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Estado de Minas

Investigação da Operação Zelotes mira ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra

Os investigadores apuram a compra de uma casa avaliada em R$ 4 milhões para a qual a haveria suspeita de tráfico de influência


postado em 06/06/2016 06:00 / atualizado em 06/06/2016 08:22

A compra de uma casa avaliada em pelo menos R$ 4 milhões pela ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra servirá como pista para investigadores da Operação Zelotes traçarem o “caminho do dinheiro” que, acreditam eles, foi usado para cobrir serviços de “corretagem” e tráfico de influência por decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Como mostrou o Estado de Minas em fevereiro, Erenice adquiriu um imóvel no Lago Sul, em 2014, usando a intermediação de um contador, alvo da Operação Acrônimo, e de uma empresa controlada pelo marido. A ex-ministra disse à reportagem que comprou a casa com dinheiro de origem legal.

Erenice deixou a Casa Civil em 2010, após suceder a então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff, por suspeita de tráfico de influência e corrupção. Em 2012, a maior parte das investigações foi arquivada, mas uma foi reaberta. Investigadores da Zelotes avaliam que a informação sobre a aquisição da residência é importante. Há mais de um mês, procuradores e policiais traçaram o que é preciso fazer para dar continuidade à apuração.

Para um deles, a alegação de que a ex-ministra usou um intervediário para fugir de especulação imobiliária na compra do imóvel é frágil. Mas ainda há centenas de informações da quebra de sigilo bancário da ex-ministra para analisar. Ela está entre as cerca de 300 pessoas e empresas que foram alvo desse tipo de medida ordenadas pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney Oliveira. As informações que a Zelotes tem sobre os negócios de Erenice com o setor elétrico não passaram despercebidos pelos investigadores. No entanto, se houver indícios de irregularidades nisso, as evidências deverão ser enviadas a delegados e procuradores que atuam em outras operações.

Erenice tem relação com réus condenados da Zelotes. Em 2010, um laudo da PF relatou que ela que e seu irmão Antônio Carvalho “negociaram com José Ricardo Silva (ex-conselheiro do Carf) a nomeação de pessoas para ocuparem posições” no colegiado. Anos depois, José Ricardo, que era julgador no órgão, se uniu a Erenice na defesa da empresa de telecomunicação Huawei em um processo no próprio Carf. Investigadores da Zelotes dizem ter uma mensagem de correio eletrônico comprovando que a ex-chefe da Casa Civil foi quem indicou José Ricardo para o conselho.


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