para resistir, me poupe. Só um pouco entre 12 milhões? Já na segurança, vá a Vitória, deputado, faça companhia às esposas da desculpa esfarrapada da Polícia Militar (PM). E seja “previdente”.

O ex-goleiro em sua praia
O deputado estadual João Leite (PSDB) lançou mão da velha máxima do futebol “treino é treino, jogo é jogo” para condenar a “má gestão” do governo do estado. “Eles treinaram, treinaram e agora estamos vendo um desastre. Condenaram tanto o choque de gestão e provocaram um apagão da gestão”, disse em plenário. Aproveitou para ressaltar que o surto de febre amarela, o maior vivido em Minas, já está se alastrando para outros estados “sem que haja atitude para freá-lo”. E não perdeu a caminhada. Condenou ainda as quatro chamadas de professores designados. “Treinaram muito, falaram muito, escreveram muito e não jogaram e, parece, não vão jogar”.

Garotinho levado
Encrencado na Justiça e solto, bem, modo de dizer, passou para prisão domiciliar depois de pagar “milionária” fiança de R$ 88 mil, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho ainda dá pitaco em seu blog: “Para senadores encrencados na Lava-Jato, Alexandre de Moraes, por ser político, é visto com bons olhos. Não custa lembrar que Moraes já foi advogado de Eduardo Cunha. Além disso, o PMDB herdará o Ministério da Justiça. Na cabeça do círculo de Temer, Moraes pode segurar os processos que lhes interessam”. E Garotinho ressaltou: “Não custa lembrar que, depois de escolhido ministro, Moraes pode não seguir o roteiro sonhado pelo Palácio do Planalto e por parlamentares. Basta lembrar de Joaquim Barbosa, escolhido por Lula, mas que não poupou o PT”.

Ninguém viu
Foi terça-feira, na Câmara de Comércio França-Brasil do Rio, o workshop “Como conduzir negociações eficazes – Técnicas e ferramentas práticas”, iniciativa voltada aos profissionais interessados em adquirir maior eficiência em suas negociações. A palestra foi do especialista em dinâmica de conflitos, gestão de conflitos e processos de reconstrução de confiança Ricardo Pérez Nuckel. Resta saber se o presidente Michel Temer mandou a equipe econômica “adquirir maior eficiência em suas negociações” e a área política cuidar de “conflitos e processos de reconstrução de confiança”. Pelo jeito, ninguém sabe, ninguém viu ninguém do governo por lá.

PINGAFOGO

Para registro: é sobre a nota do deputado Marcos Montes. O próprio release de sua assessoria informa: “Segue material do líder do PSD, deputado Marcos Montes, publicado no site da Câmara dos Deputados neste dia 7/2, terça-feira”. Sobre o dia 7/2, já cansei, deixa para lá.

Foram sete anos sem reajuste, inclusive parte deles no atual governo, que, aliás, anunciou ontem que a merenda escolar para estados e municípios será reajustada em 2017. Com direito a solenidade e tudo.

Claro que com o presidente Temer e o ministro da Educação, Mendonça Filho, serão liberados R$ 465 milhões para o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Vale registrar: a grana atenderá a 41 milhões de estudantes em todo o país. E antes? Era pão de sal, sem manteiga?

Pegue a Rota do Cordeiro. Ihh! Não deve ter mais grana. Desde a criação do projeto, em 2011, foram R$ 86 milhões. É “estratégia do Ministério da Integração Nacional para impulsionar a cadeia produtiva”, inclusive em Minas.

Diferentemente do que foi publicado na coluna de ontem, a foto atribuída ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Cláudio Couto Terrão, é do deputado estadual Léo Portela (PRB). Terrão  assume a presidência do TCE neste mês.

 


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