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Estado de Minas

Brant critica Lacerda e diz que prefeito faltou com respeito a ele ao desistir de candidatura

O engenheiro soube da desistência de sua candidatura pelo PSB à PBH por emissários. A notícia veio dois dias depois de ele se demitir da Cenibra para concorrer


postado em 08/08/2016 11:00 / atualizado em 08/08/2016 11:24

Brant deixou a presidência da Cenibra para concorrer à PBH a convite do prefeito(foto: Cristina Horta / EM/D.A. Press)
Brant deixou a presidência da Cenibra para concorrer à PBH a convite do prefeito (foto: Cristina Horta / EM/D.A. Press)

Após deixar a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o engenheiro Paulo Brant, ex-presidente da Cenibra, criticou o prefeito Marcio Lacerda (PSB) por, segundo ele, ter desistido do apoio ao seu nome “na calada da noite”. Decepcionado, ele disse nunca ter imaginado “o nível de desrespeito” que tiveram com ele.

Brant se filiou ao PSB e se tornou candidato a pedido do prefeito Marcio Lacerda que, sem conseguir apoio e tempo de televisão para manter a candidatura, desistiu na sexta-feira.

O candidato foi comunicado por três emissários da prefeitura quando saía da festa de despedida da Cenibra, empresa que presidia até quarta-feira.

O executivo disse ter ido à casa de Lacerda na manhã de sexta-feira, antes da desistência de seu nome. “Era uma coisa normal se a gente avaliasse que o tempo de TV ficou pequeno, que talvez não fosse viável a candidatura, a gente tomaria a decisão em conjunto. Mas não, ele disse vamos juntos e na calada da noite teve essa decisão sem me consultar”, critica.

O engenheiro disse ter ficado muito decepcionado com o desfecho de sua candidatura. “Confiei muito e algumas pessoas me decepcionaram profundamente. Acredito que a política tem gente de bem, mas a decepção das pessoas que estavam do meu lado foi muito grande. Nunca imaginava o nível de desrespeito que tiveram comigo.”

O ex-candidato do PSB disse considerar o prefeito Marcio Lacerda honesto. “Política para mim tem que ter honestidade e isso o prefeito tem, é impecável, mas o caráter é mais do que isso. É o compromisso com a verdade e não com as circunstâncias”. Questionado se teria sido ingênuo no processo, Paulo Brant disse que prefere acreditar e se decepcionar do que perder a crença.

Paulo Brant lembrou que nunca teve a intenção de entrar para a política. “Nunca foi meu projeto, fui convidado, as pessoas me chamaram, olharam nos meus olhos e colocaram essa proposta e na hora de descartar não tiveram a dignidade de vir falar. Se uma candidatura se monta em cima desse valor, ou não valor, não há governo se sustente”, afirmou.


Sem conversa


O engenheiro não soube dizer se Lacerda ligou para ele depois do episódio, pois ficou um tempo com o telefone desligado no dia seguinte à notícia. “Mas uma pessoa ligada a ele me ligou e eu falei que não tem o que conversar, pois as atitudes falam por si. Não quero saber. Não tenho raiva, eu o respeito e reconheço que tem as virtudes de um homem honesto. Como diria meu irmão, tiro da minha poesia mas não tenho raiva”.

Depois do episódio, Paulo Brant disse que se desfiliar ao PSB e não pretende continuar na política, a não ser atuando como cidadão comum. “Acho que vou me desfiliar, apesar de lá também ter gente de bem.”

No momento, a única perspectiva, à curto prazo, é visitar os netos em São Paulo para se “energizar”, ouvir música e ler um bom livro. “Tem oito meses que estou por conta de prefeitura, agora quero descansar e pensar na vida sem pressa. Recebi o fundo de garantia, dá para ficar um ano”, disse.

Brant não acredita em um retorno para a fábrica de celulose. “Pedi demissão e essas coisas não tem volta, minha renúncia já foi aceita. Esse foi o preço que aceitei assumir. Infelizmente as coisas não aconteceram do jeito que imaginava, é o preço que vou pagar”, afirmou.

No sábado, dia seguinte da retirada de sua candidatura, Paulo Brant se reuniu com a família e amigos em um bar da capital. Lá se encontrou com o candidato do PHS, Alexandre Kalil. “Falamos sobre futebol, tomamos cerveja, não teve nenhum gesto político”, conta.

O empresário prestou solidariedade a Brant pelo fim da candidatura. “A solidariedade humana é natural, porque foi uma atitude muito infeliz. O que causa estranheza não é a decisão, é a forma deselegante e desrespeitosa como foi feita”, desabafa. No sábado, Kalil disse considerar constrangedora a atitude do prefeito de “liquidar” e “triturar” a vida de uma pessoa.


O Estado de Minas entrou em contato com a assessoria do prefeito e aguarda sua manifestação sobre as críticas. O presidente do PSB de BH, Pier Senesi, não quis se pronunciar. Disse que caberá à comunicação do prefeito decidir o momento certo de falar sobre o assunto.


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