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Estado de Minas

"Quanto mais rápido, melhor", diz Leonardo Picciani sobre processo de impeachment

Para ministro do Esporte, o ideal é que o afastamento da presidente Dilma esteja votado no Senado antes da Olimpíada


postado em 05/06/2016 06:00 / atualizado em 05/06/2016 07:45

"Não acompanho o dia a dia desta discussão no Senado. Agora, ao que me parece, é remota a chance de isso (Dilma votar) ocorrer (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 17/2/16)

Brasília -
Líder do PMDB reeleito, em fevereiro, com o apoio da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e escolhido ministro do Esporte pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB), Leonardo Picciani garante que não vê contradições nesta situação. “A minha interpretação jurídica pessoal me levou a votar contra a abertura do processo de impeachment. Eu expressei a posição e fui voto vencido”, afirmou. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Picciani defendeu que a situação política esteja resolvida antes do início das Olimpíadas, em 5 de agosto, e considera remota a chance de volta da presidente Dilma.

O país vive um anti-clímax em relação à Olimpíada. O país era outro na época da eleição do Rio como cidade-sede, tem a questão da segurança e a questão da saúde, com o zika vírus. Como é que o senhor vê o atual evento nesse cenário brasileiro?

As Olimpíadas foram um compromisso que o Brasil assumiu com a comunidade internacional quando se candidatou e teve a confiança do mundo para fazer, evidentemente que em um cenário diferente. Temos que encarar isso como uma oportunidade. Nós nos candidatamos, vencemos e vamos sediar os jogos Olímpicos, com crise ou sem crise. A oportunidade é de restabelecer a credibilidade e a confiança do país, de fazer uma grande festa e de firmar o Brasil como destino turístico.

O senhor foi um dos últimos a desembarcar do governo Dilma. Como foi essa passagem?

Eu tenho uma compreensão de que o impeachment não é uma eleição direta. O impeachment é um processo de impedimento do mandatário do país e foi sobre esse processo que eu, como deputado, me debrucei. A minha interpretação jurídica pessoal me levou a votar contra a abertura do processo de impeachment. Uma das regras fundamentais do Parlamento é o respeito às decisões colegiadas. Eu expressei a posição e fui voto vencido.

O senhor mantém a sua opinião?
A minha opinião já é expressa.Como eu tenho clareza de que o impeachment não é uma eleição indireta, meu voto não foi contrário ao presidente Temer, porque eu não estava fazendo uma opção entre a presidente e o vice-presidente, eu estava opinando se deveria prosseguir, ou não, o processo. Sendo eu do PMDB e tendo uma longa convivência com o presidente Temer, eu tinha uma obrigação de, uma vez convidado, estar à disposição e ajudá-lo nessa missão.

A chance da presidente Dilma voltar ao poder após a votação no Senado existe?

Eu não acompanho o dia-a-dia desta discussão no Senado. Agora, ao que me parece, é remota a chance disso ocorrer, mas ressalto que não participo deste embate.

Interlocutores do Planalto dizem que seria importante para o país chegar na Olimpíada com a situação do impeachment definida. Concorda?
Quanto mais rápido o impeachment for votado, melhor. No entanto, o Senado tem que seguir o que determina a constituição, a Lei do Impeachment e o seu regimento interno, isso pressupõe cumprir os prazos estabelecidos. Eu creio que, dentro dos prazos que o ordenamento jurídico estabelece, o Senado cumprirá essa tarefa, mas não precisa ter açodamento, deve ser feito dentro da legalidade.

Esse início de governo Temer tem sido muito criticado. Está havendo mais dificuldade para colocar o governo nos trilhos do que se esperava antes?

Vínhamos de uma situação em que o governo tinha perdido o apoio político, a presidente Dilma tinha perdido completamente a sua maioria congressual. Já no inicio da gestão do presidente Temer, ele conseguiu recompor essa maioria congressual, aprovar a meta fiscal, nós temos tido sucessos e vitórias nas matérias do dia a dia. Na questão dos ministérios, eu acho que a decisão de se enxugar pastas é uma decisão acertada, inclusive, o PMDB sempre defendeu isso. Não há demérito nenhum em rever determinados atos quando se tem a compreensão de que essa revisão será em benefício do país. Pessoalmente, eu acho que o presidente Temer acertou no caso da Cultura.

Se o Temer tiver sucesso, ele é um bom nome para 2018?
Ser candidato ou não é uma decisão de cunho pessoal do presidente. Evidentemente que, tendo sucesso em sua tarefa, esse sucesso será reconhecido pela população e esse reconhecimento lhe dará a condição de que, se quiser disputar, terá essa condição.


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