(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna do Baptista Almeida


postado em 07/02/2017 12:00 / atualizado em 07/02/2017 11:08


Vale filosofar sobre a Operação Lava-Jato?


É engraçado como as coisas acontecem. O autor destas mal escritas recebeu dois e-mails, quase ao mesmo tempo. O primeiro às 10h02, sobre obra de Norberto Bobbio. O segundo, cinco minutos depois, 10h07, desta vez sobre Émile Durkheim. Bem, não é hora de falar disso, mas sobre eles. Por quê? Para ver o quanto eles eram visionários.


E já que falamos em horários, melhor voltar no tempo. Comecemos com Norberto Bobbio, nascido em Turim, em 1909. “Cada vez sabemos menos”, era uma de suas mais famosas frases, mas ele sabia demais. Em uma de suas importantes obras está A teoria das formas de governo na história do pensamento político.


A obra de Bobbio é uma abordagem, talvez a mais rica, sobre Platão, Aristóteles, Políbio, Maquiavel, Bodin, Hobbes, Vico, Montesquieu, Hegel e Marx. Nem precisa explicar o quanto esses filósofos e pensadores foram importantes na história universal.
Não dá para estender mais, porque é necessário passar para Durkheim: “O socialismo não se reduz a uma questão de salários, ou, como se diz, do estômago. Ele é, antes de tudo, uma aspiração a uma reorganização do corpo social, cujo efeito será inserir o aparelho industrial de outra maneira dentro do organismo, de tirá-lo da sombra em que funcionava automaticamente, chamando-o à luz e ao controle da consciência”.


E por que tudo isso? Virou aula de história? Melhor explicar: pena que a luz chamada por Durkheim não chegou como deveria. O atual desemprego no país fala por si. Já sobre Bobbio, três pontos de vista fundamentais: o da justiça, o da validade e o da eficácia. Melhor explicar a necessidade de levar em conta suas ideias de justiça a realizar nos tempos atuais, as normas que as exprimem e a ação e reação dos homens em relação a elas.
Parece difícil de entender. Se o desemprego de Durkheim é mais fácil, fala por si, a citação de Nobbio dá para fazer tradução livre com as “ideias de justiça” da Operação Lava-Jato e a “ação e reação dos implicados”. Melhor esperar, com foro privilegiado e tudo, o que o Congresso vai aprontar contra as investigações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF).

 

“Suricato”
É convite enviado “a pedido do presidente Sebastião Helvécio”, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre a inauguração da “Central Suricato de Fiscalização Integrada, Inteligência e Inovação”, que será segunda-feira que vem. Encucado com o “suricato”, foi preciso recorrer ao Houaiss: “(Zoologia) 1 Gênero (Suricata) da família dos viverrídeos, constituído de mamíferos carnívoros que ocorrem na África, semelhantes aos mangustos, mas com quatro dedos apenas e faixas acinzentadas e escuras; de hábitos diurnos e sociais, comportam-se como as marmotas norte-americanas e podem ser domesticados”.

Importante registrar:

É de propósito que o TCE usa o “suricato”. É que além da descrição, suas características são o trabalho em grupo, é um animal considerado vigilante e tem sempre um vigiando o entorno de onde estão e contam ainda com um sistema de comunicação entre eles para avisar de perigos. Daí o “Projeto de Vigilância e Inteligência” adotado pelo TCE. Faz todo sentido.

 

Briga de titãs
Hoje é dia de disputa no Senado de dois titãs políticos. De um lado, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) (E). De outro, o já líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL). No ringue, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais poderosa de todas. Já foram três reuniões para tratar do assunto. Sem solução. De um lado, Eunício defende Raimundo Lira (PMDB-PB), o discreto ex-presidente da comissão do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. De outro, o de Renan, Edison Lobão (PMDB-MA). No currículo, investigação da Operação Lava-Jato.

 

Doutor Moraes
Quem diria, o MR-8 dando pitaco na indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF). É matéria de agência de notícias. Quem assina? Ninguém sabe, ninguém viu. Quem deu declarações? Quais foram as fontes da notícia? Ninguém sabe, ninguém viu. Então, me poupe, porque tem jornalista bem viajada, com passagens por jornais nacionais importantes e pelo MR-8 que distribuiu “teses”, em vídeos sem citar fontes de juristas, que Moraes não pode assumir por ter feito tese de doutorado na prestigiada Universidade de São Paulo (USP). Melhor deixar para lá e preferir um doutor com conhecimento jurídico no STF. 

 

Pingafogo

 

Em tempo: os livros lançados, ambos pela Edipro, são O socialismo, de Durkheim, com tradução e apresentação de Sandra Guimarães, e A teoria das formas de governo na história do pensamento políticos do italiano Norberto Bobbio, traduzido por Luiz Sérgio Henriques.

Ihh! Não se pode elogiar sempre. A mulher do juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, a advogada Rosangela Wolff Moro, virou capa de revista feminina. É, da Cláudia deste mês. Avesso a publicidade, Moro nada deve mandar em casa. Corre risco.

Ainda mais com uma advogada, vai que ela resolve processá-lo por “publicação coercitiva”. É ela quem reage: “Deixaremos de ir a algum evento porque a mídia vai divulgar? Aí, sim, a Lava-Jato passaria a entrar na minha família. E não procurei a imprensa para divulgar isso”.
n Polícia Federal – A lei é para todos. É o nome do filme. Ary Fontoura (foto) será o protaganista que representará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E já “rodamos mais de 70% das gravações”, informa o produtor
Tomi Blazic.


Trata-se de filme orçado em R$ 14,8 milhões, e Blazic faz questão de ressaltar que Eike Batista não pôs um tostão no longa, que está sendo feito só com recursos da iniciativa privada. O ápice das gravações: a reconstituição da condução coercitiva de Lula.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)