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Estado de Minas

Sargento Rodrigues promove audiência para questionar PM que o barrou em festa

Foi na solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência em 21 de abril, em Ouro Preto. Comandante da PM respondeu que solenidade era apenas para convidados


postado em 24/08/2016 19:59 / atualizado em 24/08/2016 20:21

Barrado pelos próprios colegas de farda na solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência em Ouro Preto, na Região Central do estado, no último 21 de abril, o deputado Sargento Rodrigues (PDT), atual candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, tentou por seis vezes uma explicação do comandante-geral da Polícia Militar e finalmente obteve uma resposta nesta quarta-feira. Sargento Rodrigues é presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas e requereu a audiência alegando se sentir ofendido, chateado e amargurado.

Na solenidade em Ouro Preto, o deputado e lideranças sindicais faziam uma manifestação reivindicando o fim do parcelamento dos salários dos servidores do estado. Segundo ele, o bloqueio do acesso à praça teria violado os direitos de ir e vir, de manifestação e de liberdade de expressão, previstos na Constituição Federal.

Depois das seis tentativas frustradas de audiência, o comandante-geral da PM de Minas, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, compareceu na tarde desta quarta-feira à Assembleia acompanhado de outros 12 coronéis e do secretário de Estado de Governo, Odair José da Cunha.

O comandante da PM disse que estava, sim, presente na solenidade em Ouro Preto, e justificou que o evento era do Executivo e que, portanto, era este poder quem tinha a autoridade para estabelecer quem seriam os convidados. Sargento Rodrigues reagiu dizendo que ele e lideranças sindicais teriam sido tratados com truculência e impedidos de acessar a área da cerimônia.

Sargento Rodrigues, que comandou a reunião, fez vários questionamentos ao chefe da PM. Quis saber quem era o chefe do cerimonial no dia 21 de abril, se o comandante-geral estava presente e se houve ordem do governador ou dele para que não permitisse a entrada do parlamentar e dos representantes das entidades que o acompanhavam para promover manifestação na Praça Tiradentes.

E o chefe da PM respondeu: “Recebemos recomendação que só entrariam para o local especificado quem fosse convidado e quem estivesse com a credencial entregue pela empresa de cerimonial contratada para o evento. Os policiais estavam lá cumprindo essa determinação. Eu estava lá no dia, recebi ligação pedindo autorização para entrada dos manifestantes e disse que não estava autorizado a deixar entrar quem quer que fosse, uma vez que não era um evento da PM. Portanto, não tinha autoridade para tal”, explicou o comandante da PM.

Ainda de acordo com comandante, ninguém foi impedido de se manifestar. “Não houve ordem da polícia para barrar ninguém, não me compete deixar entrar ou não. O evento já estabelece quem são as pessoas convidadas. Houve ordem apenas para cumprir o que estava previsto”, reforçou. “As listas de credenciamento foram passadas pela chefe do cerimonial, que apenas seguia ordens do governo do estado, responsável pelo evento e, repito, quem determinou quem seriam os convidados”, destacou o comandante-geral.

O comandante-geral da PM o mesmo procedimento é usado com demais trabalhadores que fazem manifestação. “Com qualquer servidor adotamos a mesma ação. Se algo foi excessivo, o Ministério Público está apurando. Caso tenha ocorrido realmente algum abuso, o MP vai se manifestar por ação penal. Se entender que não, haverá arquivamento do processo”, concluiu o coronel.

O chefe do Gabinete Militar do governador, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, reafirmou que o evento era do governo do estado e que, portanto, quem tinha que deliberar quem poderia ou não ter acesso eram, mesmo, os integrantes do Executivo, “com total competência para tal”. Segundo ele, todos os convidados, incluindo representantes e membros do Movimento dos Sem Terra (MST), tiveram que passar por credenciamento.

O Sargento Rodrigues disse ter ficado “chateado” e “amargurado”. “Não queria nunca ser barrado por uma tropa de choque. Fui a Ouro Preto para a defesa da classe, do não parcelamento dos salários dos servidores da segurança pública, e fui recebido com gás lacrimogênio. Fiquei chateado e amargurado”, reclamou o deputado.


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